sexta-feira, 26 de agosto de 2005

OS PÚBLICOS DOS MUSEUS - 6

Hoje vamos até Guimarães, ao Museu de Alberto Sampaio, dedicado essencialmente à arte sacra.

Tal como nos outros Museus ligados ao IPM, a análise dos números permite-nos encontrar dados curiosos.

Assim, e apesar de este Museu ter aumentado em 148% o número de visitantes totais de 1998 para 2004, a partir de 2003 tem vindo a perder visitantes jovens de forma significativa.

Portanto, "sob o manto diáfano" do aumento ENORME de visitantes totais, esconde-se uma outra realidade, a da perca de jovens visitantes.

Poderá e deverá haver razões para que tal aconteça, mas é ao IPM que compete esclarecer a situação.

Mas vamos aos números

VISITANTES TOTAIS, POR ANO
1998 - 14.315
1999 - 14.772
2000 - 21.770
2001 - 28.463
2002 - 36.174
2003 - 33.531
2004 - 35.445
Diferença entre 1998 e 2004 + 21.130 ( + 148% )

VISITANTES JOVENS (ATÉ 25 ANOS)
2001 - 6.915
2002 - 9.413
2003 - 8.447
2004 - 7.183
Diferença entre 2001 e 2004 - +268 ( + 4% )

ESCOLAS (valores incluidos nos VISITANTES JOVENS)
2001 - 6.034
2002 - 7.895
2003 - 7.284
2004 - 7.183
Diferença entre 2001 e 2004 + 1.149 ( + 19% )

VISITANTES ESTRANGEIROS
2001 - 3.476
2002 - 4.282
2003 - 4.684
2004 - 5.377
Diferença entre 2001 e 2004 + 1.901 ( +55% )


Primeira grande conclusão destes números é a de que um Museu em Guimarães, dedicado à arte sacra, tem mais visitantes em 2004 do que o Museu do Chiado-Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa !

Como todos sabemos, Guimarães não tem as potencialidades de Lisboa, é obvio, e a arte contemporânea tem mais poder de atracção do que um Museu de Arte Sacra.

E no entanto os números são estes !

Que fique bem claro que nada nos move contra pessoas em concreto, neste caso o Director do Museu do Chiado, mas tudo nos move contra situações de verdadeiro escândalo, em que quem tem que analisar e actuar se demite dessas funções, pelo menos ao olhar dos leigos que não andam pelos "corredores do poder".

Mas para a semana deveremos acabar com a análise dos números, e passar à etapa mais importante, segundo o nosso ponto de vista, ou seja, formular uma série de questões à Direcção do Instituto Português de Museus.

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