segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

MANUEL OLEIRO, PRESIDENTE DO INSTITUTO PORTUGUÊS DE MUSEUS, É DESONESTO E MENTE (II)

No artigo publicado em 14 deste mês no jornal Público, Manuel Oleiro, Presidente do Instituto Português de Museus, faz duas declarações, entre outras, que seguem a linha executada pelo IPM de apreciar e discutir os grandes números relativos aos visitantes dos museus tutelados por aquele Instituto, para assim esconder a grave crise que muitos museus nacionais atravessam, crise essa bem patente ao efectuar uma análise "mais fina" dos grandes números.

Mas antes de entrar nos números, uma anedota contada por Manuel Oleiro.

"Com a construção de novas vias de acesso, o museu de Conímbriga deixou de estar num eixo principal de circulação", diz Manuel Oleiro, para justificar a perca de 13.000 visitantes, em 2005, daquele Museu.

Só pode ser para rir !

O Museu de Conímbriga perde visitantes, de forma continuada, desde o ano 2000 !

E não perde poucos. Entre 1999 e 2005 Conímbriga perde 55% de visitantes !

Leram bem: cinquenta e cinco por cento de visitantes perdidos !

Os números, relativos a Conímbriga, são estes:

1999 - 216.231 visitantes
2000 - 163.143 visitantes
2001 - 140.107 visitantes
2002 - 135.157 visitantes
2003 - 120.672 visitantes
2004 - 110.250 visitantes
2005 - 97.168 visitantes

E eis como, com um passe de malabarismo barato, Manuel Oleiro transforma um problema que existe desde 2000, numa questão rodoviária !

Se isto não é desonestidade por parte de um Presidente de um Instituto a analisar os dados da instituição a que preside, o que será ?

Como há mais vida para além do IPM e dos blogs, continuamos amanhã com a saga do IPM, ou como, manipulando números, se transforma uma perca de visitantes em 2005 numa "inversão de tendência negativa".


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