quarta-feira, 28 de março de 2007

DE VACANÇAS,
MAS SEMPRE AO LADO DO POVO
























foto: fernando gonçalves
nota: manisfestação de hoje, em lisboa.

segunda-feira, 26 de março de 2007




AVISO À NAVEGAÇÃO

A formiga vai de vacanças.

Voltará lá para meados de Abril.

Divirtam-se!

domingo, 25 de março de 2007

- Olá bom dia fala a Marta.
- Estou sim? É do clube “In the lap”?
- É sim. Em que posso ser-lhe útil? Quer dizer, assim, pelo telefone claro. O resto é a pagar. Mas também vamos ao domicílio.
- O meu nome é Pigmaleão e precisava de uma modelo…
- Modelo… Pois, toda a gente quer modelos. Também temos uma massagista, uma relações públicas e uma professora de Biologia da EB 2/3 de Viana do Castelo…
- Não, o que eu queria mesmo era uma modelo…
- Loira, morena, país de leste, brasileira?...
- Não interessa. Tem é de ser bonita.
- Mas assim vai ser difícil. Aqui somos todas bonitas.
- Humm…
- Sim?... Quer ver o catálogo? Pode consultar-nos pela internet no site www.inthelap.com. Espera 5 dias após a “encomenda” e esta ser-lhe-á entregue em casa.
- Não, eu precisava de uma modelo agora.
- Agora? Isso está assim tão mal?
- Não é isso. É que já tenho aqui o bloco de mármore para esculpir.
- Já ouvi chamar-lhe muita coisa, mas bloco de mármore é que não. Presunção e água benta cada um toma a que quer.
- Ó menina arranja-me alguém ou não?
- Assim de repente… não.
- E se viesse você?
- Eu?! Eu tenho de atender telefones até às 17h.
- Venha depois disso. Eu pago bem.
- Isso dizem todos.
- Vem ou não vem? É que se não vem vou ter de me desenvencilhar de outra forma.
- Se eu não for deixo-o, em todos os sentidos, “na mão”, não é?
- É!
- Então está bem. Diga a morada.
...

Giulio Bargellini
Pigmalion
1896
Galeria Nationale d'Arte Moderna, Roma

- Então homem, estou aqui há mais de 20 minutos nua, com um frio que até se me arrepiam as sobrancelhas e você a olhar.
- Estou a estudar a posição.
- Ai minha nossa senhora! Ainda vai aí? Nem amanhã!
- Deixe-se ficar quieta mais uns 30 minutinhos.
- 30 minutos? Está doido? Eu vou mas é para o atelier do Courbet que sempre tem piso radiante.
- Marta!!!
- Isso é um nick, otário!

sábado, 24 de março de 2007

HAVE YOU?
















foto: fernando gonçalves

sexta-feira, 23 de março de 2007

TENHAM UM MUITO BOM DIA























about erwin olaf (link)

A NÃO PERDER

O capitalismo funciona mal para o povo.
Funciona bem para a burguesia, para as classes altas.
Ninguém está interessado em liberdade.
Eu diria que a liberdade está sobrevalorizada, até no meu país.
Damos liberdade às pessoas e o que é que elas fazem?
Vêem um estúpido programa na televisão,
lêem a revista "Hello", tiram férias em Málaga...


...Somos muito bons no sexo, sabemos todas as posições,
e se nos tivermos esquecido podemos ver na Net.
Mas na amizade - especialmente os homens - não somos tão bons.
É uma arte muito especial.


Vejo os miúdos no meu país, na baixa,
com os bonés de baseball e as t-shirts...têm tudo.
O que comer, educação e tratamento médico de graça,
rádios intelectuais, jornais de qualidade, livrarias onde podem comprar tudo.
E o que fazem? Comem McDonald´s e compram revistas estúpidas
e vêem futebol.
Ough! (contorce-se) São saudáveis, têm tudo! E escolhem nada.
Faz-me desesperar...

in:robert dessaix em entrevista à ípsilon de hoje



NÓS POR CÁ TODOS BEM

Temas do rectângulo

Quando da próxima vez levantarmos a voz contra os "fracos reis" que nos governam,
tenhamos a coragem de reconhecer neles a triste imagem da "fraca gente"
em que nos deixámos transformar.
viriato soromenho marques - visão 18.5.2006

COM A DEVIDA VÉNIA

O maior sacana português
1- Ontem, comecei o dia mal disposto. Então não é que sou cidadão de um país cujo primeiro-ministro não é engenheiro civil, mas apenas licenciado em Engenharia? O facto por si só não explica a nossa crise, mas, quem sabe?, não é factor de peso. Salazar, dito o Botas, salvou as nossas finanças mercê dos seus profundos conhecimentos e confortável assento na cátedra de Coimbra, mas, depois, enterrou o país. Marcelo, que também tinha cátedra na praça de Lisboa, saiu de tanque para um exílio triste depois de uma governação medíocre. Sócrates, que é apenas um licenciado, ainda por cima por uma universidade que anda agora nas bocas do mundo pelas piores razões, só pode acabar pior. Afinal de contas, ele nem engenheiro é! A Europa que se cuide! Dentro de poucos meses, terá na presidência um reles licenciado! A Europa, aliás, preocupa-se muito com isso. Os drs. e eng.ºs não são usados e, por exemplo, Jacques Delors, o último grande dirigente europeu, não tinha curso superior. Em Portugal, infelizmente, continua a valorizar-se os títulos académicos. Ai de quem seja apenas "senhor" ou "senhora". Significa isto que continuamos agarrados às aparências, olhando de soslaio os que sem título académico progridem, fazem progredir, e se notabilizam. E não faltará quem, tendo lido ontem o "Público", acabe concluindo que "ele nem engenheiro é". Uma tristeza, se assim for.

2 - Ao que parece, Salazar vai ganhar o tal concurso de o melhor português. Vale o que vale. Vale bem mais o belíssimo comentário dos Gato Fedorento não se faz; um homem que toda a vida andou a evitar as eleições democráticas tem a sua primeira vitória depois de morto. Se é verdade que ele vai ganhar, se é verdade que um qualquer sindicato de voto o elegerá, fique então essa consolação de o ditador, depois de morto, ter sido sujeito à opinião livre dos cidadãos. E voltando ao tema inicial: o grande português é um prof. dr. Foi um grande sacana, possivelmente o maior sacana português. Mas era prof. dr.. Bom proveito!
in: josé leite pereira - jornal de notícias (link)

É SÓ UMA CURIOSIDADE.

1 - PSD pede "cabal esclarecimento" sobre licenciatura de Sócrates.

2 - Manuel Monteiro monta banca na Baixa de Lisboa e declara que "a direita está aqui".

3 - Jardim aprovou obras de 130 milhões de euros na sessão em que se demitiu.

4 - Câmaras da Madeira triplicam dívidas em dois mandatos.

5 - Bruxelas ameaça Portugal com novos processos ambientais no Dia Mundial da Água.

6 - Metade dos médicos visitados pela Deco receitou antibióticos a pessoas saudáveis.

7 - Rui Verde passou da reitoria da UnI para a prisão da PJ.

8 - Valentim faz defesa em directo na RTP.

9 - Norte em queda.

10 - Pelo menos metade dos rottweilers estão ilegais.

11 - Filme "Fados" (de Carlos Saura) promovido sem artistas portugueses.

Estes são alguns dos títulos de hoje dos jornais Público, Diário de Notícias e Jornal de Notícias.

Que a situação na Madeira seja cada vez mais o "jardim" do Jardim, que Bruxelas ameace Portugal com processos ambientais, que os médicos receitem antibióticos a pessoas saudáveis, que o reitor de uma universidade seja preso e os alunos que se lixem, que a RTP dê AINDA cobertura ao major, que animais que assassinam pessoas estejam mais de metade fora de controlo, que a situação económica no norte do país se degrade cada vez mais com o inevitável empobrecimento das populações mais carenciadas (sim, que as outras continuam a têr os ferraris e serralves...), que um filme cujo tema é a dita "canção nacional" não tenha nenhum português na sua promoção, enfim, estes pequenos casos não atormentam o maior partido da oposição, o PSD.

O grande drama nacional reside no facto de estarmos todos, mas todos, ansiosamente à espera de saber se José Socrates, afinal, é engenheiro ou não.

Se for, o déficite está salvo, se não for, quem nos acode?

O Dr. Marques Mendes? Sim, que esse parece têr um curso sem mácula.

Já agora, e sabendo-se desde há muito das insinuações que corriam nos blogues e nas redacções dos jornais sobre as habilitações literárias de José Socrates, não deixa de ser curioso constatar que o Público tenha agarrado AGORA este tema, duas semanas a seguir à derrota da Sonae na sua tentativa de controlo da PT, e uma semana após Belmiro de Azevedo têr tecido duras criticas ao governo pelo papel (real ou imaginado) que teve no desfecho da referida opa.

É só uma curiosidade, mais nada.

quinta-feira, 22 de março de 2007

TENHAM UM MUITO BOM DIA


















about sergei maslov (link)



NÓS POR CÁ TODOS BEM

Temas do rectângulo

Quando da próxima vez levantarmos a voz contra os "fracos reis" que nos governam,
tenhamos a coragem de reconhecer neles a triste imagem da "fraca gente"
em que nos deixámos transformar.
viriato soromenho marques - visão 18.5.2006

WHAT RUSSIAN WOMEN WANT: A GALLERY

Moscow, said Gogol, “doesn’t like to do anything halfway. If the aristocracy decide to party, they will party until they drop and won’t worry if it costs more than they have in their pockets.” Replace the 19th-century novelist’s nobility with today’s nouveaux riches and the spirit of Russia’s capital seems pretty much the same. There is nothing halfway about the petro-dollar tycoons with their gas-guzzling Hummers, gilten-crusted nightclubs and haute-couture girlfriends. So, when it comes to the art biennale that opens this week, you can’t expect Moscow to behave like some bashful newcomer — even if it is one. A team of eight international curators — fronted by the “commissioner” Josef Backshtein — have been hired. Together they stage a sprawling, multifaceted event. Footnotes on Geopolitics, Markets and Amnesia is the theme — and if you don’t know what that means, the catalogue offers no illumination. Gabble about “macro-economic battles” and “neo-liberal reality” meet all the currently acceptable standards of artistic impenetrability. Besides, Backshtein has been far too busy battling hydra-headed problems. “The amazing thing about this biennale,” as one astonished Muscovite told me, “is not that they have put it on, but that they thought they could put it on when they knew that the bureaucracy would be a complete and utter mess.” The principle exhibition, for instance, was originally...
link

FROM RUSSIA WITH LOVE - I























A FUNNY THING HAPPENED ON THE WAY TO THE BROTHEL
All things considered, it had been a long and contradictory day. I was still sitting in the grey suit I’d stepped into 24 hours ago in a grey London dawn, and here we were, the suit and me — two airports, two dinners, two parties, three time zones, four traffic jams, three bodyguards and approximately 36 small, perfectly perky breasts later — clutching the international hospitality of a warm Coke, slouched on the sofa with a troika of new Russian friends, a photographer and a translator, and Clarkson.

In a gents’ club in downtown Moscow somewhere, Jeremy is keeling over like a stricken junk. He is still wearing most of his London suit, but he’s also casually thrown on a virtually naked Ukrainian lady with legs longer than the Trans-Siberian railway and a smile that could melt buttons. She’s not wholly naked, she’s still wearing the merest thong... Oh no, that’s come off, revealing a pubic tonsure as slim as a gulag snout. Though I expect it looks like a mohair beanie from where Jeremy’s sitting.

“My, these are very attractive lap-dancers,” he shouts by way of polite conversation to our host, a charming and taste-free Russian plutocrat who...
link

foto: deborah turbeville (link)

FROM RUSSIA WITH LOVE - II
















THE TSARS COME OUT TO PLAY
For wealthy Russians, the buzz begins three or four months in advance. Those who normally live in London are soaking up the sun in Barbados, the Christmas destination they tend to favour over all others. Here, under the swaying palms, Sasha Ratiu and her friends start planning their diaries round the social calendar we know as “the season”.

The start of the season pulls toffs, aspiring toffs and pretty much everyone else to the banks of the Thames for the Oxford and Cambridge Boat Race at the end of March or beginning of April – the theory is that they stay in their finery for a glittering sporting and cultural programme that stretches through to Cowes Week in August.

On her return from Barbados, as soon as the spring’s collections slip onto the rails of Bond Street’s most exclusive stores, Ratiu begins her search for the perfect outfit for the royal enclosure at Ascot. There follows a round of lunches, at which she checks that none of her friends will be wearing anything similar. “That would be a disaster!” the 45-year-old jeweller says, her deep-blue eyes wide, and...
link

FROM RUSSIA WITH LOVE - III



















ABRAMOVICH MUST KEEP HIS CROWN BUT IS RELEGATED IN OLIGARCH LEAGUE

Roman Abramovich has lost a title that he would rather have kept and kept one that he wanted to lose after a day that illuminated the rules of life in President Putin’s Russia.

The Chelsea owner was overtaken as Russia’s richest man by an aluminium magnate whose estimated fortune of $21.2 billion (£10.8 billion) is said to make him $200 million richer than Mr Abramovich, whose football club is second in the English Barclaycard remier-ship. In another reversal, Mr Putin compelled Mr Abramovich to remain in office as governor of a far-flung region in the Arctic Circle two months after he tried to resign.

Mr Putin plainly means to keep a grip on the oligarchs as next year’s presidential elections approach. Despite Mr Abramovich’s billions, he has to display loyalty to Mr Putin. Mr Putin’s power-play also illustrates the uneasy relationship between the Kremlin and the business elite whose wealth is resented by ordinary Russians, who believe that much of it was stolen in privatisation deals in the 1990s. The Kremlin said that Mr Putin valued Mr Abramovich’s work as Governor in impoverished Chukotka.

Mr Abramovich’s huge investments to improve living standards in Chukotka are often cited as an example to others in showing loyalty to the Kremlin.

The jailing of Mikhail Khod-orkovsky, who was the richest...
link

foto: alexander rodchenko (link)















about edouard de pazzi (link)

quarta-feira, 21 de março de 2007

TENHAM UMA MUITO BOA PRIMAVERA

Sábado, 10 de Março de 2007



O vermelho e o amarelo das bandeiras agitava-se no ar como um néon que brilhava ainda mais com a tensão reinante, que para além de uma festa ou uma manifestação, anunciava uma revolução. Dois senhores com idade para usufruírem do bonito serviço de pensões do Estado explicavam a um turista, cada um a exprimir-se na sua língua, utilizando sem preocupações o vernáculo da outra repleto de atropelamentos ao sotaque, o porquê da manifestação: “É por causa da ETA”, “Não é por causa dos atentados terroristas de 11 de Março?”, “Não, isso é amanhã”.
Dizem que em Espanha o desporto nacional é a inveja. (Melhor do que em Portugal que para mim tem como desporto nacional passear no centro comercial aos sábados à tarde - mesmo com o clima privilegiado de que o país goza -, tirar fotografias com o telemóvel e jantar num belo exemplar de franchising alimentar.) Pois mesmo isso está a mudar; a par das siestas, das fiestas e da inveja, o desporto nacional espanhol é a manifestação. Não há semana sem manifestação: ou organizada pelo PP utilizando como mote o fracasso das negociações entre a ETA e o governo de Zapatero, manifestações essas que têm como único objectivo tomar o poder nas próximas eleições para o cargo; ou então, organizada pelo próprio partido no governo e grupos de apoio ao mesmo. Numa semana realizaram-se duas manifestações: uma contra e outra a favor. Mas para contar manifestações existe já este site de referência, o manifestómetro, que nos dá conta do local e dimensão das manifestações em Espanha. Em Espanha, é como quem diz, em Madrid. É que se fossem contabilizadas as manifestações em intensidade por toda a Espanha, a Catalunha anti franquista ganhava o concurso. Independentemente de se concordar ou não com a política de Zapatero, que não deve ser confinada à quebra da regra de ouro que diz que com terroristas não se negoceia, este executivo tomou mais medidas que devem ser tidas em conta.

As pessoas empunhavam cartazes onde se pedia a demissão do chefe do governo espanhol, onde se falava de liberdade relativamente ao caso de Juana de Chaos (o etarra que cumpria pena e por greve de fome acabou por poder usufruir da benesse da pena em prisão domiciliária. Dito por um autóctone, Juana terá referido que o sangue das vítimas era para ele como lágrimas de alegria. A Espanha dividia-se entre quebrar um pouco ante o sopro de vida do etarra ou manter-se de bandeira em punho e repetir palavras de ordem contra o homem que lhe tinha concedido esse pequeno perdão. Quebrar sim, mas jamais torcer.

Entretanto passa um jovem apressado com o queixo friorento escondido no blusão. Na mão levava um saco de plástico e estugou o passo quando soltou um sonoro “fascistas”. O brilho dos olhos do jovem bateu no brilho do broche da senhora que explicava ao turista o propósito da manifestação. A praça elevou-se num coro, acossada pela acusação, as bandeiras elevaram-se mais alto e gritou-se desordenadamente, mesmo aqueles que muito longe não tinham percebido o dito do jovem: terrorista, filho da ****, etarra, morre, morre…

No dia seguinte, as bandeiras agitaram-se no mesmo sítio e em outros sítios por todo o país. Nesse dia 11 de Março, todos nós pudemos dizer Ich bin ein “Madridner”. Na Espanha de hoje, 3 anos após o atentado as manifestações são muitas, mas o consenso pouco. A Espanha não quer sofrer mais, nem que para isso tenha de arrancar um braço e tal como um cão, ladrar à primeira caravana que passa.

DADO QUE CHEGOU A PRIMAVERA...


IMPORTA-SE DE REPETIR?

"Os hooligans chegaram à política. De fatinho às riscas e cabelo lambido.
A direita sempre foi caceteira. A novidade é terem entrado num processo antropofágio.
Começaram a comer-se uns aos outros.
Que decadência aviltante".
in: júlia pinheiro - jornal 24 horas de 20.3.2007

Comentário da formiga: é da primavera, querida. é da primavera...

DADO QUE CHEGOU A PRIMAVERA...

ESPERAR PARA VER

O nosso pequenino mundo está em grande ebulição. À direita, no PP, onde antes havia personalidades que se odiavam cordialmente - expressão usada por um velho dirigente -, caiu o "cordialmente". Nos salões bem almofadados de um hotel de cinco estrelas, montou-se uma enorme peixeirada com os mais inesperados intervenientes. O resultado final será catastrófico.

No PSD, Santana Lopes já ameaça voltar, tal é o vazio que vê na liderança e à sua volta; mas a hora dificilmente será dele. Peixes de águas mais profundas sabem que ainda não é o momento-chave e não embarcam nas primeiras marés.

O PCP apressa-se, via CGTP em montar o cenário para uma greve geral. A ocasião é boa - cresce o descontentamento.

No PS, as certezas deram lugar a algumas dúvidas. Então não é que a Ota já não oferece tanta segurança como até aqui? Então não é que nomes que até são próximos do primeiro-ministro já se interrogam sobre se a Ota será a melhor localização para o novo aeroporto? O interessante dos próximos dias será ver como vai José Sócrates "segurar" o voluntarioso e acérrimo otista, o ministro Mário Lino; ou ver se este último deixa de ser otista acérrimo e como vai gerir esse golpe de rins tão complicado.

Dito em bom português, o panorama político baralhou. Baralhou para o Governo e para o PS, porque à medida que se avança no tempo os erros são indesculpáveis e se exige que as opções sejam certas. Baralhou para a oposição, porque no PSD não há umaliderança forte e no PP se desatou aos tiros nos pés num espectáculo verdadeiramente circense. E vai complicar para o PCP, porque, encaminhando-se para a saída do costume - a greve geral -, é bem capaz de encontrar as dificuldades do costume e o resultado do costume.

A ebulição política aconselha alguma moderação esperar para ver.

in: josé leite pereira - jornal de notícias de 21.3.2007

Comentário da formiga: o que nos vale é que "O Povo é Sereno", como dizia o outro...

DADO QUE CHEGOU A PRIMAVERA...


BORN IN THE U.S.A.
Nem sempre fotografia e política americanas













about tacita dean (link)

DADO QUE CHEGOU A PRIMAVERA...


DADO QUE CHEGOU A PRIMAVERA...

FROM TROPHY WIFE TO TOXIC WIFE
You may not know one personally, but you will certainly have read about them. They are, increasingly these days, the figures who emerge triumphant from the divorce courts. They are the ones who get to keep the house (no mortgage), the cars (usually more than one), the staff (approaching double figures) and, more often than not, half the husband's fortune, regardless of what she has done to contribute towards it.

I'm not talking about the ones who sacrificed careers at the altar of family life only to be cruelly abandoned when their useful days are done. I'm talking about the ones who knowingly take their husbands to the cleaners claiming, while they are at it, that they could do with £20 million or so to keep them in blow-drys. What kind of person actually needs £20 million for spending money? The Toxic Wife, that's who.

Such was the furore earlier this year over my identification of Toxic Wife Syndrome in the pages of the Telegraph that it is clear I have hit a raw nerve. From the staggering response, from Japan to Iraq and America to Berkshire (where my article is now framed in the gentlemen's loo of a Lambourn pub), there...
link

terça-feira, 20 de março de 2007

CONHECIMENTO, TEORIA E TENSÃO
ENTRE CONHECIMENTO LOCAL E UNIVERSAL


Por me parecer muito esclarecedor, e por ter sido publicado na revista Time, de radicalismo notório, já citei em outras ocasiões, e voltarei a fazê-lo, o artigo de John Elson, intitulado The Millennium of Discovery. How Europe emerged from the Dark Ages and developed a civilization that came to dominate the entire world (“O Milénio da Descoberta. Como a Europa emergiu da Era das Trevas e desenvolveu uma civilização que acabou dominando o mundo inteiro”) . É de lá que procedem estas linhas: “O triunfo do Ocidente representou, de muitos modos, uma vergonha sangrenta – uma história de atrocidade e de rapina, de arrogância, cobiça e poluição ecológica, de desprezo insolente por outras culturas e intolerância para com credos não-cristãos.” Só num ponto deve ser modificada esta sentença verídica e rude: o uso do tempo verbal no passado. Tal história não é somente o que “o triunfo do Ocidente” foi, mas sim o que continua sendo para o resto do planeta. Há tantos exemplos recentes, que nos sentimos dispensados de lembrá-los. Nos últimos tempos, vem-se generalizando a prática de usar, em lugar de Oeste, ou Ocidente, o vocábulo Norte, o que transforma os outros países, por exclusão binária, no Sul. Como no caso anterior, não faz sentido apegarmo-nos ás origens geográficas. No caso, trata-se de diferenças estruturais, e não topográficas.

Os colonizadores costumavam contar, entre os povos oprimidos, com intermediários para os quais a divisão resultava, e continua resultando, bastante proveitosa. Para dizer tudo isso com os termos de alguém tão inconfundivelmente defensor de nossos valores, como Darcy Ribeiro, que os emitiu precisamente em seu livro, ao qual ainda voltarei, “o atraso da América Latina não é natural nem necessário; ele só existe e persiste porque temos sido coniventes com os seus fatores causais. [....] Não há como descartar a conclusão de que as causas estão em nós próprios, não em carências naturais, inatas ou históricas, mas em conivências que são nossa culpa. // Com efeito, ninguém duvida hoje de que o projeto de exploração colonial e neocolonial da América Latina – tão desastroso para os nossos povos, que pagaram o seu custo em opressão, penúria e dor – foi extremamente bem sucedido para os que o comandaram e dominaram como classes dominantes. [....] // Foi o nosso projeto classista de prosperidade que nos induziu, ao sair da dominação colonial, a buscar novas sujeições, porque esta era a forma de manter e ampliar velhos privilégios. [....] Tudo isso para gerar excedentes, para alimentar regalias de uma nata social superprivilegiada, na qual a intelectualidade conseguiu sempre incluir-se.”
in: roberto fernandéz retamar - sociedade do conhecimento X economia do conhecimento (link)

domingo, 18 de março de 2007

PULITZER PRIZE
















La imagen de ese buitre acechando a una niña moribunda en África le persiguió en vida. Con ella atrapó el Pulitzer, pero también la maldición de una pregunta: “¿Qué hiciste para ayudarla?”. A Kevin Carter, cronista gráfico de la Suráfrica del ‘apartheid’, la presión le empujó al suicidio. Un periodista testigo de aquellos años rememora su figura.

Un hombre blanco perfectamente bien alimentado observa cómo una niña africana se muere de hambre ante la mirada expectante de un buitre. El hombre blanco hace fotos de la escena durante 20 minutos. No es que las primeras no fueran buenas, es que con un poco de colaboración del ave carroñera le salía una de premio, seguro. Niña famélica con nariz en el polvo y buitre al acecho: bien; no todos los días se conseguía una imagen así. Pero lo ideal sería que el buitre se acercara un poco más a la niña y...

LINK & LINK & LINK

LOS DESAPARECIDOS























El Museo del Barrio, New York’s premier Latino and Latin American cultural institution, will present The Disappeared (Los Desaparecidos) from February 23 – June 17, 2007. This traveling exhibition, organized by the North Dakota Museum of Art and curated by Laurel Reuter, brings together visual artists’ responses to the tens of thousands of persons who were kidnapped, tortured, killed and “vanished” in Latin America by repressive right-wing military dictatorships during the late-1950s to the 1980s.

The Disappeared (Los Desaparecidos) gathers 14 contemporary living artists from seven countries in Central and South America (Argentina, Brazil, Chile, Colombia, Guatemala, Uruguay and Venezuela), all of whose work contends with the horrors and violence stemming from the totalitarian regimes in each of their nations during the mid- to late-20 th century. Some of the artists worked in the resistance; some had parents or siblings who were disappeared; others were forced into exile. The youngest were born into the aftermath of those dictatorships. And still others have lived in countries maimed by endless civil war. These artists whose work is represented in the exhibition are Marcelo Brodsky , Luis Camnitzer , Arturo Duclos , Juan Manuel Echavarría , Antonio Frasconi , Nicolás Guagnini , Nelson Leirner, Sara Maneiro , Cildo Meireles , Oscar Muñoz , Ivan Navarro , Luis González Palma , Ana Tiscornia and Fernando Traverso . Also included is a collaborative installation Identity/Identidad by a collective of 13 Argentinean artists.

The range of visual languages -- drawings, prints, photographs, installations and mixed media -- incorporated in The Disappeared (Los Desaparecidos) frequently employs similar forms to evoke the presence of the missing person or persons. Bodies, faces, personal possessions and names, often methodically compiled and arranged, appear both boldly and subtly throughout the work in the exhibition. “Through their intense visual and emotional impact, these works communicate the unspeakable and reveal the artist’s assumed role of social responsibility towards ending the silence surrounding these extreme cases of human rights violations,” says Julián Zugazagoitia, Director of El Museo del Barrio. “In this context of public awareness and education through art, El Museo, as the only venue in the Eastern United States for this internationally traveling exhibition, aims to assemble as broad an audience as possible to confront and preserve the memory of these recent historical tragedies.”

LINK


sábado, 17 de março de 2007

HAVE YOU?
















fotos - fernando gonçalves

HAVE YOU?

HAVE YOU?

sexta-feira, 16 de março de 2007

TENHAM UM MUITO BOM DIA


















about sara macel (link)



NÓS POR CÁ TODOS BEM

Temas do rectângulo

Quando da próxima vez levantarmos a voz contra os "fracos reis" que nos governam,
tenhamos a coragem de reconhecer neles a triste imagem da "fraca gente"
em que nos deixámos transformar.
viriato soromenho marques - visão 18.5.2006

ISTO PROMETE

Segundo o matutino local Koelner Stadt Anzeiger, citado pela Lusa, Dammann (substituto de Pinamonte no S.Carlos) "faz bem em sair [da Ópera de Colónia]": o prolongamento do seu contrato após Agosto de 2009, escreve o jornal alemão, não estaria, de todo, garantido.
Comos sucesso ficam registados Hensel e Gretel, um espectáculo típico de Natal, e Cosi Fan Tutti, de Mozart, ambas aplaudidas pela crítica. Mas no geral, Schwering pensa que Daman não foi capaz de tirar a Ópera de Colónia da mediocridade em que se encontra há já alguns anos, embora reconheça que os meios que teve também não ajudaram".
in: diário de notícias de 16.3.2006

Na sequência do anúncio da sua saída da ópera dos teatros de Colónia, o diário local Koelner Stad Anzeiger punha ontem a questão preto no branco: "Christoph Dammann deixa a Ópera de Colónia antes do fim do seu contrato. Faz bem, para evitar a humilhante desmontagem que teria pela frente", diz o diário alemão.
in: jornal público de 16.3.2007

Mas afinal, aqui para nós, onde está a surpresa?

Afinal a dupla que "governa" o Ministério da Cultura só sabe rodear-se de gente medíocre e que não conteste as "iluminadas" decisões do par.

A partir daí, é o "fartar vilanagem".

Mas essas são outras estórias...


quinta-feira, 15 de março de 2007

TENHAM UM MUITO BOM DIA























about elena dorfman (link)



NÓS POR CÁ TODOS BEM

Temas do rectângulo

Quando da próxima vez levantarmos a voz contra os "fracos reis" que nos governam,
tenhamos a coragem de reconhecer neles a triste imagem da "fraca gente"
em que nos deixámos transformar.
viriato soromenho marques - visão 18.5.2006

DE VITÓRIA EM VITÓRIA, ATÉ À DERROTA FINAL.

Que avaliação faz desta ministra da Cultura?
- Não posso fazer, nunca tive uma reunião franca para discutir as minhas preocupações.

E sobre o secretário de Estado?
- Não tivemos um diálogo leal.
in:jornal público de 15.3.2007


Aquilo que o Partido Socialista e o seu Secretário-Geral, e Primeiro-Ministro, parecem não querer entender é que aos poucos e poucos vão semeando sementes de desencanto e frustração junto dos seus apoiantes.

Deste Governo e deste Partido Socialista não são de esperar comportamentos como os protagonizados pela actual equipe do Ministério da Cultura ou dos seus representantes na Câmara Municipal de Lisboa.

É patético assistir ao "nascimento" de um blogue protagonizado pelo actual Ministro da Administração Interna, António Costa, no qual não são admitidos comentários, ou do novo blogue de Dias Batista, vereador da Câmara Municipal de Lisboa, no qual os comentários só são publicados após apreciação pelo "dono" do blogue.

Estes comportamentos relevam da distância que separa estes personagens do mundo real, bem como do seu modelo de pensamento: não gostam de ser contestados, e só aceitam, quando aceitam, as observações préviamente por si escolhidas.

Este Partido Socialista está desde 2005 sem qualquer tipo de actividade partidária, e prepara-se para "render homenagem" ao chefe no próximo sábado, num encontro de uma "coisa" chamada de Novas Fronteiras.

Este Partido Socialista e a camarilha que rodeia alguns dos seus chefes, estão a preparar o caminho para que num futuro próximo (mais próximo do que muitos imaginam) a direita assuma novamente o poder, depois deste Partido Socialista ter feito o trabalho "ingrato" de sanear as contas públicas, como já aconteceu, por exemplo, com Mário Soares.

Este Partido Socialista tem menos de dois anos para preparar o próximo acto eleitoral. (os seis meses da presidência europeia não contam para este campeonato, em princípio...).

Será que vai conseguir?

A avaliar pelo autismo demonstrado, temos sérias dúvidas.

E é pena, porque assim nunca mais deixamos de ser um quintal mal frequentado.

Mas sempre sobram as novelas e o futebol...

A PAZ CINZENTA NO REINO DA ROSA

O DN publicou, na edição de segunda-feira, uma longa entrevista com Augusto Santos Silva, um dos ministros e dirigentes do PS que têm a reputação, merecida, de há muito reflectirem sobre a acção política e a ideologia que a deveria enformar.

Santos Silva faz o balanço previsível (do ponto de vista do Governo) da primeira metade da legislatura, lança dois ou três alertas, suaves, muito suaves, sobre as coisas que têm corrido menos bem e deixa uma resposta sintomática sobre a matéria que, hoje, aqui nos interessa: o quase deserto de reflexão, debate interno e análise crítica que nestes tempos caracteriza o Partido Socialista e as suas áreas periféricas.

Interrogado por Pedro Correia sobre se hoje "falta debate no PS", responde o ministro: "Em 2004, o partido discutiu na praça pública tudo quanto tinha a discutir em matéria de estratégia política e de composição da direcção." Perante a insistência do jornalista ("Foi a última vez que se discutiu alguma coisa no PS?"), o ministro não resistiu à ironia: "Olhe que não, olhe que não... Segundo o DN, discute-se muita coisa no PS - a política de Saúde, o combate ao tabagismo..."

Bem sei que a impopularidade de uma larga fatia do...
in: mário bettencourt resendes - diário de notícias de 15.3.2007 (link)

A INVEJA E A MESQUINHEZ, ESSAS FATAIS DOENÇAS NACIONAIS

..."Mas não. A qualidade não parece ser o critério do momento. Mais depressa a mentira e a manipulação (veja-se a forma despudorada como a saída de Pinamonti foi apresentada como correspondendo a uma demissão, utilizando para tal um extracto fora do contexto de uma das cartas que escreveu a uma ministra que nem merece que se lhe cite o nome). Mais depressa o populismo sem horizontes (que é isso do São Carlos para turismo cultural? Matinés para japoneses?). Ou, pior ainda, mais depressa dirigista e controleira, velha tentação de quem já foi controleiro na vida política e de quem entende que, na cultura, também há uma linha justa.

Por isso o provincianismo. E a inveja, bem evidente noutras situações, como a que também hoje relatamos relativamente ao Museu Nacional de Arte Antiga. Uma directora faz bom trabalho, destaca-se, consegue dinheiro de mecenas? Então pancada para cima, que o palco em Portugal é curto e os mediocres nunca apreciaram quem a seu lado fosse capaz de se destacar.
Em terra de cegos, quem tem um olho é rei. Arranquem-se pois os olhos a todos que não são cegos..."
in: josé manuel fernandes - jornal público de 14.3.2007



















about lisa kereszi (link)

NEW YORK VERSUS FAST FOOD

From the moment the footage from the infested Taco Bell aired, the rat story had legs. Tourists came to gawk and have their pictures taken at the Greenwich Village restaurant where the large rodents had been seen scurrying across the floor and climbing the tables. Passersby scrawled rodent-themed graffiti on Health Department closure notice ("Gimme a Side of Mice and Beans!"; Try Our New Burrato!"). The rats were "the best local news story you could possibly have," gushed an editor for WNBC. David Letterman made jokes about them on late night television.

Officials at City Hall, however, did not seem so amused. Having rats take over a restaurant was a major embarrassment, especially given that the Taco Bell/KFC in question had passed a health inspection less than 24 hours earlier. The department closed over a dozen other restaurants for health violations since February 23, and city officials have talked up the toughness of its inspection process.

Once again, City Hall seems to be at war with...
link

TATE WOOS US PATRONS WITH COCKTAILS AT 10 DOWNING STREET

Tate’s US fund-raising organisation is offering its members the opportunity to attend a reception hosted by Tony and Cherie Blair at 10 Downing Street.

Supporters of Tate who spend at least $25,000 booking tables at a gala dinner in New York on 8 May are being invited to have drinks with the British Prime Minister and his wife in London on 16 June. This presupposes that Mr Blair will not have left office by then.

The Chair of the American Patrons of Tate, Lady Lynn Forester de Rothschild, who is married to British financier Sir Evelyn de Rothschild, secured Mr Blair’s support.

“She knows the Prime Minister and he was thrilled to discover that Americans were supporting our fund-raising gala in New York so he offered to host a drinks party,” says Richard Hamilton, director of the American Patrons of Tate. The offer was made after Mr Blair and his family had spent 10 days in Miami Beach just after Christmas, according to Mr Hamilton.

Tickets for the gala dinner at the Riverfront Pavilion Midtown at 39th Street and West Side Highway cost $25,000 for half a table or $50,000 for an entire table. To date, 30 tables have been booked. All of the money raised by the dinner will be used to purchase art for Tate.

Those who have secured tables and an invitation to 10 Downing Street include Latin America’s richest man, Carlos Slim Helu, the Mexican telecoms tycoon whose fortune is estimated at $30 billion, Jeanne Donovan Fisher, the widow of Morgan Stanley chairman Richard B. Fisher, Donald Marron, founder and ceo of private equity investment firm Lightyear Capital, who built one of the largest corporate collections in the US when...
link

quarta-feira, 14 de março de 2007

TENHAM UM MUITO BOM DIA























about peter hujar (link)



NÓS POR CÁ TODOS BEM

Temas do rectângulo

Quando da próxima vez levantarmos a voz contra os "fracos reis" que nos governam,
tenhamos a coragem de reconhecer neles a triste imagem da "fraca gente"
em que nos deixámos transformar.
viriato soromenho marques - visão 18.5.2006

O PROBLEMA JÁ NEM É A MINISTRA, É O PRIMEIRO-MINISTRO.

FACTOS

  1. - Pedro Lapa acumula o cargo de Director do Museu Nacional do Chiado com o cargo de "adviser" da Ellipse Foundation. Segundo o código de conduta da Associação dos Directores de Museus da América do Norte (México, EUA e Canadá), Pedro Lapa jamais seria admitido naquela Associação.
  2. - O Centro Cultural de Belém, pela mão de Mega Ferreira, cessa o acordo que tinha levado à criação da Festa da Música, sendo muito polémica esta decisão, a nível internacional.
  3. - Pinamonti, director do Teatro de S.Carlos, é despedido por carta, meia-hora antes da sua demissão ser anunciada pelo secretário de estado da cutura. Salazar costumava "despedir" os seus ministros também por escrito, mas com mais antecedência. Curioso verificar que a dupla de ex-comunistas que governam o ministério da cultura siga o exemplo do "velho das botas".
  4. Por incúria do ministério, alguns museus de Lisboa são obrigados a encerrar parte das suas instalações por falta de vigilantes. Para se ter uma ideia mais exacta da dimensão desta questão, consulte-se no livro de reclamações do Museu Nacional de Arte Antiga (é público...) a reclamação apresentada por uma guia turistica que acompanhava um grupo de cerca de vinte turistas americanos, e o que ela diz sobre os comentários dos americanos depois de terem tido visitas frustradas, por encerramento total e parcial dos Museus do Azulejo e do Museu Nacional de Arte Antiga
CONSEQUÊNCIAS

  1. A nivel internacional, e no que à cultura diz respeito, a imagem de Portugal está a ficar muito degradada. Nos circulos mais especializados tem sido motivo de comentários muito agrestes a situação de Pedro Lapa, e a incompreensão que a manutenção de tal situação provoca. Quanto aos comentários que se fazem nos circuitos internacionais de música clássica e agora da ópera, Portugal é cada vez mais olhado como um país não credivel.
  2. O encerramento de museus, por falta de vigilantes, situação que já se arrasta desde meados de 2006, tem tido um impacto muito negativo nos turistas afectados por esta medida, não contribuindo em nada para a manutenção ou melhoria da nossa imagem enquanto país.
  3. É curioso verificar que enquanto internacionalmente a cultura é considerada um veículo essencial para a afirmação da identidade dos povos, mas também como meio de entendimento e aproximação entre culturas (veja-se o estudo Cultural Diplomacy-link), em Portugal o Ministério da Cultura é tutelado por uma "dama" cujos critérios de selecção, segundo nos foi recentemente confidenciado, tiveram como base o facto de ser mulher e de sêr do Porto. Assim, aumentou-se a percentagem de mulheres no governo e deu-se satisfação à "clientela" nortenha.
Portanto, e repetindo, o problema já nem é a ministra, é o primeiro-ministro, que com um comportamento cada vez mais arrogante sanciona o comportamento da parelha que desgoverna o ministério da cultura.

HÁ HERANÇAS QUE NÃO SE RENEGAM

Cosmopolitismo ou provincianismo?
Com a direcção artística de Paolo Pinamonti, o São Carlos viveu nos últimos anos um dos seus períodos mais dinâmicos e diversificados na programação, contando com apostas de qualidade ao nível da encenação e do canto, um feito ainda mais meritório se pensarmos que o orçamento era muito inferior ao da generalidade dos teatros europeus. Pinamonti mostrou inteligência na selecção dos elencos, soube combinar o repertório tradicional com obras esquecidas, a música do século XX, a música barroca e o repertório português. Com uma série de importantes co-produções internacionais conseguiu reabilitar o prestígio do teatro a nível europeu.
O seu pensamento sempre foi cosmopolita, mas não esqueceu os cantores portugueses, integrando-os nos elencos e programando obras em que pudessem ter uma participação dominante. Abriu o teatro ao exterior através de colaborações com outras instituições ou da dinamização do seu espaço com concertos comentados, conferências, da loja e da cafetaria. Colaborou com a Culturgest ou o São Luiz na produção de óperas para crianças.
O que mais se poderia pedir a Pinamonti? Um Estúdio de Ópera como a tutela agora anuncia depois de não ter feito nada para a continuidade do Estúdio de Ópera da Casa da Música? Mas com que dinheiro se ele já é tão pouco para manter uma temporada decente de nível europeu? A tutela devia estar agradecida pelo director artístico cessante ter conseguido o que conseguiu mas em vez disso preferiu ignorar o que se construiu nos últimos anos para propor uma filosofia própria e dirigista, que levanta mais dúvidas do que certezas.
Vieira de Carvalho falou na necessidade de "um salto qualitativo" e da criação de "novos públicos". Mas não foi em direcção a um salto qualitativo e à abertura do teatro ao exterior (no plano nacional e internacional) que Pinamonti sempre trabalhou? Pretende-se também que o teatro seja "um ponto de atracção turística" e tenha uma taxa de ocupação mais alta. Mas que turistas se pretendem atrair e com quê? Com os cantores do futuro Estúdio de Ópera ainda desconhecidos? Será que depois de anos de penúria haverá agora dinheiro para fazer espectáculos diariamente, para dar oportunidades aos cantores portugueses e para manter ao mesmo tempo a dimensão cosmopolita que o teatro conseguiu? Ou será que vamos ficar mais uma vez reduzidos à nossa pequenez e ao nosso provincianismo?
in:cristina fernandes - jornal público de 14.3.2007

Nota do formigueiro: Isabel Pires de Lima e Vieira de Carvalho, dois ex-comunistas, não renegam as origens.
Centralismo e expurgo de opiniões contrárias, este é o mote da dupla.
Até quando, José Socrates?

IMPORTA-SE DE REPETIR?

Entrevistado no Jornal das 9, da Sic Notícias de ontem, e já perto do final da entrevista, o Secretário de Estado dos Transportes e Obras Públicas justificou a opção da Ota para a construção do novo aeroporto de Lisboa com o facto de existirrem inúmeros estudos que apontam para aquela solução.

Para "acabar em beleza", não resistiu e apresentou um número devastador: segundo algum ou alguns daqueles estudos, não percebemos bem, o aumento do número de dormidas estimado para 2020, só para a região de Lisboa, seria da ordem dos 8 mil milhões de dormidas.

Já agora, duas perguntas ao senhor Secretário de Estado:

  1. Onder irão aterrar os aviões que virão trazer as tais 8 mil milhões de dormidas a partir de 2020? Na Ota não cabem...
  2. Onde pensa deitar os cerca de 22 milhões de visitantes diários que o novo aeroporto vai atrair?

A PRÓXIMA SANEADA

Ministério tirou 140 mil euros do mecenato
O ano começou mal para o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), diz Dalila Rodrigues, mas ainda estamos só no princípio (e há uma luz ao fundo do túnel): para a directora do MNAA, a nova lei orgânica do futuro Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), em vias de publicação, será o tudo ou nada. "A tutela impede o MNAA de crescer. Este museu tem de ser uma estrutura autónoma, como o Prado é uma estrutura autónoma em Madrid", disse ontem ao PÚBLICO. Ela quer dar murros na mesa, mas na mesa certa: "Temos de depender directamente do Ministério da Cultura", explicou, na sequência de uma entrevista à Rádio Renascença que voltou a pôr na ordem do dia a turbulência entre o MNAA e o Instituto Português de Museus (IPM).
A insatisfação de Dalila Rodrigues com a tutela (o MNAA depende actualmente do IPM, que brevemente dará lugar ao IMC), e nomeadamente com a forma como a tutela distribuiu os 600 mil euros de apoio mecenático do Millennium BCP (360 mil euros para o MNAA, os restantes 240 mil para o Museu Nacional Soares dos Reis), não é nova. Mas agora, em vésperas de uma redefinição dos organismos do Ministério, a directora do MNAA volta a dizer que nada pode ficar como dantes. "Neste momento eu sou a voz da indignação da museologia nacional e odeio esse lugar. Mas não posso deixar de contestar o actual modelo de gestão. Aguardo com expectativa a lei orgânica do novo instituto, na esperança de que a receita gerada e os apoios mecenáticos passem a ser directamente geridos pelas direcções dos museus que os angariaram", argumenta.
A directora do MNAA considera inaceitável que os 600 mil euros por ela directamente negociados com o mecenas exclusivo do museu, o Millennium BCP, tenham sido redistribuídos. "Eu não teria aceite um mecenas com estatuto de exclusividade por menos de 500 mil euros - estamos a falar do mais importante museu português. O BCP estava muito interessado em apoiar também o Soares dos Reis, mas a verba que esteve na mesa foi sempre de 500 mil euros para o MNAA. Fui informada a posteriori de que ficaria apenas com 360 mil euros porque o IPM queria reforçar a programação do Soares dos Reis", explica Dalila Rodrigues. O MNAA, conclui, foi "duplamente prejudicado": não teve "os 500 mil euros acordados" com o mecenas e, por ter mecenas, não teve dotação do Estado.
Para Dalila Rodrigues, a nova lei orgânica é a última oportunidade de o MNAA ver alteradas as suas "condições de existência". Com ela, pelo menos: a comissão de serviço da actual directora do MNAA termina em Novembro e ela não sabe se quer ficar. "É um processo que carece de várias ponderações e a nova lei orgânica é determinante", sublinha. Contactados pelo PÚBLICO, tanto o director do IPM, Manuel Bairrão Oleiro, como o porta-voz do BCP preferiram não fazer declarações. I.N.

Dalila Rodrigues foi nomeada directora do MNAA em 2004. Estava no Museu Grão Vasco, em Viseu, desde 2001
in: jornal Público de 14.3.2007

BORN IN THE U.S.A.
Fotografia e política americanas























about cellina von mannstein (link)

APPLE: AMERICA´S BEST RETAILER

Sorry Steve, Here's Why Apple Stores Won't Work," BusinessWeek wrote with great certainty in 2001. "It's desperation time in Cupertino, Calif.," opined TheStreet.com. "I give [Apple] two years before they're turning out the lights on a very painful and expensive mistake," predicted retail consultant David Goldstein. Yet five years later, at 4:15 A.M., a light flickered on. Onlookers were bathed in the milky-white glow of the Apple logo, suspended in a freestanding cube of glass at the corner of Fifth Avenue and Central Park South in Manhattan. Dazzling in clarity and 32 feet on a side, the structure was likened variously to a temple, the Louvre Pyramid, Apple's G4 "Cube" computer, a giant button, and even - in the words of NBC's Brian Williams - Steve Jobs' Model T. But it was, everyone could...
link






BELUGA?





terça-feira, 13 de março de 2007

TENHAM UM MUITO BOM DIA




















about gerd ludwig (link)



NÓS POR CÁ TODOS BEM

Temas do rectângulo

Quando da próxima vez levantarmos a voz contra os "fracos reis" que nos governam,
tenhamos a coragem de reconhecer neles a triste imagem da "fraca gente"
em que nos deixámos transformar.
viriato soromenho marques - visão 18.5.2006

E A MINISTRA DA CULTURA NÃO PODE SER INCLUIDA NO "PACOTE"?

SOCRATES FAZ DA QUALIFICAÇÃO UM DESÍGNIO
José Sócrates assinalou, ontem, os dois anos de mandato do Governo socialista reafirmando a qualificação dos trabalhadores portugueses como a grande prioridade do Executivo.


"O maior dos nossos problemas é a qualificação", afirmou o primeiro-ministro.
in: jornal de notícias de 13.3.2007 (link)


DONDE VIVE EL ARTE
















La situación actual de la creación artística nos hace pensar que, posiblemente por primera vez en la historia de la cultura, no existe un lugar concreto para el arte. La belleza y la inteligencia que conforman, en un núcleo de sentido y sentimiento, lo que conocemos vulgarmente como “obra de arte”, se han fragmentado, multiplicado y diversificado. El artista de hoy, el artista que trabaja tal vez pensando excesivamente en el paso de un tiempo que nunca será el suyo, ya no cree que el viejo museo sea el lugar idóneo para que su obra se muestre y se conserve. No solamente me refiero, como muchos pueden pensar, al confuso futuro de disciplinas como la instalación, la performance, el videoarte o cualquier planteamiento virtual o multimedia, sino a obras que se plantean sin las fronteras metodológicas y estrictamente formales del museo. Ya no parece que el arte pueda habitar un lugar concreto. Sin embargo, según esa idea de peregrinaje artístico se desarrolla, mientras arquitectos de todo tipo se desmelenan en edificios, imposibles a veces y en ocasiones magistrales, que se plantean como museos, al mismo tiempo que la institución museo se resquebraja y urge una puesta al día del concepto y de su formalización, la idea de espacio donde el arte vive, un recuerdo siempre exagerado del pasado, se revitaliza en la obra de una gran cantidad de artistas actuales.

La fotografía es, en este punto, una herramienta de primera categoría, pues a través de ella muchos artistas se plantean un homenaje y un ejercicio conceptual a veces crítico, a veces simplemente estético, de la memoria de la cultura, de la presencia de una historia de la belleza y del arte. Y más allá de esto, hacen un estudio formal sobre los diálogos entre el espacio por sí mismo y sobre su relación con la obra, con la arquitectura y con el espectador. En un juego de miradas no siempre inocente, la fotografía crea y recrea el espacio habitado por el arte, o por su ausencia, un vacío que llega a ser aún más intenso por la capacidad que el silencio está demostrando en el pensamiento actual para revitalizar y agudizar la percepción de la huella y de la memoria.

El registro de las propias características arquitectónicas de los edificios, aparece como un subgénero que -a veces por encargo- supone una parte importante de la creación fotográfica en toda su historia y que da resultados no necesariamente simplistas. Hoy en día, la creación de edificios singulares se documenta desde el inicio hasta su culminación. Un ejemplo esencial es la construcción del Museo Guggenheim en Bilbao, cuya evolución se encarga a un artista de la categoría de Aitor Ortiz. No se trata solamente de la recuperación del tema del gabinete del coleccionista, la wunderkamara, lo que nos podemos encontrar en las nuevas imágenes que sobre museos y otros espacios del arte se fabrican continuamente en el arte actual. Hay toda una construcción de juegos de miradas y búsqueda de conceptos y perspectivas diversas.

Por una parte, nada despreciable, está el intento de recuperar una idea del pasado artístico. Esa memoria que pervive en el sustrato fotográfico de la construcción de imágenes: el origen del cuadro, del tableaux como plasmación de una acción, de un lugar. La fotografía sucede a la pintura en este tipo de construcción, cuando la propia pintura se centra en el nivel más íntimo y subjetivo, en donde la abstracción sustituye a la representación. Es la fotografía, hoy en día, la que reconstruye el paisaje y la que mantiene la idea de retrato, la que, en definitiva, mantiene la evolución de los géneros clásicos, revitalizándolos y dándoles un sentido nuevo. En esa idea de representación, la fotografía rinde periódicos homenajes a la pintura y la plasmación de esos lugares donde el arte vive es un aspecto más de este recuerdo permanente.

Pero las formas en las que esos lugares son recuperados para la fotografía actual marcan una gran diferencia. Desde la persistente espectacularidad de Thomas Struth con sus muchedumbres de visitantes en las salas de los grandes museos hasta la frialdad de Andreas Gursky fotografiando un Pollock en la soledad más absoluta de su pared en un museo supuestamente cerrado y vacío. En cualquier caso siempre es la cámara y el ojo, la cabeza que hay detrás, la que marca una diferencia, una perspectiva característica. La fotografía ha analizado, cuestionado, documentado y evocado las características tradicionales del museo, pero la perspectiva subjetivizadora de cada uno de los artistas que ha utilizado el museo o alguna de sus características especificas como tema, ha servido para presentar el espacio de los museos tradicionales como lugares diferentes, ha servido para plantear un estudio distinto de las relaciones espaciales, de la presencia y protagonismo del público. En primer lugar, la fotografía ha fragmentado una idea casi sagrada del museo, y ha convertido sus almacenes y otros aspectos más insignificantes en auténticos espacios mágicos. Ninguno de todos estos artistas que trabajan sobre la imagen del espacio artístico lo hace desde la admiración o sacralización de estos lugares, sino muy al revés, la crítica y la transformación del lugar en otra idea con otro fin son sus objetivos primordiales.

Naturalmente hay quien puede creer que la obra de Candida Höfer, por poner un ejemplo característico de esta temática, es básicamente esteticista y catalogadora del lugar. Sin embargo, ella ha mostrado no sólo un amplio espectro de lugares marcados por el aura del conocimiento, sino que ha dotado a los espacios intermedios, esos huecos anónimos, en los protagonistas de sus imágenes. Una silla, una escalera de servicio, un almacén, se convierten también en lugares donde el arte habita y, por lo tanto, lugares emblemáticos, lugares que han sido marcados por el aura del saber y del sentir.

El lugar del arte puede no estar necesariamente habitado, pudo ser habitado y quedar una ausencia tan fuerte que se convierta ella misma en presencia, en memoria de lo que ya no está. La serie “Last seen” (“La ausencia”), de Sophie Calle, es paradigmática en este sentido: objetos robados en museos de los que sólo queda la marca de su ausencia en la pared y la memoria escrita de aquellos que los vigilaban, de los que compartieron ese espacio, casi mágico, de la sala de un museo con ellos. Las casas de los coleccionistas, las galerías de exposiciones privadas, los almacenes, las salas de restauración, los salones de los hoteles, los talleres de los artistas, las ruinas de museos antiguos, y, por qué no los mercadillos públicos de artistas desconocidos..., porque en definitiva las categorizaciones sobre qué es arte son tan diversas y abiertas como el espíritu de los tiempos que vivimos. No solo las relaciones entre el museo y sus visitantes, o la recuperación de esos espacios invisibles que son, también, lugares de arte, sino la propia esencia de objetos museísticos que tal vez antes no fueron tratados como obras de arte. Los museos de historia natural son, sin duda, los más utilizados por los artistas. Cientos de imágenes han recogido en todo el mundo las vitrinas de animales salvajes, esqueletos, fósiles, objetos de todo tipo que, descontextualizados por la cámara del fotógrafo, cobran una vida y un protagonismo diferente. Desde Dario Lanzardo hasta Hiroshi Sugimoto, sin olvidar, por supuesto, a Richard Ross, se han ocupado de este mundo diferente en que se ha convertido hoy en día la naturaleza. A esa magia no han escapado los artistas más actuales, desde Damien Hirst a Thomas Grünfeld, además de decenas de fotógrafos que llevan a cabo un planteamiento dialéctico de las diferencias y oposiciones entre nuestra sociedad y la representación de lo natural que establecemos a través de los museos de ciencias naturales. Una trasposición tal vez no tan diferente a la que se realiza en los museos de Bellas Artes, Kunstmuseums o Centros de Arte Contemporáneo. Tal vez la palabra sea “descontextualización”. Fuera de lugar esos animales se transforman en una ventana al mundo primitivo, fuera de su escenario habitual ese cuadro de Gerhard Richter apoyado en el suelo ya no es la obra casi sagrada de valor incalculable. Esos fragmentos de cuadros de Richard Misrach, donde los marcos y un pedazo de tela ya ofrecen toda la belleza imaginable, o en el espacio entre cuadro y cuadro, con esos sillones para descansar en nuestras visitas agotadoras a los museos que Doug Hall convierte en “el museo”, nos hablan de una forma diferente de mirar, una forma que sin la fotografía no existiría. Y, por supuesto, la ironía. La crítica o el humor, la revisión de conceptos intocables que ya nunca más podrán serlo. Una visita diferente al museo, a un museo reinventado en cada mirada.

in: rosa olivares - revista EXIT de fevereiro/abril 2003