ALBERTO FERREIRA - ESTUDOS DE CULTURA PORTUGUESA SÉCULO XIX (2)
Entendemos por educação e instrução popular
a cultivação do espirito, e não o ensino das artes
fabris ou mecânicas, a que muita gente dá aquele
nome. Negar o aperfeiçoamento intelectual aos
homens, deixá-los na bruteza e na ignorância, é
um acto imoral, um menoscabo de deveres sagrados,
e , por consequência, um crime.
ALEXANDRE HERCULANO
a cultivação do espirito, e não o ensino das artes
fabris ou mecânicas, a que muita gente dá aquele
nome. Negar o aperfeiçoamento intelectual aos
homens, deixá-los na bruteza e na ignorância, é
um acto imoral, um menoscabo de deveres sagrados,
e , por consequência, um crime.
ALEXANDRE HERCULANO
LER O SÉCULO XIX COM UMA FILOSOFIA
Não me considero especialista de educação. Nesse extremado campo creio que a palavra pertence ao pedagogista, ao filósofo, ao professor vocacionado, todos eles um pouco sociólogos e psicologistas.
Tal como as coisas correm por cá, seria ainda desta vez que um curioso vem à praça. Lamento-o e sugiro que se apertem os laços entre psicólogos, filósofos e sociólogos para que a Pedagogia alcance o desejado estatuto de disciplina e seja, de facto e de direito, ela a conceber a teoria, animando-a de prática social. Enquanto tal não ocorre, será necessário (embora não suficiente) que a cooperação activa entre a escola (ainda experimental e indecisa) e a família (ainda à procura de tempo e lugar privilegiados para experiências orientadas) se torne um dado corrente, comum, quotidiano.
Sendo tão grande a indigência de cérebros, imagino que por escola se entendam todos os graus de ensino e formação, e por família todos os membros dela - vivos, generosos, abertos, responsáveis.
Ambiciono expor aos leitores interessados (e não serão muitos...) quase uma "estória" de proveito e exemplo. Chamo-lhe "estória", embora saiba que nela há pouco de espontâneo e romanesco, muito de reflectido e construido intelectualmente.
Mas justamente é "estória" naquele sentido em que a grande parte do que se escreveu ainda mal saiu da ficção e do imaginar da ficção., pois a prática social embrenhou-se por outros atalhos históricos, seguiu por veredas carregadas de intenções opostas ao espírito da pedagofia e da educação que os intelectuais e doutrinadores oiticentistas aconselhavam. Veremos que tinham alguma razão. E como foi lastimável que se lhes não tivesse escutado o apelo e a norma.
Tal como as coisas correm por cá, seria ainda desta vez que um curioso vem à praça. Lamento-o e sugiro que se apertem os laços entre psicólogos, filósofos e sociólogos para que a Pedagogia alcance o desejado estatuto de disciplina e seja, de facto e de direito, ela a conceber a teoria, animando-a de prática social. Enquanto tal não ocorre, será necessário (embora não suficiente) que a cooperação activa entre a escola (ainda experimental e indecisa) e a família (ainda à procura de tempo e lugar privilegiados para experiências orientadas) se torne um dado corrente, comum, quotidiano.
Sendo tão grande a indigência de cérebros, imagino que por escola se entendam todos os graus de ensino e formação, e por família todos os membros dela - vivos, generosos, abertos, responsáveis.
Ambiciono expor aos leitores interessados (e não serão muitos...) quase uma "estória" de proveito e exemplo. Chamo-lhe "estória", embora saiba que nela há pouco de espontâneo e romanesco, muito de reflectido e construido intelectualmente.
Mas justamente é "estória" naquele sentido em que a grande parte do que se escreveu ainda mal saiu da ficção e do imaginar da ficção., pois a prática social embrenhou-se por outros atalhos históricos, seguiu por veredas carregadas de intenções opostas ao espírito da pedagofia e da educação que os intelectuais e doutrinadores oiticentistas aconselhavam. Veremos que tinham alguma razão. E como foi lastimável que se lhes não tivesse escutado o apelo e a norma.
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