segunda-feira, 27 de novembro de 2006

GENTE ESTRANHA, ESTA.

Na passada sexta-feira a Minístra da Cultura, Isabel Pires de Lima, acolitada pelo presidente do Instituto Português de Museus, Manuel Oleiro, fez saber, em conferência de imprensa, da sua satisfação pelo número de visitantes alcançados até 31 de Outubro de 2006 pelos Museus tutelados pelo IPM Museus do .

Segundo Manuel Oleiro, "2006 poderá ser o ano mais concorrido de sempre nos museus nacionais".

Só boas notícias, vindas das bandas do Ministério e do seu Instituto.

Mas será verdade?

Não, não é verdade.

Os números apresentados, quando vistos globalmente, representam uma realidade risonha, muito a puxar para o côr de rosa.

Enquanto aguardamos a publicação na net dos números relativos a Outubro (estas coisas são lentas...) aqui ficam alguns dados relativos ao mês de Setembro.

No último quadrimestre de 2006 (Junho, Julho, Agosto e Setembro), o Museu Nacional do Chiado acolhe o menor número de visitantes na história do Museu.

De Janeiro a Setembro o Museu de Conímbriga continua a registar perca de visitantes, estando já com 60% de percas face ao melhor ano.

Em contrapartida, o Museu Nacional de Arte Antiga regista, face a 1998 (o tal ano da Expo, muito valorizado pelo Mínistra na referida conferência de imprensa) um aumento de visitantes em 2006 de cerca de 100% (98% para sermos mais exactos...), e já descontando o efeito da "Festas dos Museus" realizado em Maio, que deu lugar a muita "contabilidade criativa".

Ou seja, para se tentar perceber a situação dos Museus controlados pelo IPM, pela óptica do número de visitantes, é necessário aguardar pelos dados de Outubro e, a partir dai, analisar a situação real, expurgada da "contabilidade criativa" ligada à "Festa dos Museus".

Aguardemos.

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