segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Esta é a ditosa pátria
minha amada. Não.
Nem é ditosa,
porque o não merece.
Nem minha amada,
porque é só madrasta.
Nem pátria minha,
porque eu não mereço
a pouca sorte
de ter nascido nela (...)

Jorge de Sena - A Portugal

segunda-feira, 2 de novembro de 2009















COMUNICADO DE DALILA RODRIGUES

Fui convidada pela pintora Paula Rego e pelo Presidente da Câmara Municipal de Cascais para dirigir o projecto Casa das Historias Paula Rego, funções que assumi em Outubro de 2008. A concepção do projecto, que inclui a constituição da equipa, foi da minha inteira responsabilidade, sempre em articulação e com a aprovação de Paula Rego.
A Câmara Municipal de Cascais disponibilizou os meios necessários, tendo apoiado e acompanhado as varias fases do projecto. Assim, todos os aspectos relativos à colecção, à exposição temporária, ao serviço educativo, ao serviço de edições, à comunicação, ou mesmo os relativos ao conceito da loja, da cafetaria ou dos fardamentos, foram realizados por mim e pela equipa que a Câmara Municipal de Cascais, por minha indicação, foi contratando.
Eu e a equipa, que foi sendo alargada à medida que as tarefas e os serviços tinham que ser implementados, fomos contratadas por uma empresa municipal, a E.T.E, Turismo do Estoril, E.M. SA., em permanente situação de espera pela criação da Fundação Paula Rego, que, segundo a Vereadora da Cultura, se previa para Março deste ano.
Quando os estatutos da Fundação Paula Rego foram finalmente publicados, apenas em finais de Agosto, sendo expectável que transitássemos então para esse quadro legal, diligenciei junto do Presidente da Câmara no sentido de que a transição fosse efectivada com a maior brevidade possível, nos termos acordados aquando dos respectivos convites. Todavia, tal não sucedeu antes da inauguração, a 18 de Setembro, e das eleições autárquicas, a 11 de Outubro.
Quando o processo de transição foi finalmente iniciado, foi-me enviado pelo Conselho de Administração da Fundação PR, via email, um voto de louvor, dirigido a mim e a equipa, pelo trabalho realizado, acompanhado da indicação de que estava a ser elaborado um 'pacote adequado' aos estatutos da Fundação (junto envio email). Na primeira reunião havida com a Vereadora para a tramitação deste processo, realizada ha cerca de duas semanas, na presença de dois assessores, fui informada de que, por unanimidade, eu continuaria a ser a Directora da Casa das Historias Paula Rego, ficando por resolver alguns aspectos operacionais, sobre os quais não tinha ainda havido acordo. Fiquei surpreendida aquando de uma segunda reunião, realizada no passado dia 29 de Outubro, já com a presença da Vereadora e da recém-nomeada Presidente da Fundação Paula Rego, com quem nunca havia tido contacto, na qual fui informada que o meu nome não reunia consenso para continuar em funções, porque 'não havia afinidade com o meu projecto'.
Não posso deixar de manifestar repúdio pela forma como este processo foi conduzido, e a minha preocupação pela equipa que, de modo tão profissional e empenhado, realizou comigo este projecto.














É ASSIM A VIDA, AQUÍ NO RECTÂNGULO...


..."Não são conhecidas as razões do afastamento de Dalila Rodrigues, originalmente convidada pela própria pintora. Mas fonte institucional que acompanhou todo o processo de perto diz que, desde o início, eram notórias as divergências sobre o futuro do museu entre o circuito mais próximo da pintora e Dalila Rodrigues. A directora defendia um projecto muito mais ambicioso."...
jornal público (link)