segunda-feira, 8 de maio de 2006

É DE SUSTO, OU "O ANSIOSAMENTE ESPERADO"
PLANO PARA A BAIXA-CHIADO (I)


"O projecto Baixa-Chiado já tem uma data marcada para a conclusão da primeira fase de intervenção".

"Estamos a trabalhar num projecto que seja exequível e ambicioso, diz Maria José Nogueira Pinto, a vereadora da Câmara Municipal de Lisboa responsável pela coordenação do projecto. O relatório final vai habilitar todas as decisões políticas, dando todas as respostas às perguntas que nos possam fazer, garante Maria José Nogueira Pinto.
in: jornal Expresso de 6.5.2006

Não sabemos o que seja mais preocupante, se a falta de uma visão global para a cidade de Lisboa, a partir justamente da Baixa-Chiado, se a falta de ambição para o Terreiro do Paço (as propostas enunciadas no Expresso do passado fim de semana são de meter susto ao susto...) se o facto de uma vereadora da Câmara de Lisboa pretender ter todas as respostas para as perguntas que ainda nem sequer foram formuladas.

É o autismo da classe política portuguesa, de que Maria José Nogueira Pinto é um dos expoentes mais visiveis, que leva a um cada vez maior divórcio entre os portugueses e a classe política que supostamente os representaria.

Sem que os nossos "queridos" políticos o queiram entender, dado que isso poderia provocar a perca dos seus empregos, aos quais dedicaram toda a sua vida (Sócrates e Marques Mendes não fizeram mais nada a não ser política desde que abandonaram as fraldas
, e só para focar os mais emblemáticos,), os portugueses, e não só os portugueses mas muitos mais europeus, para não ir mais longe, estão fartos de votar de quatro em quatro anos e depois serem esquecidos.

Será que não consegue passar pela cabeça de Maria José Nogueira Pinto que por mais ilustres que sejam os componentes do grupo de trabalho para a Baixa-Chiado, a soma dos seus saberes é incomparávelmente menor do que os saberes que surgiriam de um debate alargado à população, não só de Lisboa mas do país, dado que o que se passa na "sua" capital é assunto de todos nós e não só dos lisboetas, e muito menos de meia duzia de iluminados ?

Pelos vistos tal não passa por tão ilustre cabeça, que ainda por cima deve estar convencida que vamos todos ficar muito agradecidos por nos livrar da maçada de discutir Lisboa, e já agora, o país.

Mas nós queremos essas "maçadas", mais que não seja para "libertar" políticos como Maria José (que já sabe as respostas antes de serem formuladas as perguntas...) de tão "pesado fardo".







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