quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

CÁ VAI LISBOA, DE ARQUINHO E BALÃO...

"Sem projecto, sem uma gestão eficaz e sem o mínimo de transparência: assim está a maior câmara do país".
in: editorial de paulo ferreira no jornal público de hoje

Com o devido respeito pelo jornalista paulo ferreira, estamos em crer que a sua análise carece de fundamento.

Sem projecto: contacte-se com as administrações da Bragaparques, da Bernardino Gomes e de tantas outras que pululam na construção em Lisboa, e verificará que existe um projecto.

Sem uma gestão eficaz: verifiquem-se os procedimentos da troca do Parque Mayer com os terrenos da Feira Popular, e da sua ligação com o aumento de cérceas na Avenida da Républica, ou a venda do Vale de Santo António, ou o empreendimento da Infante Santo, etc. etc. etc., para se verificar que existe uma gestão rigorosa.

Sem o mínimo de transparência: consultem-se as declarações públicas dos deputados municipais ou dos vereadores eleitos, e verifique-se como tudo é transparente.
Dias Batista, do PS, chegou a declarar, por exemplo, que se abstinha na votação relativa à venda do Vale de Santo António dado que "o Presidente Carmona Rodrigues estava no início do mandato e era necessário conceder-lhe o princípio da dúvida".

Como já foi anteriormente afirmado neste formigueiro, quem votou neste "cromo" para presidente da CML devia pagar multa.

3 comentários:

João Barbosa disse...

Concordo que quem votou em Carmona Rodrigues devia pagar multa. Eu devia pagar multa. Isto não vai bem. Não vai nada bem.
Nem me vou esforçar a argumentar que a gestão da coligação PCP/PS foi má, porque foi. Não me vou esforçar a argumentar, porque essa foi má e é passado. E agora há um presente que é mau e que ainda tem mandato para durar. Não me vou esforçar a argumentar que com Manuel Maria Carrilho seria pior, porque provavelmente seria, mas a questão não se põe.
Nem quero já falar em Bragaparque ou em suspeitas de corrupção e de ilicitudes. Não quero falar das costumeiras suspeitas sobre as empresas de obras públicas e do ramo imobiliário. Não quero falar nas suspeitas transversais a políticos dos diversos poderes (de todos quantos exercem poder) nem a gabinetes técnicos. Não quero falar do alegado suborno ao irmão do vereador Sá Fernandes. Não quero falar da possível ligação a tudo isto do assalto à residência e escritório do advogado Ricardo Sá Fernandes. Há nisto tudo demasiado fumo ou demasiado pó de obras. Pode ser injusta a suspeita, mas é inegável que existe. Se bem que ninguém é culpado até ser sentenciado em definitivo e estarem esgotados todos os recursos legais. Não quero falar de fumo nem de pó de obras, porque de há uns anos a esta parte sempre que se diz Lisboa lá vem o cheiro a obras, a fumo ou a dinheiro. Não me apetece falar disto. É demasiado deprimente!
Se o passado PCP/PS foi mau, se o cenário Carrilho foi assustador, a realidade presente é uma desilusão e um constrangimento. Ainda que sejam inocentes os suspeitos, o estado a que chegou esta cidade, este silêncio incompreensível, o acumular das situações gagas ultrapassam o aceitável. Já chega!
Caro Formiga Bargante, está cheio de razão! Quem votou em Carmona Rodrigues devia pagar multa. E eu assumo que devia pagá-la.

formiga bargante disse...

Meu caro João Barbosa

Argumentar: "Não me vou esforçar a argumentar que com Manuel Maria Carrilho seria pior, porque provavelmente seria, mas a questão não se põe", não me parece um "exercício" correcto.
Nada no passado de MMC lhe fornece "matéria" para este tipo de afirmação.

Que o homem é vaidoso, convencido, e que tem manias de superioridade, até posso estar de acordo consigo.

Mas daí a afirmar que a gestão de MMC seria tão ou mais corrupta do que a de Carmona Rodrigues, vai uma enorme distância.

Desculpa a afirmação, mas estou em crêr que o João Barbosa foi uma das "vitimas" da campanha Carrilho+Bárbara+Dinis Maria, e que não se deu ao trabalho (como uma enorme maioria, esteja descançado) de lêr o programa eleitoral de MMC e de Carmona Rodrigues.

E logo aí se verifica a diferença das candidaturas.

Mas como os "portugas" votam em função da "empatia" e não dos programas (que servem para pedir responsabilidades aos seus proponentes), aí temos Lisboa em todo o explendor do voto rasca que levou Carmona Rodrigues a presidente da autarquia.

Desculpe o desabafo, mas esta "está-me atravessada" (o Carmona Rodrigues não o João Barbosa, sejamos claros...)

Cumprimentos

João Barbosa disse...

Meu caro Formiga Bargante, não sei se Carmona Rodrigues e/ou alguém da sua vereação é corrupto.
Não digo isso. Já nem digo isso. Digo que a gestão desta vereação não está a correr nada bem e que lamento o meu voto. Lamentar não é arrepender, porque para me arrepender era preciso que tivesse os dados que só o tempo me veio a dar.
Quanto a Manuel Maria Carrilho e a imagem do candidato e do político, mais o sentido do voto. Não, não concordo consigo na análise que fez. Pelo menos no que diz respeito ao meu voto. Embora não tenha que o fazer, vou justificar-me: não votei em Manuel Maria Carrilho como não votaria em qualquer candidato do PS nas últimas autárquicas por absoluta necessidade de mudança. É certo que o candidato e o político Carrilho foi ridículo e caricato (não necessariamente a pessoa e muito menos o intelectual), mas sei que uma eleição não é um homem nem um rosto nem uma frase. Acresce a isso que não acreditei em Carrilho, pelo que a minha decisão de contribuir para a mudança em Lisboa não se alterou. Acresce ainda que Carrilho (e aqui sim, coloca-se a questão) tudo fez para perder as eleições e nem percebeu, ofuscado pela sua vaidade e soberba. Todavia nunca estive perto de lhe dar o voto.
Voltando ao início. Se esta vereação fôr corrupta, ou alguém nela o fôr, espero que a justiça se faça. Antes disso já lamento ter votado (in)útil no PSD.
Saudações