domingo, 31 de dezembro de 2006

EXCELENTE 2007!






















foto fernando g.

PALAVRA DE PRESIDENTE É PARA CUMPRIR. É?

31.7.2006
Neste momento o túnel está numa fase avançada “em termos de construção civil”, e o autarca prevê que "a 22 de Dezembro esteja tudo terminado à superfície, sendo depois necessários cerca de dois meses para acabar outros pormenores como ventilação, electricidade ou sinalização".(LINK)
Nota: declarações de Carmona Rodrigues à comunicação social.

31.12.2006





QUEM VOTOU NESTE CROMO PARA PRESIDENTE DA
CÂMARA MUNÍCIPAL DE LISBOA
DEVIA PAGAR MULTA

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

DEAD COMBO
QUANDO A ALMA NÃO É PEQUENA
VOLUME II



MELHOR ALBUM 2006
MÚSICA NACIONAL
SUPLEMENTO Y - JORNAL PÚBLICO
(link não disponivel)


MELHOR ALBUM 2006

MÚSICA NACIONAL
DIÁRIO DIGITAL
(LINK)

MELHOR ALBUM 2006
MÚSICA PORTUGUESA
ASSOCIAÇÃO CAP MAGELLAN - FRANÇA
(LINK)

MUJITOS SUMMER (LIVE)
(LINK)

É A VIDA























Saddam Hussein, ditador iraquiano, responsável pelo assassinato de dezenas de milhares de compatriotas, foi enforcado esta madrugada.

Augusto Pinochet, ditador chileno, responsável pelo assassinato de milhares de compatriotas, morreu na sua própria cama.

Henry Kissinger, secretário de estado americano nos governos de Nixon e Ford, responsável pelo apoio americano a ditadores um pouco por todo o mundo, os quais executaram centenas de milhares de compatriotas, continua a frequentar os "corredores do poder" e a fazer conferências um pouco por todo o mundo. (link)

É a vida !

ADENDA

Esta é a forma como gostaria de ter terminado o meu texto. Mas não terminei. Obrigado AM.

am disse...

A-moral da história:
Morre quem cai em desgraça e perde o poder, e a história é contada por esses que fazem as conferências.
A despropósito, Saddam era quase tão irrelevante para o "Império", como Jesus para o Império... romano.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

EU QUE BEM QUERIA ESTAR DE FÉRIAS II

No prosseguimento do texto de ontem, sobre a tragédia do Iraque, aqui fica mais uma excelente reportagem do New York Times a confirmar (se tal fosse necessário...) a tese defendida por Kenneth M.Pollack de que o problema é político e não militar, ao contrário do general Loureiro dos Santos que defende que mais militares americanos para o Iraque são uma boa solução para a resolução do drama criado por Bush.

O possivel envio de mais militares americanos para o Iraque não vai resolver o problema de fundo, e para esse afigura-se que a administração Bush não tem soluções.

Uma vez mais a relêr o artigo de Kenneth M.Pollack citado ontem, bem como o já referido artigo do New York Times (LINK)

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

EU QUE BEM QUERIA ESTAR DE FÉRIAS

Mas não é possivel.

Ao lêr o artigo do general José Loureiro dos Santos no Público de hoje (link não disponivel, como é normal...), intitulado "Finalmente, mais forças terrestres" e com o seguinte destaque "Se os EUA aumentarem substancialmente as forças terrestres, melhorarão a sua capacidade de intervenção estratégica, o que aumenta a probabilidade de manter a estabilidade no mundo e poderá travar a tendência de enfraquecimento do Ocidente" dei por mim a constatar a fraca qualidade dos "comentadores de serviço" do rectângulo.

Lê-se o artigo de uma ponta à outra e no fim, para Loureiro dos Santos, o problema (aliás tragédia) do Iraque é essencialmente militar.

E tem sido este o problema da administração Bush desde 2002, ano em que começou a preparação da intervenção no Iraque.

O problema do Iraque é político e tem sido agravado pelas constantes decisões políticas erradas tomadas por Bush e "sus muchachos".

Para quem se interessa por estes temas, aqui fica o link para um artigo de Kenneth M.Pollack intitulado "The Seven Deadly Sins of Failure in Iraq: A Retrospective Analysis of the Reconstruction" e através do qual ficamos a saber bastante mais sobre o que correu mal no Iraque, e bastante mais sobre a "qualidade" dos nossos comentadores de serviço.

Não percam - LINK

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

JERRY DANTZIC























3.6.1925 - 14.12.2006 (link)

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

DEAD COMBO
















Lisboa - MusicBox 21.12.2006

foto: fernando g.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006



ADEUS
E
BOAS FESTAS


A Formiga Bargante vai de férias.

Gozar um presente antecipado de Natal (Pentax k10d).

Divirtam-se e até dia 2 do próximo ano.


quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

TENHAM UM MUITO BOM DIA























about jeffrey becom (link)



AVISO À NAVEGAÇÃO


A lógica de colocação de textos neste blogue
não obedece à lógica corrente na blogosfera.

Este blogue não é para preguiçosos.



NÓS POR CÁ TODOS BEM

Temas do rectângulo

Quando da próxima vez levantarmos a voz contra os "fracos reis" que nos governam,
tenhamos a coragem de reconhecer neles a triste imagem da "fraca gente"
em que nos deixámos transformar.
viriato soromenho marques - visão 18.5.2006

Quatro quartas com contos*

O meu pai nunca entrava na cozinha. Não que achasse ser este um lugar exclusivamente feminino onde se congeminavam com argúcia as maiores traições, conspirações e tragédias da humanidade, mas porque tinha a certeza que aquele não era o seu lugar. Dizia que não sabia cozinhar, que o sítio era frio e mau para o reumático, que não convidava, “uma gruta”, nas suas palavras.

Porém, na tarde do dia 24 de Dezembro era ele quem dedicava duas a três horas a essa congeminação que dava pelo nome de rabanadas ou fatias douradas. Colocava o avental pendurado no pescoço – a minha mãe ia por trás, cruzava-lhe os atilhos nas costas e abraçava-o pela cintura com a desculpa que ao dar o laço à frente, acima da barriga dele, as fatias douradas sabiam melhor – e pedia a alguém que lhe arregaçasse as mangas. Começava por cortar o cacete de pão de há dois dias em fatias enviesadas por achar que assim a superfície aproveitável – leia-se “entre côdeas ou sem elas” – seria maior. Esse devia ser um dos segredos para uma espécie de prece individual que se instalava entre nós enquanto comíamos as rabanadas. Depois molhava as fatias de pão no leite morno – “nunca quente”, dizia ele, “ou as fatias ficam demasiado moles e não entram na próxima molha que é a de gemas” – com uma precisão de movimentos dignos de menção. As pontas dos dedos seguravam a côdea mas não apertavam a fatia; pegavam nela como pegariam numa fotografia, sem tocar na superfície alva do miolo. Depois mergulhava a fatia num prato fundo coberto com o leite e esperava cinco segundos: um, dois, três, quatro, cinco. Eu sabia porque contava-os e eram sempre os mesmos cinco. Ao quarto segundo o leite borbulhava e ao quinto a fatia emergia do líquido, com os dedos na mesma posição mas mais apertada deixando cair em pingos grossos para o prato o leite em excesso, num ping de tecla de piano, numa espécie de ricochete. Com a mão direita a segurar a fatia, puxava com a esquerda o prato onde estavam as gemas que ele próprio batia sem falar com ninguém com se na realidade não estivesse a bater gemas, mas a bater em alguém e como o dia era quase sacro, não valeria a pena trazer as amarguras de um ano – desde o último Natal – para toda a confecção de tal iguaria. Com as gemas, o meu pai não mergulhava as fatias e note-se aqui a importância do verbo: deitava as fatias na papa laranja, isto porque para além do volume ocupado pelas gemas batidas ser menor que o ocupado pelo leite, as fatias, ainda na condição de fotografias mostradas a um menino de 5 anos, com os dedos a servir de moldura para não estragar, eram lambuzadas nas gemas. O meu pai deitava uma face, depois – e aí sim – com o polegar, o indicador e o médio, volteava rapidamente a fatia para esta tomar cor do outro lado e levantava-a das gemas rapidamente. Ao princípio fingi que não vi, pensei que não vi, mas de facto e por breves momentos em todo o processo, o meu pai tocava com os dedos no miolo do pão. A minha descoberta foi trágica. Não para a vida obviamente, mas para a descrição do processo, do método com que ele fazia as rabanadas. É que eu podia jurar que ele nunca colocava as mãos lá e nesse fragmento de tempo é que residia a beleza das três horas na cozinha.

Não era importante como é que ele fritava as rabanadas, como espadelava no ar os instrumentos de cozinha, como tudo aquilo se assemelhava a uma encenação, como os gestos largos pareciam a mesmo tempo os mais teatrais e os mais sinceros. Importante mesmo era ver como no fim, ele sussurrava a canela entre os dedos e pulverizava todas as fatias num beijo superficial.
Bom Natal
(in, Margem para Dúvidas)
*A relembrar o bolo da nossa infância Quatro quartos com laranja

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

TENHAM UM MUITO BOM DIA























about bill steber (link)



AVISO À NAVEGAÇÃO


A lógica de colocação de textos neste blogue
não obedece à lógica corrente na blogosfera.

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NÓS POR CÁ TODOS BEM

Temas do rectângulo

Quando da próxima vez levantarmos a voz contra os "fracos reis" que nos governam,
tenhamos a coragem de reconhecer neles a triste imagem da "fraca gente"
em que nos deixámos transformar.
viriato soromenho marques - visão 18.5.2006

A CASA DA MÚSICA,
GUTA MOURA GUEDES OU
"DEIXA-ME RIR"*

















Segundo o jornal Público de hoje, e por proposta de Guta Moura Guedes, assessora de Comunicação, Marketing e Desenvolvimento da Casa da Música, Stefan Sagmeister vai criar a nova imagem da "Casa".

Ainda segundo aquele jornal, as grandes referências deste designer são as capas que criou para nomes como Rolling Stones, Lou Reed, Laurie Anderson ou David Byrne.

Mas o mais hilariante da notícia é-nos dada neste parágrafo:

"O designer irá inclusivamente intervir na sinalética da Casa para a tornar mais entendível a quem a frequenta - "é essa a ideia de abrir a Casa", afirmou a assessora (leia-se Guta Moura Guedes).

Um qualquer mortal lê e não acredita: então agora a "Casa" abre-se não em função da programação, da actividade pedagógica ou da capacidade de captar novos públicos, mas sim em função de uma qualquer sinalética?

E mais: ainda segundo o jornal o designar austríaco desenhou apenas uma capa para Lou Reed, outra para David Byrne e outra para os Rolling Stones.

Considerando que o facto de desenhar capas para albuns daqueles respeitáveis "senhores" é factor importante (que não é) para uma decisão destas, pergunta-se: em função das dezenas de discos já editados por aquele trio, será que os desenhadores das outras capas também foram considerados?

Mas não haverá maneira de meter esta "gentinha" na ordem?

* - escute-se jorge palma e "deixa-me rir".

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

TENHAM UM MUITO BOM DIA























about thomas kellner (link)



AVISO À NAVEGAÇÃO


A lógica de colocação de textos neste blogue
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NÓS POR CÁ TODOS BEM

Temas do rectângulo

Quando da próxima vez levantarmos a voz contra os "fracos reis" que nos governam,
tenhamos a coragem de reconhecer neles a triste imagem da "fraca gente"
em que nos deixámos transformar.
viriato soromenho marques - visão 18.5.2006

OS SUSPEITOS DO COSTUME








Calma!

É em Espanha.

LINK

UM ESTRANHO SILÊNCIO















Faltam pouco mais de seis mêses para a inauguração daquele que é considerado, justa ou injustamente, um dos acontecimentos mais marcantes no mundo da criação artística.

De cinco em cinco anos a cidade alemã de Kassel assume a posição de "farol" no mundo complexo e contraditório da arte contemporânea.

Para director da 12ª edição da Documenta foi convidado Robert Buergel, um berlinense de 41 anos pouco conhecido no mundo do jet-set dos "curators" e seus derivados, muito embora seja um professor universitário e autor de variados textos sobre arte, de valor reconhecido pelos seus pares.

E esta Documenta e o seu director prometem ser muito provocadores e assumirem um carácter muito político.

A comissão de selecção da Documenta justificou esta decisão afirmando que, ao escolher Robert Buergel, a Comissão e o Director se "comprometem a trazer a dignidade de volta numa época em que domina o espectáculo". (link)

Entre nós, o silêncio é total sobre este importante acontecimento.

Estranho, ou nem tanto?

FERRAN ADRIÀ - COZINHEIRO
ÚNICO ESPANHOL CONVIDADO PARA A DOCUMENTA 12

















Robert Buergel prometeu e cumpre: as suas decisões são polémicas e políticas, simultâneamente.

Em entrevista ao jornal El Pais de ontem, justifica o convite a Ferran Adrià do seguinte modo:

""Los artistas tienen celos de Ferran Adrià. Hoy día no hay nadie en España, de esa generación, que se pueda comparar con su nivel de inteligencia formal"

Outra das suas afirmações nesta mesma entrevista:

"...Porque lo que suele suceder es que la gente ya está bien informada de lo que sucede y no tienes que contárselo, pero lo que no saben es cómo actuar o cómo intervenir para sentirse más próximos al proceso de la toma de decisiones. Este proceso de toma de decisiones está confinado a círculos muy cerrados, aunque sus decisiones afectan a todos".

Entrevista a não perder neste LINK

BORN IN THE U.S.A.
Fotografia e política americanas























about irving greines (link)

ABOUT FACE: SOLDIERS CALL
FOR IRAQ WITHDRAWAL


For the first time since Vietnam, an organized, robust movement of active-duty US military personnel has publicly surfaced to oppose a war in which they are serving. Those involved plan to petition Congress to withdraw American troops from Iraq. (Note: A complete version of this report will appear next week in the print and online editions of The Nation.)

After appearing only seven weeks ago on the Internet, the Appeal for Redress, brainchild of 29-year-old Navy seaman Jonathan Hutto, has already been signed by nearly 1,000 US soldiers, sailors, Marines and airmen, including dozens of officers--most of whom are on active duty. Not since 1969, when some 1,300 active-duty military personnel signed an open letter in the New York Times opposing the war in Vietnam, has there been...

LINK

domingo, 17 de dezembro de 2006

Coisas que nunca mudam (séc. XVII)

Ser outro, parecer diferente,
Não falar como outra gente,
Louvar tudo, tudo aceitar,
Mentir sempre e bem ficar,
A todo o vento dar pano,
Servir bons, maus, mano a mano,
Fazer tudo, tudo inventar
Com vista a sempre ganhar:
Quem dominar esta arte,
Na política tem sorte.

(“Arte de viver hoje”, Friedrich von Logau (1604-1665) in O Cardo e a Rosa)

PAVLOV E OS "PRONTUÁRIOS" DE CONTRAFACÇÃO


















prontuário disse...

afinal estudou mesmo parta burro e chumbou. pensa que as obras são baratinhas? julga que o dinheiro nasça do vazio? julga que os espaços se ocupam por si? julga que os proprietários são todos uns malandros que querem é ter os espaços vazios. vá vendo filmes e acreditando no pai natal do bloco de esquerda... um dia pode ser que cresça ou tenha juízo.

14:30

Excluir


Confessemos: dada a forma gratuita do teor ofensivo do comentário do nosso querido "prontuário", apeteceu-nos fazer uma pequena provocação "à lá pavlov", para tentar verificar se a famosa teoria funciona mesmo.

E funciona!

Aí está o nosso querido (ou será querida?) prontuário a repetir os insultos, ignorando o tema central do texto que tanto o incomodou: um prédio em Lisboa, no Rossio, em risco de desabar e a actual vereação da CML só deu por isso quando começaram a cair pedaços do mesmo.

Mas não vale a pena alongar este texto: o nosso querido (ou querida?) prontuário não se está a fazer de estúpido (como na publicidade...) ele (ela?) é mesmo muito estúpido.

Boas festas para os lados do Estoril, caro prontuário.

Nota do formigueiro: para alguém tão preocupado (justamente) com o rigor da língua portuguesa, não seria de esperar um pouco mais de cuidado na construção dos comentários publicados?

ilustração: jan kresadlo (link)

sábado, 16 de dezembro de 2006

BOM DIA "PRONTUÁRIO"!























prontuário said...

será que o adiantado mental que publica este blog alguma vez pensou por que é caem prédios? Será que esta besta obtusa não consegue perceber que rendas de 25 euros por mês não pagam obras de milhares de euros. Será que não percebe que mesmo depois das obras não se pode rentabilizar um imóvel devido ao congelamento das rendas? Isto é lógico! Isto é matemática da básica, da simples, da elementar, daquela que se ensina na escola primária. O menino é burro ou chumbou nos exames de admissão?

02:47
FORMIGA BARGANTE said...

Meu caro prontuário

A "besta obtusa" não costuma comentar comentários.

Mas vai abrir uma excepção.

"No edifício, que se encontra ocupado apenas ao nível do piso térreo, com comércio e serviços, estando os restantes pisos devolutos..."

Logo, o argumento da renda não colhe, ou tenho de lhe explicar "como se fosse muito burro?"

Quanto ao resto, meu caro "prontuário", estou em crer que se enganou no endereço: o seu tipo de argumentação está mais de acordo com o blog da zazie.

Cumprimentos e bom fim de semana. LINK



sexta-feira, 15 de dezembro de 2006



OLÁ!
























about david lachapelle (link)

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

TENHAM UM MUITO BOM DIA























dmitri azarov

Quatro quartas com contos

As noites de Natal têm na sua coutada dois poderes: o poder cicatrizador de colocar sobre o passado um véu ou mesmo uma borracha e tornar inexistente o sempre lá esteve, e o poder de apartar para sempre duas metades em conflito. Poderes diferentes portanto, mas que se tocam de uma forma quase histérica, pois as noites natalícias ou colocam nos píncaros as almas, ou por um sopro, uma mudança na décima de tom com que se pronuncia um “não” ou um “sim”, as desamparam.
Várias almas se reuniam à mesa deles. Há muitos anos que o Natal era uma oscilação entre esses dois estados referidos no parágrafo anterior, e a situação repetia-se na Passagem de Ano, quando a proliferação de alternativas, um rendimento insuficiente, comodismo e o álcool não permitiam o festejo em outras paragens que não à volta daquela mesa. Se ela bebesse na noite de Natal teriam, os que partilhavam a mesa, de tactear a noite e perscrutar se nela havia a benignidade anunciada compulsivamente durante o mês adventício. Se ela não bebesse, todos se comportavam como se o próprio Menino Salvador tivesse operado um milagre antes mesmo de nascer, o que até podia acontecer pois ele tinha o dom da ubiquidade que como sabemos tem efeitos retroactivos.

Essa noite de Natal seria decisiva para todos principalmente para ela e para o filho que, num episódio ao qual teremos de recuar, apanhou-se numa situação sem retorno. Numa tarde do fim do mês de Novembro o filho chegou a casa esbaforido: tinha passado à saída da escola pelo trabalho dela e ela não estava lá. Correu para casa, pediu ao Salvador para ela não ter bebido, que quando o fazia sem assistência podia bater com a cabeça em qualquer sítio e desmaiar, esvair-se em sangue e morrer. Ou esquecer-se de esconder as garrafas vazias. E morrer. Mas não, e Deus até nem podia intervir porque tinha coisas mais importantes. Ele lá ia adorando Deus com ressentimentos moderados. Quando chegou ela estava viva, graças a Deus, mas não muito bem. Parecia-lhe a ele que ela tinha bebido mais do que o normal, mas isso talvez fosse um defeito de filho pois como sabemos filhos e pais têm tendência para o exagero no que diz respeito às coisas uns dos outros. Porém, não era. No ar elevava-se o cheiro a um respiro ébrio e a fezes. Ela tinha defecado no sofá da sala e olhava-o como quem pedia perdão, não se sabe se pelo incómodo de ter de limpar os sofás, se pela vergonha de ele ter de lhe dar banho a ela que era mãe e uma mulher feita, se pela desilusão repetida durante anos, desde que ele se lembrava de espreitá-la nas traseiras a beber e ia esconder-lhe os comprimidos para a prisão de ventre no estrado da cama por achar que neles residia o seu mau estar dia sim, dia não. Porque a mãe não bebia de uma forma qualquer, tinha método: bebia dia sim dia não para aumentar o desespero dele no dia não já a adivinhar como ia ser o dia sim.

Ajudou-a a vomitar, lavou-a, deitou-a, limpou como pode o sofá, abriu as janelas, espalhou cheiros agradáveis pela sala, procurou a garrafa, foi colocá-la no vidrão, fez o jantar à moda dela para dar a entender, quando todos tivessem chegado que tinha sido ela, que pelo seu pé e pela sua mão se tinha portado como lhe era exigido. Ou pedido, não sabemos. Quando toda a gente se reuniu, viram-na um pouco combalida, mas sem perguntas ou desconfianças efectivas que valessem a pena uma discussão. No fim do jantar ele prometeu-lhe nunca mais lhe falar; que ela nunca mais ousasse falar-lhe sem uma cura.
Na noite de Natal e quase há um mês sem se falarem, o filho preparava-se para presenteá-la com uma palavra ou várias, como se lhe estivesse a dar um torrão de açúcar pelo seu comportamento. Mas a noite de Natal não se cumpriu, pelo menos naquela mesa pois no ar, para além da presença muito esbatida do Salvador, andava também o seu hálito fétido e bebido. Ela bebeu e ele nunca mais lhe falou. Ou ele nunca mais lhe falou, e ela bebeu.

(in, Margem para Dúvidas)
*A relembrar o bolo da nossa infância Quatro quartos com laranja.

terça-feira, 12 de dezembro de 2006



COMPLEX

"ININTELIGÍVEL, INQUIETANTE, IMOBILISTA E INCOERENTE"
Apreciação de Maria José Nogueira Pinto relativa ao orçamento da Câmara Municipal de Lisboa, que a vereadora ajudou ontem a aprovar.

"APESAR DE CONSIDERAR DECLARADAMENTE MAU O ORÇAMENTO PARA 2007, MARIA JOSÉ NOGUERIA PINTO CONFESSOU NÃO PRETENDER DAR UM ÁLIBI AO PRESIDENTE DO MUNICÍPIO CARMONA RODRIGUES PARA GOVERNAR MAL, AO NÃO CONCORRER PARA A SUA APROVAÇÃO".

Nota do formigueiro: mas esta "gentinha" pensa que somos todos estúpidos ?



SIMPLEX

Hoje, 12 de Dezembro, pelas 14h30, ainda não estão disponíveis os números relativos aos visitantes dos Museus dependentes do Instituto Português de Museus, durante o mês de Outubro.

NÃO SERIA MAIS SIMPLEX MANDAR MANUEL OLEIRO PARA CASA?

JÁ AGORA, ACOMPANHADO PELA MINÍSTRA.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

TENHAM UM MUITO BOM DIA
















IRAQ
about james nachtwey (link) & (link)




AVISO À NAVEGAÇÃO


A lógica de colocação de textos neste blogue
não obedece à lógica corrente na blogosfera.

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NÓS POR CÁ TODOS BEM

Temas do rectângulo

Quando da próxima vez levantarmos a voz contra os "fracos reis" que nos governam,
tenhamos a coragem de reconhecer neles a triste imagem da "fraca gente"
em que nos deixámos transformar.
viriato soromenho marques - visão 18.5.2006

AVISO À NAVEGAÇÃO

A partir de hoje a Formiga Bargante conta com um novo colaborador,
de seu nome António.

O António vai escrever, sempre que a fantasia assim o arrebate, sobre chocolate.

O António é um "expert" em chocolate.

De água na boca ficamos à espera, António.


VIAJAR SEM SAIR DO SÍTIO


A Hachez é uma marca alemã com uma abordagem ao chocolate muito própria e exclusiva a quem é atento.
O seu 88% Cocoa Premier Cru apresenta-se intenso e desaparece sem encores, deixando-nos memórias.
Num tempo relativo, uns minutos com meia grama na boca levam-nos de viagem.
Não é uma viagem doce em primeira classe comprada em qualquer agência. É antes um passeio a cavalo por montanhas em nevoeiro, com vistas esporádicas para lagos por entre árvores odoríferas com cantos de aves canoras e sugestões de uma emboscada com dardos de curare.
É inebriante mesmo sem uma bebida espirituosa a acompanhar. Vai bem com um cigar volumoso e bem ventilado, um robusto criado e torcido na mesma América Central.
A sua confecção é uma questão de perfumaria.
Na sua origem não está um comum forastero mas um raro crillo Venezuelano ou Tobagueño.
Este psicotrópico pode ser encontrado na Rua Garret 38, na Casa Pereira

TEXTO DE ANTÓNIO

AO ESTADO A QUE LISBOA CHEGOU

"A Vereadora Gabriela Seara, responsável pelo pelouro da Reabilitação Urbana da Câmara Municipal de Lisboa, ordenou hoje, dia 7 de Dezembro, a tomada de um conjunto de medidas provisórias para o edifício com o n.º 113 da Praça Dom Pedro IV (Rossio) que visam assegurar a segurança de pessoas e bens naquela zona da cidade.

Face ao agravamento da situação de insalubridade e insegurança detectada numa visita efectuada ao imóvel pelos técnicos da autarquia durante o dia de quarta-feira, 6 de Dezembro, foi comunicada ao proprietário do conjunto edificado a necessidade de proceder de imediato ao escoramento da cobertura nas zonas mais degradadas, nos respectivos pavimentos e paredes adjacentes, assim como a levar a cabo a protecção necessária contra uma eventual queda de materiais na via pública e simultaneamente isolar a cobertura e as fachadas contra a entrada de águas pluviais em todo o edifício.

Face à interpelação da Câmara Municipal de Lisboa, o proprietário do imóvel comprometeu-se a iniciar de imediato os trabalhos determinados pelas medidas provisórias tendo apresentado a calendarização da intervenção".

No edifício, que se encontra ocupado apenas ao nível do piso térreo, com comércio e serviços, estando os restantes pisos devolutos, constatou-se uma elevada degradação ao nível do seu interior, principalmente na cobertura, pavimentos e tectos. Existe uma grave situação de insalubridade e segurança, designadamente com a eventual projecção de materiais para a via pública.
in: site da câmara municipal de lisboa (link)

Nos últimos anos os serviços da Câmara nada viram, nada observaram, não actuaram.

Nos últimos anos o proprietário do edifício de nada sabia, de nada cuidou, tudo ignorou.

Nos últimos anos este edifício foi um edifício invisivel: nem o proprietário nem a Câmara verificaram que se estava a degradar perigosamente, e que, a continuar assim, ruiria ou teria que ser demolido.

Só que esta técnica é seguida desde há muitos anos pelos proprietários que desejam valorizar os seus terrenos: abandonar os edifícios, essencialmente ao nível das coberturas e das janelas.

O resto é só uma questão de tempo.

E tudo isto se passa numa das principais praças de Lisboa, o Rossio.

Voltamos a repetir a pergunta: será que esta MERDA não tem fim à vista ?




MANUEL OLEIRO, PRESIDENTE DO
INSTITUTO PORTUGUÊS DE MUSEUS
TEM MEDO DE QUÊ ?


Três semanas após a Ministra da Cultura e Manuel Oleiro terem convocado uma conferência de imprensa para anunciarem a "boa nova", ou seja, que os Museus tutelados pelo IPM tinham ultrapassado, em Outubro, o milhão de visitantes, os dados referentes a este mês continuam a não estar disponíveis para consulta pública, á hora a que escrevemos este comentário (10h57).

Afinal qual é o receio de Manuel Oleiro em divulgar estes números?

Será porque o Museu do Chiado continua a registar percas dramáticas de visitantes, ou será porque o "problema rodoviário" do Museu de Conímbriga ainda não foi resolvido (este museu perdeu mais de 50% de visitantes nos últimos anos e Manuel Oleiro declarou recentemente que tal se devia a um problema rodoviário...), ou será que se descontarmos a "contabilidade criativa" associada à festa dos Museus do passado mês de Maio provávelmente os números não são assim tão brilhantes ?

O que sabemos é que Manuel Oleiro tem os números relativos aos visitantes dos Museus tutelados pelo Instituto a que preside, e não os torna públicos.

Ele lá terá as suas razões ...

BORN IN THE U.S.A.
Fotografia e política americanas























about judy gelles (link)

QUEM MATOU BRAD WILL?
















The family of slain Indymedia journalist Brad Will has renewed its call for an independent investigation of his shooting, which occurred while Will was covering protests in Oaxaca, Mexico. Family members accused authorities in Oaxaca of attempting a "ludicrous" cover-up after the Oaxaca state attorney general, Lizbeth Caña Cadeza,alleged earlier this month that Will was shot by...

LINK

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

TENHAM UM MUITO BOM DIA























about mary mattingly (link)



AVISO À NAVEGAÇÃO


A lógica de colocação de textos neste blogue
não obedece à lógica corrente na blogosfera.

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NÓS POR CÁ TODOS BEM

Temas do rectângulo

Quando da próxima vez levantarmos a voz contra os "fracos reis" que nos governam,
tenhamos a coragem de reconhecer neles a triste imagem da "fraca gente"
em que nos deixámos transformar.
viriato soromenho marques - visão 18.5.2006

FOI VOCÊ QUE FALOU NA IKEA?

Quel est le niveau de transparence d'Ikea ?
Très faible ! En matière de transparence, Ikea joue sur l'identité suédoise, l'image de la social-démocratie ouverte et transparente, or les montages juridiques de la société sont totalement opaques et orientés vers un seul but, payer le moins d'impôts possible...Par ailleurs, l'entreprise n'est pas cotée en bourse, ce qui lui permet d'échapper à la transparence financière. En 2004, le groupe n'a payé que 19 millions de dollars d'impôts pour un bénéfice de 353 millions.

LINK

IMPERDÍVEL

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

TENHAM UM MUITO BOM DIA















about jeff bark (link)



AVISO À NAVEGAÇÃO


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NÓS POR CÁ TODOS BEM

Temas do rectângulo

Quando da próxima vez levantarmos a voz contra os "fracos reis" que nos governam,
tenhamos a coragem de reconhecer neles a triste imagem da "fraca gente"
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viriato soromenho marques - visão 18.5.2006

LAS MOVIDAS OU,
DADO QUE VOCÊS
SÃO
UMA CAMBADA DE PREGUIÇOSOS...
























about mário cabrita gil (link)

contra-baixo disse...

Interessante, sem dúvida.

Esclareça-me, no entanto, o seguinte: em que medida o trabalho de MCG pode ser "arrumado" na "Movida", eu até admito haja coincidência no tempo (?), agora em relação ao arrumar a exposição "A idade da Prata" no movimento a “La Movida”, é que eu tenho algumas dúvidas …

À consideração superior

12:39

Excluir
FORMIGA BARGANTE disse...

Meu caro contra-baixo

Respostas, só lá mais para a noite.

Euricos...

13:02

Excluir
a disse...

Eu acho mesmo é sintomático.
Como todos dizem, é o país que merecemos.

13:05

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FORMIGA BARGANTE disse...

Meu caro contra-baixo

Antes de tudo mais, convém clarificar o meu conceito de “movida”: a espanhola e a portuguesa.

A espanhola foi impulsionada, desde Madrid, por um “alcalde” de excepcional cultura e visão, Enrique Tierno Galván, o qual percebeu que para mudar a imagem da sociedade posfranquista espanhola teria que criar e impulsionar um movimento cultural que mostrasse Espanha como um pais moderno e aberto à mudança, em contraponto à imagem fascista então dominante.

A portuguesa foi resultado da reunião, organizada, de um conjunto de indivíduos, que tinham como objectivo a “tomada do poder” aos vários niveis da actividade cultural nacional.

A primeira grande afirmação pública deste desejo encontra expressão na realização da exposição “Depois do Modernismo”, em 1983.

É conferir os nomes dos participantes nesta mega exposição, (criadores, crítivos e autores de textos para o catálogo), e verificar os lugares que ocupam na cena artistica portuguesa actual.

E é neste contexto que surge “A Idade da Prata”.

O livro de Mário Cabrita Gil (e não a exposição) surge como mais um elemento na estratégia seguida, e que visava conferir um selo de afirmação (as exposições são acontecimentos efémeros, os livros não) para o presente (o livro é editado em 1986) e para o futuro.

Mas o que mais me despertou a atenção foi o facto de os espanhois utilizarem a côr e visualizarem o excesso da época nos retratos agora “recuperados”, enquanto Mário Cabrita Gil utiliza o P&B e os seus “modelos” adoptarem uma pose “séria” e “institucional”.

Numa segunda leitura às fotos, outro facto me chamou a atenção:
no lado espanhol tanto existem fotografias individuais como colectivas, enquanto do lado português não existe uma única fotografia colectiva.

Para concluir, e este é um dos motivos do meu fascínio pela fotografia, estas fotos, as espanholas e as portuguesas, permitem muitas leituras sobre uma época extremamente importante para os dois povos, e uma análise comparativa sobre a postura dos seus vários protagonistas, e a partir daí tentar perceber algumas das razões pelas quais Madrid tem o dinamismo por todos reconhecido, e Lisboa tem Carmona Rodrigues como presidente do Município.

Cumprimentos

17:44

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contra-baixo disse...

Absolutamente de acordo consigo! O problema aqui é mesmo o de qualificação, na realidade estamos perante duas atitudes diferentes: a espanhola e a portuguesa. O que me parece um excessivo é qualificar o “movimento” português como movida quando na realidade nada teve a ver com este.
A chamar-lhe alguma coisa eu teria preferido dizer "As atitudes" e não as Movidas.
Saludos.

20:04

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AM disse...

Bem visto.
As diferenças são "todo um programa".
Infelizmente, no nosso caso, é um não-programa!

21:42

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obs: pedro lapa e manuel oleiro não constam do livro "A Idade da Prata".
Eram, e continuam a ser, pechibeques.


Quatro quartas com contos*

Dona Salomé, assim chamada após a morte do seu Herodes, companheiro de 31 anos de casamento arrastava o ventre pelo fogão naquela véspera de dia de Natal. Até há duas semanas era a Salomé, ou a Mé para os da rua, desde lá de cima, da Micas do Pega, até ao Necas da Adega, ou a Dona Mé para os vindos de fora. Mas a ida do marido “para um mundo melhor” como lhe diziam tinha-lhe dado um título nunca antes alcançado e que lhe fazia crer que o Deus tirava de um lado, punha do outro, para compensar. Não era para Dona Salomé compensação alguma; o seu Herodes a subtrair-lhe à socapa filhoses da travessa, isso sim, era o Natal. Não tinham tido filhos porque ela, como se dizia na rua à boca cheia, mas nunca à visada, “era fruta tocada”. Um mau exame ginecológico, na altura em que ir a esses sítios era para gente desfrutável ou que desfrutava muito bem do dinheiro, tinha-lhe avariado o sistema e Dona Salomé vivia para o seu Herodes e no Natal, para as filhoses que ele com algo parecido com avidez, mas que não o era, ia depenicando.
Dona Mé, ou Dona Salomé, ou Mé (para nós não importa uma vez que não lhe conhecemos vida anterior ao episódio aqui narrado), estava pois de avental a dançar no corpo, (tinha emagrecido muito desde a ida do seu Herodes) de anca colada ao fogão a chorar para cima das filhoses quando lhe entrou pela casa Isabel Boaventura, vizinha dois números de porta mais à frente e que todos os anos lhe encomendava uma travessa de filhoses devido à fama que tal iguaria tinha ganho na rua e cuja propagnada se devia em parte à barriga proeminente de Herodes mal acabavam as festividades natalícias.
- Ó Mé, ainda estás nisso mulher? Vai sossegar numa cadeira! Jesus Maria José, estás cor de pimentão!
- São os vapores da fritura que me maleitam mais da minha asma.
- Então deixa lá isso, não faças mais. Essa travessa já chega.
- Está bem está! Agora que tenho a massa, mais vale fritá-la. Se puser no frigorífico vai ser para fermentar e deitar fora.
- Como queiras mulher, mas só levo estas que o doutor disse que lá em casa andamos todos com o colesterol muito alto. Doenças modernas, é o que é. Antes a gente comia tudo e só ía desta para melhor de barriga cheia e por acidente. Ai desculpa, nã devia ter dito isto. Desculpa Zita, foi um desabafo, foi uma coisa sem pensar. Deixa isso mulher, anda sentar-te aqui. Onde passas o Natal?
- Passo aqui.
- Aqui sozinha?
- Sim, como sempre passei. Só que antes tinha o meu Herodes e hoje não tenho. Depois das festividades devo ir para umas termas, para Monfortinho talvez, levar uns vapores com aquelas águas que eles têm e empapar o peito com folhas de eucalipto.
- Faz isso mulher, vai-te fazer bem. Mas hoje à noite aparece lá em casa para a gente ir juntas à Missa da Galo. Não fiques aqui.
- Vou esperar que o Herodes venha comer uma filhós.
- Ele está no Céu criatura!
- Mas lá não há filhoses!

Na noite de Natal, Dona Salomé já com o rosto lavado nas próprias lágrimas e por elas sufocada, expirou pela última vez. Depois do peito baixar completamente como num grande “ai”, não se elevou mais. Estava morta. O marido soube da notícia mais tarde, já na Missa do Galo, devido à diferença medida em anos-luz. E no momento em que ía beijar o pezinho do Salvador, que nessa noite convenientemente e por falta de candidatos para o papel à altura do mesmo voltava a ser criança, Herodes exultou: “Graças a Deus, a minha Salomé morreu!”

(in, Margem para Dúvidas)
*A relembrar o bolo da nossa infância Quatro quartos com laranja

STREET PHOTOGRAPHY
















about christophe agou (link)

IMPORTA-SE DE REPETIR?

Realmente, há por aí muita inveja!
Há, de facto, gente que se roi de despeito quando vê gente tão bem sucedida na vida como os senhores administradores da deficitária Metro do Porto!

in: sérgio de andrade - jornal de notícias de 5.12.2006

BORN IN THE U.S.A.
Fotografia e política americanas



















about jules spinatsch (link)

HILLARY CLINTON´S EARLY MOVES

Sen. Hillary Rodham Clinton (D-N.Y.) is taking a series of concrete steps toward a likely campaign for president in 2008, settling on key members of her campaign team, recruiting potential new additions to her staff, and calling Democratic activists in states with early primaries and caucuses.

No final decision on running is expected before the end of the year, according to sources knowledgeable about her thinking, as Clinton works methodically through a checklist of preparatory steps. But she and her inner circle are already ramping up for what could be a history-making bid for the White House.

The latest move is the choice of longtime adviser Patti Solis Doyle as campaign manager. That follows the recent recruitment of three seasoned political operatives who, if she runs, would play key roles on what is now a rapidly expanding Clinton campaign organization.

The three are Jonathan Mantz, who has been working for New Jersey Gov. Jon S. Corzine (D), as finance director; Phil Singer, who was communications director for the Democratic Senatorial Campaign Committee, as a communications strategist; and Karen Hicks, who ran former Vermont governor Howard Dean's New Hampshire operation in 2004, to oversee organizing, particularly...

LINK

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

TENHAM UM MUITO BOM DIA



















new york city, 1998 - daguerrotype
about jerry spagnoli (link)



AVISO À NAVEGAÇÃO


A lógica de colocação de textos neste blogue
não obedece à lógica corrente na blogosfera.

Este blogue não é para preguiçosos.



NÓS POR CÁ TODOS BEM

Temas do rectângulo

Quando da próxima vez levantarmos a voz contra os "fracos reis" que nos governam,
tenhamos a coragem de reconhecer neles a triste imagem da "fraca gente"
em que nos deixámos transformar.
viriato soromenho marques - visão 18.5.2006

LAS MOVIDAS




















testigos de la movida (link)
about pablo pérez mínguez (link)


LAS MOVIDAS























alexandre melo - a idade da prata (link)
about mário cabrita gil (link)

LAS MOVIDAS

É curioso, e certamente sintomático da forma como o mesmo acontecimento (la movida) é encarada pelos seus protagonistas, que Pablo Pérez Minguez tenha utilizado a côr para fotografar os ícones madrilenos da época, enquanto entre nós Mário Cabrita Gil, em Lisboa, utiliza o preto e branco para captar os "astros" caseiros.

Em Madrid captava-se a vida e a alegria do momento, em Lisboa a pose era para a posteridade.

Curioso.