quinta-feira, 24 de novembro de 2005

O PORTO, LISBOA, BARCELONA, OU UMA FALSA QUESTÃO

Realizou-se ontem, no Porto, promovido pela Universida Católica e o jornal Público, mais uma conferência do ciclo "Olhares Cruzados Sobre o Porto".

Desta vez o tema era: "Onde estão as elites do Grande Porto" ?

A Formiga Bargante não esteve presente, e socorre-se da reportagem feita pelo Público relativa à conferência, e publicada hoje.

Como vem sendo normal ao longo dos anos, as "elites" portuenses acusam sempre o poder central, a falta de regionalização e a arrogância de Lisboa para justificar os seus atrasos.

E como também é normal, lá vem o exemplo, entre outros, mas este sempre presente, de Barcelona.

Apesar de Artur Santos Silva afirmar "O problema do Norte é que não nos assumimos.As universidades e as empresas têm que fazer muito mais do que o que têm feito. Somos muito situacionistas", ou Miguel Cadilhe "Não temos no Norte grandes líderes políticos, mas temos grandes líderes empresariais" ou António Barreto "Se as elites do Porto não têm poder, não é a regionalização que o vai dar. Ou o conquistam, ou ninguém o dá de borla", apesar de todas estas belas afirmações, lá acabam a dizer mal de Lisboa e a enaltecer Barcelona.

Só que Barcelona tem sido muito mal estudada e pior compreendida.

Hoje em dia os catalães ignoram olimpicamente Madrid enquanto competidora.

Para os catalães os desafios não estão em Madrid mas sim num planeta chamado Terra.

Já ultrapassaram a fase regionalista e mesquinha da luta entre a primeira e a segunda cidade de um qualquer país.

Os desafios que se colocam hoje em dia à Catalunha é a sua inserção no mundo, inserção cultural, social, política e económica.

Enquanto objectivo, Madrid já pouco significa, dada a reduzida dimensão do desafio.

E é aqui que está toda a diferença.

Barcelona quer bater-se com os melhores, estejam eles onde estiverem.

O Porto quer bater-se com Lisboa, e assim nunca chegarão a lado nenhum, porque Lisboa já não é desafio para nada, como poderão verificar ao longo dos próximos quatro anos, com a governação do "cromo" Carmona Rodrigues".

Escolham outros desafios, outras metas, e assim também podem ajudar Lisboa, que bem precisa.

Nota final: a Formiga Bargante sabe que com os Ruis Rios e os Valentins Loureiros a tarefa é muito difícil. Mas não a tornem mais difícil, desnecessáriamente, escolhendo Lisboa como meta.

É que tal como está, Lisboa já nem para meta volante serve !

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