PRIMEIRAS IMPRESSÕES DO DEBATE CAVACO/ALEGRE
Acabou agora mesmo o debate. E não retiramos uma única linha do que escrevemos sobre Cavaco.
Para Cavaco, um Presidente da República tem legitimidade para pugnar pela discussão e resolução de problemas/objectivos aceites de forma consensual pelo povo português.
Só que não explica como é que o Presidente da República sabe que problemas são esses !
"Sopro" divino ? De Bush sabemos que fala com Deus, quanto a Cavaco, será que fala com Santo António ?
Quanto ao seu reinado de 10 anos enquanto primeiro-ministro, reconhece que foi dado um particular destaque às infraestruturas, de que o país necessitava (segundo Cavaco).
Acontece que a Irlanda e a Finlândia não construiram auto-estradas, e hoje são dos países mais competitivos da União Europeia.
Atribui Cavaco ao seu governo a reforma do sistema educativo, através da construção de novas escolas.
Sucede que a reforma dos sistemas educativos não se faz através da construção de novas escolas, mas sim através da reformulação das matérias, dos professores e da motivação para a aprendizagem !
Cavaco reconhece que só começa a têr uma ideia clara da crise portuguesa em 1998 ou 1999 !
Só que nem nessa altura nem agora, Cavaco percebe que o problema não é a economia, mas sim as pessoas.
Mas Cavaco insiste: sem um sistema económica saudável não é possivel dar mais qualidade de vida aos portugueses. Mas como é que Cavaco pretende um sistema económico saudável sem uma enorme qualificação dos portugueses ?
Mistério !
Para finalizar, Cavaco condiciona o futuro do país (logo, um programa de actuação do futuro Presidente da República) a:
1 - Mais qualidade democrática (como, não diz. Mais uma vez os terríveis "políticos corruptos e incompetentes" ?)
2 - Maior nível de desenvolvimento económico (mas essa não é uma das funções de um governo? E quais são os instrumentos de análise do futuro Presidente da República ? Análises económicas, sociais ou quais ?)
3 - Desordenamento do território
4 - Acesso de todos à cultura (mas será que Cavaco não percebe mesmo que o acesso à cultura se promove desenvolvendo as capacidades culturais dos portugueses?)
Em suma, um Cavaco igual a si próprio: economia, economia, economia !
Só que hoje os problemas não são económicos: são culturais, económicos, de relacionamento com ou outro, de postura e ambição perante o mundo que nos cerca, enfim, de portugueses mais cultos, melhor preparados educacional e cívicamente, e, acima de tudo, mais ambiciosos e mais exigentes consigo próprios e depois com os outros.
Mas Cavaco tem uma missão: salvar Portugal e os Portugueses.
Queiramos todos nós salvarmo-nos, salvando-nos deste "Salvador".
Já temos um D.Sebastião, não necessitamos de uma cópia mais pobre e, sobretudo, actual.
Com o original vivemos bem, mas a cópia é de hoje, actual e viva, logo, muito mais prejudicial !
Assim os portugueses o saibam entender !
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