terça-feira, 24 de janeiro de 2006

O MUSEU DO AZULEJO
OU
AS PERGUNTAS INOCENTES DA FORMIGA BARGANTE




Sendo que cerca de 85% dos visitantes do museu são estrangeiros
Pergunta inocente FB:
Qual a razão pela qual nas 4 exposições temporárias não existe uma única nota explicativa dos respectivos conteúdos noutra língua que não o português ?
Instruções do Ministério da Educação, para forçar os estrangeiros a aprender a lingua de Camões ?

No folheto oferecido à entrada do Museu (finalmente !) existe uma planta com a localização dos vários espaços que integram o museu, e respectivos conteúdos.
A sala 14 está assinalada como contendo "Século XIX - Azulejaria neoclássica".
Chegados lá deparamos com uma peça de Pedro Cabrita Reis.
Pergunta inocente FB:
Pedro Cabrita Reis século XIX ?
É certo que já chamaram coisas piores ao Pedro, mas neoclássico ?

No folheto oferecido à entrada do Museu (finalmente !) existe uma planta com a localização dos vários espaços que integram o museu, e respectivos conteúdos.
A sala 15 está assinalada como contendo "Século XIX - Azulajaria romântica, eclética e industrial".
Chegados lá deparamos com várias peças de Júlio Pomar.
Pergunta inocente FB:
Júlio Pomar século XIX ? Júlio Pomar não é propriamente um rapaz novo, mas século XIX não será exagero ?
Júlio Pomar "romântico, eclético e industrial" ?

No folheto oferecido à entrada do Museu (finalmente !) existe uma planta com a localização dos vários espaços que integram o museu, e respectivos conteúdos.
Assinalada com a côr verde "desmaiada" está a localização da azulajaria correspondente ao século XIX, ou seja, as salas 14 e 15.
Pergunta inocente FB
Dado que estas salas estão periodicamente ocupadas com exposições temporárias, onde foram "aterrar" as peças correspondentes ao século XIX ?
Ou, para Paulo Henriques, director do Museu do Azulejo, a produção daquele periodo não tem qualidade suficiente para estar representada no "seu" (nosso, diria a formiga bargante) museu ?

A interrupção museológica verificada neste museu, pela sua gravidade, deverá ser objecto de justificação perante a tutela, o Instituto Português de Museus.
Pergunta inocente Formiga Bargante:
Esta justificação existe ? Se existe, é porque Manuel Oleiro, Presidente do Instituto Português de Museus, concorda com ela. Se não existe a tal justificação, será que o IPM já está de tal forma "sem rei nem roque" que cada director de museu decide o que muito bem lhe passa pela cabeça e não presta contas a ninguém ?

As exposições temporárias de Pedro Cabrita Reis e de Júlio Pomar resultam de uma encomenda efectuada pela empresa particular "Galeria Ratton Cerâmicas" aos artistas.
Pergunta inocente Formiga Bargante:
Primeiro Museu do Chiado, agora Museu do Azulejo. Next ?

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