quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Pequena contribuição para o dia 11 de Fevereiro

Atena
Zeus, o deus dos deuses na mitologia grega andava a “arrastar a asa” a Métis (Prudência). Esta, para fugir às investidas do grande deus metamorfoseava-se em várias espécies da nossa fauna e flora e da fauna e flora da época. Um dia cansada acabou por se deixar seduzir por Zeus. Ora como os oráculos tinham preconizado a vinda de uma filha em vez de um filho e que este, caso nascesse seria para destronar o seu pai, Zeus não teve meias medidas. Vai daí e engoliu Métis. Grávida e tudo, sim senhor. Zeus ficou portanto grávido. Por alturas do fim do tempo e como estava a padecer de fortes dores de cabeça, pediu a Efesto um conselho. Efesto que era deus de acção e não de palavra, tomou uma cunha e um maço e fez-lhe uma fenda no crânio. Dessa fenda nasceu Atena, bela, adulta e já vestida. Tal feito foi um grande alívio para Zeus que com a pensão de miséria que recebia não podia andar a pagar a vida de uma pessoa até à idade adulta. Se a mulher não nasceu da costela do homem, nasceu pelo menos do cérebro.
Dionísio
Zeus apaixonou-se por Seméle, uma princesa de Tebas que já se encontrava em estado de graça quando o pai dos deuses por ela se embeiçou. Obviamente que para conquistar uma mulher já conquistada por outro mortal, nada melhor que um terceiro mortal (um pouco na senda da velha frase – porém não muito sábia – que diz que “pêlo de cão se cura com pelo de outro cão” ou que “sarna de cão se cura com pêlo de outro cão”). Zeus disfarçou-se de mortal. Ela, um pouco tontinha e deslumbrada pediu-lhe que ele se revelasse como deus do relâmpago e do trovão. Mas os dois excederam-se (às vezes acontece) e ela acabou por morrer, ainda grávida, fulminada pela luz de Zeus. No entanto, num volte-face - sempre útil para contar determinadas histórias - Hermes, mensageiro dos deuses, ainda teve tempo de retirar o filho do ventre de Sémele e entregá-lo a Zeus. Zeus que era casado teve de arranjar forma de esconder o embrião e para isso fez um buraco na perna e meteu lá o menino Dionísio (ou Baco, na mitologia romana), fechando em seguida a abertura. A criança ficou lá como no aviário a ganhar tempo para sair, durante três meses. Por isso se diz que Dionísio é aquele que “nasceu duas vezes”.

Hércules

J. J. F. le Barbier, the elder
Birth of Heracles
1788-1826

Também devem conhecê-lo por Hércules. Se conhecem a história de “O Anfitrião”, conhecem a de Hércules. Pois bem, Zeus mais uma vez andava à caça de mais uma anquinha procriadora quando deu de caras com Alcmena. Após muitas tentativas frustradas, e aproveitando a ausência do seu marido, apresentou-se perante a mulher com o aspecto de Anfitrião, seu marido. Como Zeus tinha em mente que este novo filho teria de ser um verdadeiro representante do mundo dos deuses, ele e Alcmena procriaram durante três dias. A mulher de Zeus, Hera, com ciúmes tentou impedir o nascimento. Para isso socorreu-se de uma prática que esperemos não seja levada a cabo por muita gente ou a desilusão vai ser total. Sentou-se à porta de Alcmena, cruzou os dedos, os braços e as pernas, amarrou as vestes e fez a pobre parturiente sofrer ao longo de sete dias. No sétimo, e por descuido, Hera descruzou-se toda e Hércules nasceu. Tenho cá para mim que isto era o mais semelhante a um método anti concepcional que existia na época.

Afrodite

Botticelli
The birth of Venus
1485
Uffizi, Florença

Ou Vénus, para os amigos. Segundo o nome Afrodite nasceu da espuma do mar (em grego diz-se aphros) após os órgãos genitais de Urano terem sido cortados e deitados ao mar por Saturno. Um crime passional ainda por apurar. Na versão de Hesíodo na sua Teogonia foi isto que aconteceu. Há porém quem diga que Vénus nasceu simplesmente da vontade ejaculatória de Zeus. Neste caso, era necessário mostrar a Zeus o sketch dos Monty Piton em que se diz que todo o esperma é sagrado. Com Zeus, mais sagrado não podia ser.

Sem comentários: