terça-feira, 27 de setembro de 2005

LISBOA CAPITAL CREATIVA E MOTIVOS PARA PREOCUPAÇÃO

A partir de 10 de Outubro, a Formiga Bargante começará a publicar, sob a forma de crónicas, alguns textos sobre a campanha de Manuel Maria Carrilho para a presidência do Município de Lisboa.

Entretanto, e a título excepcional, faremos hoje um texto sobre o programa ontem apresentado, dado que alguns reparos nos parecem ajustados efectuar antes de 9 de Outubro, data das eleições.

1º REPARO
Quando ontem chamámos a atenção sobre Richard Florida, e dando alguns links para o efeito, estávamos longe de saber da importância dos mesmos.
Comparem, por exemplo, o link da Creative London com o programa de Carrilho, nomeadamente um dos três caminhos propostos , o da Imaginação.
Enquanto o programa da Creative London se propõe apoiar as iniciativas da criação onde quer que elas se manifestem, dentro da área do município londrino, à boa maneira portuguesa houve um iluminado que achou por bem localizar estas iniciativas preferencialmente na zona ribeirinha.
Já estou a imaginar ateliers de jovens criadores de ourivesaria no projecto do Renzo Piano, jovens criadores de cinema de animação no projecto do Norman Foster, jovens criadores de moda no projecto do Jean Nouvell, e por aí fora...
Em suma, é um iluminado português a pretender acrescentar um toque pessoal às propostas de Richard Florida, com este e outros disparates como resultado final.
Mas sobre este tema e outros, só depois de 10 de Outubro, juro.

2º REPARO
Na página 17 do programa, e num parágrafo discreto colocado num texto dedicado a um proposto "Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Lisboa", podemos lêr:
"...Para este efeito poder-se-ia equacionar, à semelhança de cidades como Los Angeles, a criação de um fundo para a aquisição de obras de arte...".

Confesso que tive um arrepio !

Dado o tipo de apoiantes que aparecem "colados" e, já agora, promovidos por Carrilho, receio bem que o "lobbie" da Ellipse Foundation se esteja a preparar para, inscrevendo aquele parágrafo discreto no programa, desenvolver as suas actividades DENTRO da própria Câmara de Lisboa.

Um novo arrepio.

Já agora, e para lançar um pouco de luz sobre o mentor desta fundação, a Ellipse, leiam a notícia publicada no suplemento de economia do Expresso do passado fim de semana, e da qual só vou destacar o título e os sub-títulos:

"RENDEIRO CONTRADIZ-SE"
Diferenças surgem no confronto dos processos sobre a OPA da A.Silva & Silva.
O presidente do BPP terá de esclarecer em juízo as afirmações contraditórias."

Esta notícia tem a vêr com um processo pouco (ou nada) claro de compra de acções relativas a uma OPA à empresa de construção civil A.Silva & Silva, e a um ajuste de contas entre Rendeiro e um seu colaborador directo (administrador do BPP), de seu nome Miguel Henriques.

A partir de agora, e até 10 de Outubro, salvo acidente natural não previsivel, não voltaremos a falar da campanha de Carrilho.

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