ISABEL PIRES DE LIMA, O INSTITUTO PORTUGUÊS DE MUSEUS OU,COM A VERDADE ME ENGANAS
As recentes declarações da Ministra da Cultura Isabel Pires de Lima e do director do Instituto Português de Museus, Manuel Oleiro, vão todas no mesmo sentido: os Museus tutelados pelo IPM estão bem e recomendam-se, tanto assim que tiveram um aumento de visitantes de 23%(segundo o Ministério) durante os primeiros quatro meses de 2006.
A técnica já é conhecida, de tão utilizada pelo Ministério e pelo IPM: refere-se o número global, dado que a nossa comunicação social não se dá ao trabalho de tentar perceber a verdade que aquele número esconde.
E a verdade é outra. e bem diferente, como vamos tentar demonstrar seguidamente.
Começemos pelo aumento global de visitantes dos museus tutelados pelo IPM, que é referido ter sido de 23%.
O mínimo que se espera destas entidades (Ministério da Cultura e IPM) é que sejam rigorosos na informação que prestam, o que não é o caso: o aumento não é de 23% mas sim 22%.
A diferença não é importante, mas a falta de rigor sim: o IPM, para chegar aos 23%, conta com os visitantes do Museu Regional de Arqueologia D.Diogo de Sousa, que nos primeiros 4 mêses de 2006 teve 4.149 visitantes, mas que em 2005 esteve fechado.
É desonesto incluir este número no aumento de visitantes dos museus, e isto é que é grave porque demonstra como se trabalha no IPM: vale tudo, e neste caso até atirar poeira para os olhos.
Mas passemos aos números globais.
Dos 25 museus analisados (não contámos com os museus de Abade de Baçal por têr estado fechado em Fevereiro, Março e Abril de 2006, nem com o já referido museu de D.Diogo de Sousa pelas razões referidas) a situação é esta:
11 museus aumentaram os seus visitantes acima de 10%
5 museus aumentaram os seus visitantes entre 1% e 6%
9 museus perderam entre -2% e -27% de visitantes
6 museus (chiado, arte antiga, arqueologia, coches, joaquim manso e teatro) são responsáveis por 82% do aumento de visitantes.
4 museus (josé malhoa, évora, núcleo de vila viçosa do museu dos coches e aveiro) perderam entre 25% e 27% de visitantes.
De entre os museus que conquistaram mais visitantes, o "campeão" é o Museu do Chiado, que, comparando os primeiros 4 mêses de 2006 com o mesmo periodo de 2005, teve um aumento de 245% !
Só que este aumento levanta uma outra questão: o que andou Pedro Lapa, director d0 Museu do Chiado a fazer nos últimos 5 anos, em que contando com o apoio mecenático do Millennium/BCP perdeu sempre visitantes ?
Se agora foi capaz de operar esta reviravolta nos públicos do "nosso" museu, não será altura de nos ser explicado o que acontececeu entre 2000 e 2005 naquele que Augusto M.Seabra muito oportunamente denominou de "Chez Lapa ao Chiado"?
Ou será que o trabalho com a Ellipse Foundation o absorveu tanto que não teve nem tempo nem energia para consagrar ao "nosso" Museu do Chiado ?
E, já agora, não será altura de Manuel Oleiro, director do Instituto Português de Museus, vir a público informar das razões que levam a que o Museu de Conímbriga seja o museu que mais visitantes perde no periodo em análise, mais concretamente 23% ?
É que este Museu perde visitantes desde 2000, e já este ano, Manuel Oleiro declarou publicamente que o problema deste museu derivava de uma questão rodoviária.
Será que cortaram as estradas de acesso ao museu ?
Continuamos amanhã com este tema.
A técnica já é conhecida, de tão utilizada pelo Ministério e pelo IPM: refere-se o número global, dado que a nossa comunicação social não se dá ao trabalho de tentar perceber a verdade que aquele número esconde.
E a verdade é outra. e bem diferente, como vamos tentar demonstrar seguidamente.
Começemos pelo aumento global de visitantes dos museus tutelados pelo IPM, que é referido ter sido de 23%.
O mínimo que se espera destas entidades (Ministério da Cultura e IPM) é que sejam rigorosos na informação que prestam, o que não é o caso: o aumento não é de 23% mas sim 22%.
A diferença não é importante, mas a falta de rigor sim: o IPM, para chegar aos 23%, conta com os visitantes do Museu Regional de Arqueologia D.Diogo de Sousa, que nos primeiros 4 mêses de 2006 teve 4.149 visitantes, mas que em 2005 esteve fechado.
É desonesto incluir este número no aumento de visitantes dos museus, e isto é que é grave porque demonstra como se trabalha no IPM: vale tudo, e neste caso até atirar poeira para os olhos.
Mas passemos aos números globais.
Dos 25 museus analisados (não contámos com os museus de Abade de Baçal por têr estado fechado em Fevereiro, Março e Abril de 2006, nem com o já referido museu de D.Diogo de Sousa pelas razões referidas) a situação é esta:
11 museus aumentaram os seus visitantes acima de 10%
5 museus aumentaram os seus visitantes entre 1% e 6%
9 museus perderam entre -2% e -27% de visitantes
6 museus (chiado, arte antiga, arqueologia, coches, joaquim manso e teatro) são responsáveis por 82% do aumento de visitantes.
4 museus (josé malhoa, évora, núcleo de vila viçosa do museu dos coches e aveiro) perderam entre 25% e 27% de visitantes.
De entre os museus que conquistaram mais visitantes, o "campeão" é o Museu do Chiado, que, comparando os primeiros 4 mêses de 2006 com o mesmo periodo de 2005, teve um aumento de 245% !
Só que este aumento levanta uma outra questão: o que andou Pedro Lapa, director d0 Museu do Chiado a fazer nos últimos 5 anos, em que contando com o apoio mecenático do Millennium/BCP perdeu sempre visitantes ?
Se agora foi capaz de operar esta reviravolta nos públicos do "nosso" museu, não será altura de nos ser explicado o que acontececeu entre 2000 e 2005 naquele que Augusto M.Seabra muito oportunamente denominou de "Chez Lapa ao Chiado"?
Ou será que o trabalho com a Ellipse Foundation o absorveu tanto que não teve nem tempo nem energia para consagrar ao "nosso" Museu do Chiado ?
E, já agora, não será altura de Manuel Oleiro, director do Instituto Português de Museus, vir a público informar das razões que levam a que o Museu de Conímbriga seja o museu que mais visitantes perde no periodo em análise, mais concretamente 23% ?
É que este Museu perde visitantes desde 2000, e já este ano, Manuel Oleiro declarou publicamente que o problema deste museu derivava de uma questão rodoviária.
Será que cortaram as estradas de acesso ao museu ?
Continuamos amanhã com este tema.
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