segunda-feira, 20 de novembro de 2006

OS RATOS A ABANDONAREM O NAVIO ?



José Sarmento de Matos publica hoje, no Público, um "interessante" artigo de opinião intitulado: Lisboa - as marcas do poder".

Metade do artigo é consagrado a explanar os conhecimentos que o autor possui sobre a dinâmica histórica da cidade.

Nada de novo e nada de original. Adiante.

O que é curioso é o autor escrever o seguinte:

" O desafio que de momento a cidade nos coloca ganhou novos contornos. Já não se trata de construir de novo, de deixar padrões de pedra de atitudes e gostos. Agora é a própria cidade no seu conjunto, em especial o seu casco histórico mais antigo, com incidência na Baixa Pombalina, com todas a sobreposição enriquecedora de múltiplos tempos e vontades, que é necessário pensar em novos moldes, contrariando a decadência anímica, a "morte lenta" dir-se-á, que se vai desenrolando à nossa volta e à vista desarmada".

"Pensar Lisboa, intervir em Lisboa, está, pois, na ordem do dia. O que falta então? Muito simplesmente quem queira, possa e saiba cavalgar essa onda que cresce, criando as condições para se assumir decididamente essa vontade de mudança. A ver vamos".

Neste artigo de opinião José Sarmento de Matos não faz uma única alusão ao Plano de Dinamização da Baixa-Chiado encomendado a seis notáveis figuras da nossa praça e capitaneado por Maria José Nogueira Pinto.

Para além disso, José Sarmento de Matos escreve uma frase assassina relativamente ao "Plano da Zézinha": "Agora é a própria cidade no seu conjunto...." "... que é necessário pensar em novos moldes...".

Sucede que o tal "Plano da Zézinha" "pensa" (e mal...) sobre a Baixa-Chiado esquecendo "a própria cidade no seu conjunto..." atitude que José Sarmento de Matos denuncia, indirectamente, e bem.

Só que José Sarmento de Matos também colaborou no "Plano da Zézinha", escrevendo um texto de seis páginas intitulado "Terreiro do Paço - Espaço e Função".

E nem uma única referência ao "Plano da Zézinha" no texto de hoje ?

Esquecimentos ...

2 comentários:

Anónimo disse...

Alguém "pensou Lisboa": "Lisboa ficou assim lacustre e assente em estacas de pinho verde. mergulhadas na água doce do caudal dos rios subterrâneos, numa estrutura capaz de durar por mais de quinhentos anos sem necessidade de reparação. assim se faria, na imprevisão de futuras secas climáticas que drenassem os veios de água, fazendo apodrecer o pinho verde ou que o fizessem carcomer pela subida do teor do sal no próprio Tejo. Tudo impensável para aqueles pensadores, cujos estudos da época registavam uma média de 111 dias de chuva por ano."
("O Príncipe Rosa Cruz", José Braga Gonçalves, Novembro de 20005)

AM disse...

Se não são fugas, devem ser "desmarcações".