quinta-feira, 12 de outubro de 2006

PLANO BAIXA-CHIADO
Notas soltas

ÁREAS DE COMÉRCIO, RESTAURAÇÃO E LAZER NA FRENTE RIBEIRINHA
Na terceira intervenção desenvolver-se-á uma área de comércio de média dimensão, com cerca de 18 000m2 acima do solo, e parque de estacionamento subterrâneo para cerca de 700 veículos na zona do Campo das Cebolas.
Esta intervenção incide sobre um quarteirão limitado pelas Ruas do Cais de Santarém,Victor Machado e Av. Infante D. Henrique, para o qual será necessário elaborar um projecto conjunto, que assegure a manutenção de alguns valores patrimoniais e a construção de um novo conjunto vocacionado para o comércio de produtos tradicionais,restauração e lazer. Um edifício totalmente aberto para o exterior,com esplanadas,será adequado ao carácter popular do Campo das Cebolas,já com forte presença de estabelecimentos de restauração.A proximidade de Alfama e do futuro terminal de navios de cruzeiro é garantia de sucesso.
in:plano de dinamização da Baixa-Chiado (pág.57)

Quanto mais se lê, menos se acredita.

Afinal, o parque de estacionamento para 700 lugares, do Campo das Cebolas, é enterrado.
Que os técnicos reafirmem que antes de uma carta geológica da Baixa nada deve ser aprovado, é letra morta para a distinta comissão.

Para além do betão enterrado, aí temos mais 18.000m2 de construção nova, para albergar, cumulo da imaginação, "produtos tradicionais, restauração e lazer". (já agora, o que pretendem dizer com LAZER?)
Embora reconheçam que já existe "forte presença de estabelecimentos de restauração" na zona, ainda pretendem acrescentar mais concorrência aos existentes, sem cuidar da viabilidade dos existentes e dos futuros restaurantes.

Quanto às razões de "êxito" de tal iniciativa, o programa afirma: "A proximidade de Alfama e do futuro terminal de navios de cruzeiro é garantia de sucesso".

Alguma alma piedosa será capaz de explicar a tão "douta comissão" que, por um lado, as tais escadas mecânicas a instalar na Baixa em direcção ao Castelo de S.Jorge vão "secar" Alfama, e, por outro lado, os passageiros dos navios de cruzeiros pouca ou quase nenhuma despesa efectuam na restauração lisboeta dado que, conforme é sabido por toda a gente menos pela "douta comissão", o preço do cruzeiro inclui todas as refeições, o que, como é lógico, elimina a necessidade/vontade de gastar "euricos" na restauração lisboeta.

Salvo se a "douta Comissão" optar pela implementação de tasquinhas para a venda de vinho a copo e caldo verde, pasteis de bacalhau, pataniscas e peixinhos da horta.

E tudo em nome da dinamização e da modernidade, certo?

1 comentário:

AM disse...

Lazer? "Garantia de sucesso"?
Será a legalização dos bordéis?
Que pena... a "deslocalização" do Casino... a obstaculizar... as sinergias!