sexta-feira, 27 de julho de 2007

TENHAM UM MUITO BOM DIA























about peter hujar (link)



NÓS POR CÁ TODOS BEM

Temas do rectângulo

Quando da próxima vez levantarmos a voz contra os "fracos reis" que nos governam,
tenhamos a coragem de reconhecer neles a triste imagem da "fraca gente"
em que nos deixámos transformar.
viriato soromenho marques - visão 18.5.2006


NO RESCALDO DAS ELEIÇÕES PARA A CÂMARA DE LISBOA

Regressados de férias, e de algumas boas leituras, não deixa de causar espanto a forma como se escreveu e pensou o resultado das eleições para a câmara de Lisboa.

Afinal, o resultado da abstenção e da soma dos votos nos chamados "independentes", veio confirmar um fenómeno que se espalhou por várias democracias europeia, e que consiste no facto do actual sistema político corresponder a um modelo de sociedade que não existe, o de uma sociedade básicamente bipolar, em que de um dos lados estavam os partidos e sindicatos que representavam, maioritáriamente, a classe operária da época, e do outro, partidos que representavam a burguesia emergente, e os grandes interesses capitalistas.

Hoje essa realidade social já não existe, particularmente na chamada faixa de esquerda do sistema, mas a estrutura política que a representava permanece.

No caso particular de Portugal, acresce que além de já não representarem o actual modelo de sociedade, os partidos foram tomados de assalto por uma "gentinha" sem mérito e experiência, que tudo faz para tentar perpetuar o modelo partidária para, a partir daí, aceder a um poder que lhes garante, aos vários níveis, capacidade de controlo e de obtenção de benefícios em proveito próprio, sejam eles de carácter monetário, nobilitário (deputado, por exemplo), ou de presumido reconhecimento social.

Só que o mundo não pára, e Portugal também não.

Ou muito nos enganamos ou em Lisboa nasceu uma tentativa de mudar o sistema político, passando, progressivamente, de um sistema político representativo monolítico, para um sitema político participativo, multi-polar e mais de acordo com o novo modelo social existente.

Mas esta mudança, inevitável, vai ser feita de avanços e recuos, de vitórias e derrotas, mas sempre no sentido da mudança.

Quem não quiser ou puder compreender este processo, arrisca-se a passar ao lado de uma etapa fascinante da construção/consolidação da nossa democracia.

Para a semana continuaremso com este tema.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

A PROPÓSITO DE UM ARTIGO DE ANTÓNIO VITORINO PUBLICADO HOJE NO DIÁRIO DE NOTÍCIAS, E DA ABSTENÇÃO NAS ELEIÇÕES PARA A CÂMARA DE LISBOA

Today, one of the most striking features of European democracies is an apparently widespread feeling of political discontent, disaffection, scepticism, dissatisfaction and cynicism among citizens. The reactions are not, or not only, focused on a given political party, government or public policy. They are the result of critical and even hostile perceptions of politicians, political parties, elections, parliments and governments in general -that is across political spectrum"
in: The future of Democracy in Europe - Council of Europe.

Não haverá por ai uma alma gentil que chame a atenção de tão ilustre personagem (antónio vitorino) para este e outros "escritos" sobre o estado das democracias na europa?
Ou será que a ilustre personagem conhece este e outros "escritos" sobre o tema, e finge não os conhecer, não vá o diabo tecelas?

segunda-feira, 16 de julho de 2007

E AGORA, AS FÉRIAS!














Trabalhos para casa:

1 - Será que Manuel Salgado aceita presidir o pelouro do Urbanismo compartilhado pelas restantes 5 forças partidárias eleitas?

2 - Alandroal? Cabeceiras de Basto? Também votam em Lisboa? E se sim, em que freguesia?
Será que esta "gente" nunca mais aprende?

domingo, 1 de julho de 2007

AS PALAVRAS DOS OUTROS























Nas crónicas que publica perpassa cada vez mais uma inquietação pela perda de liberdades individuais ou pelo risco do pensamento único. É o lado mais quixotesco da sua personalidade que preside a esses textos?

Não tenho nada de quixotesco. Talvez não pareça, mas sou uma pessoa prática. E, que diabo!, a prática é, apesar de tudo, um critério de verdade. E o que a prática política e social hoje mostram é que nunca, depois da normalização democrática, chegáramos a tão perturbador ponto de autocracia e de acriticismo, e nunca aquilo que designa por pensamento único se mostrou tão às claras e tão arrogantemente. Começamos, como se tem visto em exemplos recentes, a ter medo outra vez (até os todo-poderosos empresários receiam hoje subscrever um parecer sobre a localização de um aeroporto por assumidamente temerem represálias do Governo). A delação instalou-se em certas instâncias como instrumento de vigilância e de poder e a crítica e a opinião começam a ser perigosas (vejam-se os casos da DREN ou do Centro de Saúde de Vieira do Minho). A maioria absoluta parece querer ocupar também o espaço do pensamento e os autocratas (e os delatores) brotam por todo o lado, de ministérios como os da Educação e da Saúde à Câmara do Porto. Não, a inquietação com tudo isto não é quixotismo, é uma exigência de cidadania.
in: manuel antónio pina - jornal de notícias (link)