quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

A ARTE E AS BRUXAS EM PORTUGAL (continuação)

Tal como prometido, mais algumas "achegas" ao artigo de hoje de Augusto M.Seabra.

Para além dos exemplos apontados por AMS relativamente aos museus, para concluir que não existe uma política museológica em Portugal, muitos outros exemplos se podem apontar.

Para já, a perfeita "rédea solta" em que se movimentam os directores dos museus directamente dependentes do Instituto Português de Museus, logo, de Manuel Oleiro.

O director do Museu do Chiado que utiliza as instalações de um Museu Nacional para promover os interesses comerciais de uma fundação privada, a Ellipse Foundation, o director de um Museu Nacional, neste caso o Museu do Azulejo (não nos recordamos do nome do senhor e não estamos para ir à procura) que interrompe o "discurso museológico" daquela instituição para "libertar" espaços para as suas exposições temporárias, mais interessado no prestígio pessoal que lhe advém dos contactos internacionais provenientes dos convites que efectua do que na promoção do azulejo português, função para a qual foi contratado, e já para não falar do vão de escada em que está exposta a azulejaria portuguêsa do século XX, ou de um Museu Nacional situado muito perto da nossa "milha de ouro" dos museus portuguêses, a zona de Belém, que em média não chega a atingir os 1.000 visitantes/mês (estamos a falar do Museu de Etnologia), enfim, já para não falar de Conímbriga e de outros tantos exemplos do desnorte em que se encontra o IPM.

Como se não fosse pouco, anotem este comentário colocado pela BELUGA num outro texto da Formiga Bargante, sobre a problemática dos Museus do IPM:

"Tem existido, em torno dos directores do IPM, um concubinato estranho. Sempre que é nomeado um director para o IPM, dá-se início à dança das cadeiras e ganha quem no fim for mais amigo do senhor director. Quando há uns anos a directora do IPM era uma senhora de nome Raquel Henriques, a sua condição privilegiada no meio académico fez com que muitos professores universitários conhecessem o seu primiero cargo de director de museu. Obviamente a senhora ministra tem a sua parte de culpa no decréscimo de visitantes, mas tem culpa, acima de tudo, de permitir que o IPM funcione como uma instituição familiar, onde há sempre lugar para mais um, basta juntar um bocadinho de água no caldo. É preciso é que o que vem seja dos nossos, um alpinista na escala hierarquica".

E para terminar este texto, que não a saga dos Museus do IPM, infelizmente, convém recordar a "desgraçada" campanha de publicidade promovida pelo IPM no decorrer do último campeonato da Europa de futebol, realizado o ano passado em Portugal, com um custo superior a 1.000.000 de euros, e que consistia em associar o dito "povo do futebol" ao "povo dos museus", e que teve como resultado o menor número de visitantes aos Museus do IPM dos últimos anos, durante aquele periodo.

Ainda gostávamos de saber de quem partiu tão "deslumbrante associação", se da direcção do IPM, se da agência de publicidade contratada para o efeito.

De qualquer das formas, a responsabilidade final é sempre da direcção do IPM, entenda-se Manuel Oleiro, dado que é sempre o cliente quem aprova ou reprova as propostas apresentadas.

A Formiga Bargante está em crêr que se o aluno do primeiro ano de um curso superior de publicidade tivesse a triste ideia de propor, na aula, tal dislate, ficava chumbado logo alí.

Mas Manuel Oleiro, dada a sua "brilhante folha de serviços", foi reconduzido no cargo pela actual ministra Isabel Pires de Lima.

E vamos ter que conviver com estas situações até quando, sr. Primeiro-Ministro ?

1 comentário:

Anónimo disse...

O director do Museu do Azulejo chama-se Paulo Henriques.