A COLECÇÃO BERARDO,
O BLOG ULTRAPERIFÉRICO
E AS INSÓNIAS (I)
Num texto recentemente publicado na Formiga (link) sobre a colecção Berardo, recebemos um comentário do Roteia, do blog Ultraperiférico (link), que procura contribuir para a diminuição das nossas “insónias”, as quais foram provocadas pela leitura dos estatutos da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Colecção Berardo, chegados ao nosso conhecimento através de um excelente texto do contra-baixo da GLQL (link).
Por serem temas que muito nos interessam, passamos a transcrever o comentário do Roteia, respondendo de seguida às opiniões aí expressas, as quais nos parecem um pouco românticas.
Ora então vamos lá:
“Não perca o sono. A sua questão tem resposta. Todas as aquisições se destinam a actualizar a colecção ou a complementar núcleos de obras e autores insuficientemente representados”.
Sucede que as comparticipações anuais do Estado e do Comendador são de quinhentos mil euros cada, o que representa uma verba anual de um milhão de euros.
Como o meu caro Roteia sabe, ao nível dos artistas de que estamos a falar, qual peça que seja necessária para actualizar a colecção ou complementar núcleos de obras e autores insuficientemente representados custa muito mais do que aquele montante anual.
Um exemplo:
Jean Michel Basquiat é um pintor incontornável em qualquer museu de arte moderna e contemporânea.
A colecção Berardo possue um quadro deste artista.
Imagine o caro Roteia que é entendido que Basquiat deve estar mais bem representado na colecção. Imagine.
Em 10 de Maio de 2005 a Sotheby´s vendeu, em Nova York, um quadro deste artista, por um milhão quatrocentos e setenta e dois mil dolares, ou seja, mais do que a dotação da fundação para as compras anuais.
Outro exemplo:
No núcleo de arte povera representado na colecção, não existe qualquer obra de mariza mertz, luciano fabro ou pier paolo calzolari, já para não referir que de pino pascali, gioseppe penone, michelangelo pistoleto e gilberto zorio só existe uma obra de cada.
Imagine que é decidido adquirir um trabalho de cada artista não representado, de forma a completar o núcleo referido no célebre artigo de 1969 de germano celant.
Imagina quantos anos de dotação seriam necessários para estas aquisições ?
Eu não sei, mas imagino que seriam alguns.
Portanto, meu caro Roteia, as verbas propostas para novas aquisições não chegam para mandar cantar um cego, quanto mais para actualizar ou complementar a colecção.
Mas este ainda é um mal menor.
Como este texto já vai longo, voltaremos, em novos textos, ao tema.
Por serem temas que muito nos interessam, passamos a transcrever o comentário do Roteia, respondendo de seguida às opiniões aí expressas, as quais nos parecem um pouco românticas.
Ora então vamos lá:
“Não perca o sono. A sua questão tem resposta. Todas as aquisições se destinam a actualizar a colecção ou a complementar núcleos de obras e autores insuficientemente representados”.
Sucede que as comparticipações anuais do Estado e do Comendador são de quinhentos mil euros cada, o que representa uma verba anual de um milhão de euros.
Como o meu caro Roteia sabe, ao nível dos artistas de que estamos a falar, qual peça que seja necessária para actualizar a colecção ou complementar núcleos de obras e autores insuficientemente representados custa muito mais do que aquele montante anual.
Um exemplo:
Jean Michel Basquiat é um pintor incontornável em qualquer museu de arte moderna e contemporânea.
A colecção Berardo possue um quadro deste artista.
Imagine o caro Roteia que é entendido que Basquiat deve estar mais bem representado na colecção. Imagine.
Em 10 de Maio de 2005 a Sotheby´s vendeu, em Nova York, um quadro deste artista, por um milhão quatrocentos e setenta e dois mil dolares, ou seja, mais do que a dotação da fundação para as compras anuais.
Outro exemplo:
No núcleo de arte povera representado na colecção, não existe qualquer obra de mariza mertz, luciano fabro ou pier paolo calzolari, já para não referir que de pino pascali, gioseppe penone, michelangelo pistoleto e gilberto zorio só existe uma obra de cada.
Imagine que é decidido adquirir um trabalho de cada artista não representado, de forma a completar o núcleo referido no célebre artigo de 1969 de germano celant.
Imagina quantos anos de dotação seriam necessários para estas aquisições ?
Eu não sei, mas imagino que seriam alguns.
Portanto, meu caro Roteia, as verbas propostas para novas aquisições não chegam para mandar cantar um cego, quanto mais para actualizar ou complementar a colecção.
Mas este ainda é um mal menor.
Como este texto já vai longo, voltaremos, em novos textos, ao tema.
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