AINDA O MUSEU DO CHIADO
Em 23 de Julho escrevi uma nota na Formiga Bargante, relativa ao Museu do Chiado e à actuação do seu director, Pedro Lapa.
Num artigo de opinião publicado hoje no Público intitulado "Arte, sistemas e promiscuidades", Augusto M.Seabra retoma uma sua velha (e oportuna) tese entre o "sistema" que influência o panorama das artes plásticas portuguesas e as promiscuidades desse mesmo "sistema".
Assim, ficamos a saber (se é que já não sabiamos...) que Pedro Lapa, além de Director do Museu do Chiado é tambem curador da Fundação Elipse, criada pelo Banco Privado Português, sem que isso represente, para ele, qualquer tipo de problema.
Mas, para ajudar a perceber que os problemas de "sistema" e "interesses" não são uma exclusividade da esfera económica ou política, aqui vai uma transcrição do artigo de Augusto M.Seabra:
"Mas, se falo em promiscuidades institucionais, não posso tambem deixar de voltar ao caso da Fundação Elipse. Respondeu-me Pedro Lapa (Público de 11.01.04) dizendo que não havia conflito de interesses. *Esta colecção (do Museu do Chiado) é estritamente nacional e centrada no período histórico de 1850 à actualidade, enquanto a colecção privada se dirige à contemporaneidade internacional*
Repliquei (25.0.1.04) lembrando que, além da colecção, o museu tem um programa de exposições, e na programação do 10º aniversário destacavam-se duas, as de Richard Richer e James Coleman; como podia o fundo não ter interesse em obras de artistas como aqueles?"
Entretanto, o museu apresentou -horoscopus- peça de Coleman realizada expressamente para a exposição, porque adquirida pela Elipse".
Para uma melhor informação sobre o "sistema" que dita e condiciona o mundo das artes plásticas em Portugal, recomenda-se uma leitura muito atenta deste artigo.
Nota final: qualquer peça adquirida por um particular e que seja exibida em qualquer Museu Nacional, fica automáticamente valorizada, dado o facto de os Museus Nacionais em todo o mundo funcionarem, tambêm, como "garante" da qualidade das peças exibidas.
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