sexta-feira, 25 de novembro de 2005

COMO DISSE QUE DISSE ? (FRANCISCO MOTTA VEIGA)

Num artigo de opinião publicado hoje no jornal Público, Francisco Motta Veiga, sociólogo, ex-administrador do Centro Cultural de Belém e ex-director artístico do Teatro Municipal de Faro, vem defender a necessidade da criação de uma Rede Portuguesa de Teatros.

Quanto ao tema em si, é pacífico e do mais elementar bom senso.

Só não foi ainda criada esta rede, porque as vaidades e afirmações pessoais inviabilizam um trabalho "em rede". "Se existe uma programação em rede, comum a um conjunto alargado de teatros, como é que eu, diretor excelentíssimo, posso mostrar que sou mais culto, informado e capaz do que todos os outros"? - pensam eles.

A razão deste texto é outra.

Francisco Motta Veiga escolhe a Rede Portuguesa de Museus como exemplo a seguir para uma futura Rede Portuguesas de Teatros.

E o mais curioso é que Francisco Motta Veiga escolhe a RPM não pelas realizações, mas pelas intenções.

Para justificar o exemplo escolhido, FMV invoca os objectivos estatutários da RPM, e não cita um único caso concreto de actuação, "em rede", daquele organismo.

E muito teria que procurar para encontrar um conjunto significativo de acções "em rede" da RPM, porque elas simplesmente não existem.

E agora que a Rede Portuguesa de Museus deixou de ser uma estrutura de projecto para ser integrada no Instituto Português de Museus, mais interessante vai ser assistir ao desenvolvimento da RPM.

Com Manuel Oleiro a dirigir, quais as expectativas possíveis ?

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