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A ENTREVISTA DE RAQUEL HENRIQUES DA SILVA À PÚBLICA (suplemento do jornal Público ) DE 8.1.2006 (I)
Para a Formiga Bargante esta é uma das mais lúcidas e inteligentes declarações surgidas a público, referentes à colecção Berardo.
Para se entender todo o alcance das afirmações de RHS, é necessário ter presente a entrevista concedida à revista Actual (suplemento do jornal Expresso) de 10.12.2005, por Joe Berardo.
Comecemos por nos entender sobre o que é a colecção Berardo.
Já lemos e ouvimos na comunicação social social os maiores disparates sobre a colecção.
Sobre ser uma das melhores do mundo, a melhor da Europa, e outras afirmações tão "fundamentadas" como estas, Raquel Henriques da Silva coloca a colecção no seu devido contexto.
Afirma RHS: " ...Porque é que a colecção Berardo nos é tão importante? Ele é boa, claro, mas o facto é que não há outra..."
Portanto, RHS, que conhece a colecção, não afirma, bombásticamente, que é a melhor do mundo e arredores, mas sim que é boa, e, acima de tudo, não há outra...
Ainda na entrevista citada, RHS coloca uma questão central, entre outras, e que se prende com o estatuto da colecção, e suas consequências.
Colocada a pergunta "A colecção Berardo não pode parar no tempo, deve ser trabalhada e continuada. Qual deve ser a política de aquisições?", Raquel Henriques da Silva responde:
"Há uma questão prévia: qual vai ser o estatuto da colecção? O Estado faz um contrato com o comendador Berardo reconhecendo o interesse pública daquela colecção, instalando-a e mantendo-a. Mas quem vai gerir a colecção?"
A esta questão já tinha respondido Joe Berardo na citada entrevista à Actual.
Questionado sobre se pretenderia criar uma fundação, JB respondeu: "Não. Mas quero que o Estado garanta um apoio directo e anual ao museu, para que possamos trabalhar com dinamismo, e possibilitar a circulação de exposições".
E mais à frente, à pergunta "Um orçamento que seria gerido pela sua equipa de programadores", JB responde "Claro. Vou ter que ter um Conselho de Administração, temos que ter especialistas, direcção artística, programadores... Tudo isso dependerá de um orçamento aprovado pelo Parlamento".
Portanto, e muito bem, Raquel Henriques da Silva coloca uma questão prévia fulcral: quem vai gerir a colecção ?
É que esta questão está intimamente ligada a outras, para as quais Joe Berardo já tem resposta, mas que RHS questiona, indirectamente e com muita elegância, da sua validade.
Continuaremos este texto, mais tarde.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2006
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