LEITURAS IMPOSSÍVEIS
“O Código De Midas descodificado” – por Dan Beluga
(Algumas indicações verdadeiras sobre um mito. Um livro que não existe, mas podia muito bem existir. Um livro para ler, ao contrário do presente post.)
(Algumas indicações verdadeiras sobre um mito. Um livro que não existe, mas podia muito bem existir. Um livro para ler, ao contrário do presente post.)
- Midas conhecia a vida dionisíaca através do profeta Orfeu. Quando um dia lhe surgiu um velho sátiro embriagado, reconheceu de imediato Sileno, amigo de Dionísio.
- Selénio é o nome de uma substância usada para dar o tom dourado ao vidro. É mais barato que o ouro, obviamente e por isso muito usado. Pode ser visto quando observamos uma peça de vidro colorido a contra-luz. Se tiver Selénio ou ouro, a zona iluminada adquire outra cor.
- Quando era bebé, Midas foi alimentado por um carreiro de formigas que levavam até a sua boca grãos de trigo dourado (daí o problema com o Midas touch).
- Hoje em dia a história tornou-se mais modesta: as formigas não alimentam bebés, mas são capazes de alimentar cigarras desde que estas peçam muito.
- O lado pedagógico da história: enaquanto que para Midas o maior desejo era poder transfomar tudo o que tocasse em ouro, a Utopia de Thomas Mann regenera o Homem e coloca-o, ainda que num plano utópico, numa situação em que a matéria não tem importância (na ilha o ouro está acessível a todos mas ninguém o deseja mais do que outra coisa qualquer).
- Midas era um ganancioso sem juízo. A arbitar o concurso entre Apolo e Pã, juntamente com Tmolo, deus do rio, afirma de imediato: “Gostei mais da música de Pã”, como se depois do incidente com o ouro a sua credibilidade fosse alguma, ainda que para arbitrar um simples concurso. Dizia-se que Midas tinha criado a flauta para Pã e por isso decidiu a favor dele.
- Um dia um modesto sapateiro de clientes pobres como ele recebeu a encomenda e visita de um nobre. Excitado com presença tão distinta começa a opinar sobre a sola do sapato, a biqueira, a meia, a beira do calção ao que o nobre repondeu: “Não suba o sapateiro acima da chinela”.
- O rei Midas resolveu um dia opinar sobre um concurso de música entre Pã e Apolo. Opinou a favor do primeiro e Apolo, para castigar o monarca deu-lhe umas orelhas de burro. O rei Midas envolveu as orelhas num turbante mas o seu barbeiro decobriu e como não conseguia guardar segredo cavou um buraco no chão, gritou o segredo lá para dentro e fechou o buraco. Naquele lugar nasceram caniços que quando o vento lhes batia diziam: “O Rei Midas tem orelhas de burro! O Rei Midas tem orelhas de burro!”
- Mais tarde contaram-nos a história de outra forma. Já não se tratava do vento a revelar o segredo do Rei Midas, mas uma criança que faz aquilo que ninguém tinha coragem de revelar: “O Rei vai nu! O Rei vai nu!” Talvez porque tanto num caso como no outro nenhum dos detractores podia ser sancionado.
- Selénio é o nome de uma substância usada para dar o tom dourado ao vidro. É mais barato que o ouro, obviamente e por isso muito usado. Pode ser visto quando observamos uma peça de vidro colorido a contra-luz. Se tiver Selénio ou ouro, a zona iluminada adquire outra cor.
- Quando era bebé, Midas foi alimentado por um carreiro de formigas que levavam até a sua boca grãos de trigo dourado (daí o problema com o Midas touch).
- Hoje em dia a história tornou-se mais modesta: as formigas não alimentam bebés, mas são capazes de alimentar cigarras desde que estas peçam muito.
- O lado pedagógico da história: enaquanto que para Midas o maior desejo era poder transfomar tudo o que tocasse em ouro, a Utopia de Thomas Mann regenera o Homem e coloca-o, ainda que num plano utópico, numa situação em que a matéria não tem importância (na ilha o ouro está acessível a todos mas ninguém o deseja mais do que outra coisa qualquer).
- Midas era um ganancioso sem juízo. A arbitar o concurso entre Apolo e Pã, juntamente com Tmolo, deus do rio, afirma de imediato: “Gostei mais da música de Pã”, como se depois do incidente com o ouro a sua credibilidade fosse alguma, ainda que para arbitrar um simples concurso. Dizia-se que Midas tinha criado a flauta para Pã e por isso decidiu a favor dele.
- Um dia um modesto sapateiro de clientes pobres como ele recebeu a encomenda e visita de um nobre. Excitado com presença tão distinta começa a opinar sobre a sola do sapato, a biqueira, a meia, a beira do calção ao que o nobre repondeu: “Não suba o sapateiro acima da chinela”.
- O rei Midas resolveu um dia opinar sobre um concurso de música entre Pã e Apolo. Opinou a favor do primeiro e Apolo, para castigar o monarca deu-lhe umas orelhas de burro. O rei Midas envolveu as orelhas num turbante mas o seu barbeiro decobriu e como não conseguia guardar segredo cavou um buraco no chão, gritou o segredo lá para dentro e fechou o buraco. Naquele lugar nasceram caniços que quando o vento lhes batia diziam: “O Rei Midas tem orelhas de burro! O Rei Midas tem orelhas de burro!”
- Mais tarde contaram-nos a história de outra forma. Já não se tratava do vento a revelar o segredo do Rei Midas, mas uma criança que faz aquilo que ninguém tinha coragem de revelar: “O Rei vai nu! O Rei vai nu!” Talvez porque tanto num caso como no outro nenhum dos detractores podia ser sancionado.
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