quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006


LOUIS-FERDINAND CÉLINE



"Depois marchámos durante muito tempo.

Havia ruas e mais ruas e também, dentro das casas, os civis e as suas mulheres que nos gritavam encorajamentos, que nos atiravam flores, das esplanadas, das estações e das igrejas repletas.

Quantos patriotas por ali havia!

Mas depois passou a haver menos patriotas...

A chuva começou a cair, e então cada vez menos e por fim nenhum encorajamento, nem um só, pelo caminho.

E não é que estávamos sozinhos ?

Uns atrás dos outros ?

A música parou.

"Em resumo - disse para mim próprio quando vi como a coisa estava a correr -, isto já não tem graça! É mesmo de voltar para trás!".

Ia safar-me, porém, demasiado tarde !

Haviam tornado a fechar a porta de mansinho, atrás de nós, civis.

Fôramos apanhados que nem ratos.

In: viagem ao fim da noite

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