TEXTO RECEBIDO DE BELUGA
" No Norte, e não é um Museu Nacional. Os Museus mais visitados têm um orçamento de Estado mais, "simpático" e curiosamente situam-se na capital (Museu Nacional de Arte Antiga, Museu do Traje, Museu dos Coches). E assim se faz uma "pescadinha de rabo na boca": os mais pequenos não têm apoios, ficam sempre com uma fatiazinha mais pequena do bolo, enquanto os grandes, mesmo não tendo colecções coerentes, abarcam o resto. Têm melhores acessos, fazem parte de roteiros turísticos devidamente apoiados com todas as outras estruturas (restauração, acessos, novamente os acessos) e já são instituições com peso. Note-se que não há muito tempo, a RTP1 transmitiu um programa da tarde em directo do Museu do Traje. Ainda que o programa estivesse enquadrado no espaço, é publicidade gratuita e pura. Nada contra, mas se fazem para uns em horário nobre, não releguem os outros para o "Regiões".
Caro(a) Beluga
Creio que não tem tanta razão como isso, mas amanhã "conversamos", está bem?
1 comentário:
Lamento ter de avançar com números dos visitantes, (pode encontrá-los no site do IPM) mas cá estão os dos últimos três anos (isto vai ser longo...):
Em 2005 (até Maio):
1º Museu Nacional dos Coches – 77.857
2º Museu Nacional de Arte Antiga - 48.904
3º Museu Monográfico de Conímbriga – 40.319
4º Museu Nacional do Azulejo – 29.388
5º Museu Nacional de Arqueologia – 26.360
6º Museu Nacional do Traje – 15.760
Em 2004
1º Museu Nacional dos Coches – 190.564
2º Museu Monográfico de Conímbriga – 110.250
3º Museu Nacional de Arte Antiga – 75.696
4º Museu Nacional do Azulejo – 70.571
5º Museu Nacional de Arqueologia – 70.266
6º Museu Nacional do Traje – 41.455
Em 2003
1º Museu Nacional dos Coches – 206.429
2º Museu Monográfico de Conímbriga – 120.672
3º Museu Nacional do Azulejo – 79.635
4º Museu nacional de Arqueologia – 75.129
5º Museu Nacional de Arte Antiga – 71.973
6º Museu Nacional do Traje – 42.350
São 29 os museus à guarda do IPM; 9 são Museus Nacionais e desses 9, só dois se encontram fora de Lisboa (Machado de Castro em Coimbra e Soares dos Reis no Porto). Nesta lista dos 6 museus com maior número de visitantes, encontramos sempre em primeiro lugar o Museu Nacional dos Coches;
Nos 6 primeiros lugares estão 5 museus nacionais, nenhum deles no Norte;
O Museu Monográfico de Conímbriga é a excepção, pois apesar de não ser Nacional, ser monográfico, e no centro do país, tem um grande número de visitantes. No meu entender isto deve-se a uma sobrevalorização de Conímbriga. Quem lá for hoje, depara-se com obras de “valorização dos monumentos de Conímbriga como o Fórum, as Grandes Termas do Sul e Termas do Aqueduto” (site do Museu Monográfico de Conímbriga), e vai sentir com certeza que o espírito das pré-existências romanas está a ser subvertido. E não é uma opinião apenas minha.
Não sei se será apenas por uma questão de tamanho ou de sorte, mas de facto verifica-se isto: os museus mais pequenos ou periféricos, ou contam com grandes directores/administradores/criativos, ou contam com um grande orçamento. Isto porque, o montante destinado a cada museu não depende do seu desempenho para conseguir mais visitantes, nem tão pouco do tipo de visitantes (os que pagam mais, os que pagam menos e os que não pagam), mas do número de visitantes; ou seja, não é a “quantia”, mas a quantidade. Por isso os museus de socorrem dos Serviços Educativos, pois estes permitem trazer até aos museus maior número de visitantes, neste caso, crianças. [No caso do Museu Alberto Sampaio em Guimarães, o número de visitantes aumentou graças à ideia de criar grupos de jogos e actividades complementares, direccionadas para crianças e dentro do Museu].
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