Política cultural é uma avestruz
Para o ex-adido, a política cultural externa não tem coordenação, ideia ou impulso
Luís Mascaranhas Gaivão
A política cultural externa de Portugal é uma avestruz: enterrou a cabeça na areia enquanto revela o traseiro, mal disfarçado, sem coordenação, sem ideia, sem impulso.
É atributo do Instituto Camões promover a Cultura e a Língua de Portugal no estrangeiro. Para isso, recebe uns patacos do Orçamento do Estado e, opção entre as opções, decide apostá-los quase em absoluto na Língua. Aplicam-se, desde logo, alguns critérios, decididos, convém dizer, em circuito fechado interno, sendo chamados à colação uns 2 ou 3 «experts» da praça, os amigos e, vá lá, um que outro ‘parente’ mais afastado, para disfarçar.
Depois, baralha-se tudo, bate-se em castelo, com levedura propagandística, e serve-se a Língua Portuguesa (LP daqui em diante) por esse mundo de Cristo. Entretanto já se mandaram embalar, em reputadas empresas gráficas e informáticas, programas, manuais, livros de apoio, sítios, tele-informações e telecursos e axadrezaram-se-se uns professores, ditos leitores, a ganharem o pão que o diabo amassou, como pontas-de-lança da LP, pelos cinco continentes, onde não raras vezes deixam a desejar e sem culpa pessoal formada.
Agora, a cultura, senhores! A cultura portuguesa no estrangeiro, sabem o que é isso? Eis um sinal:
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral mandou, já fez um ano, para a rua, sem apelo nem agravo, sem critério de escolha conhecido, os conselheiros culturais de, por exemplo: Bissau, São Tomé e Príncipe, Luxemburgo e Rabat, entre outros. Todos estes dirigiam um Centro Cultural Português nos respectivos países.
Bissau e São Tomé, notaram bem, lusofonicamente falando, pertencem à tal África prioridade das prioridades! Luxemburgo, já viram, emigrantemente falando, os tais irmãos, sangue do nosso sangue, longe da pátria madrasta e tão portugueses como nós? Rabat, repararam, arabizantemente falando, em crise de distanciamento político-cultural? Eminente, a visão estratégica de quem propunha um torneio de futebol entre árabes e europeus para acalmar a crise das caricaturas, se deslocou diversas vezes ao Luxemburgo sem nunca contactar os emigrantes e de África deve, apenas, possuir a contragosto, algum gene meio perdido de antepassado ignoto.
Motivo das exonerações? Suspeitas de que os conselheiros não teriam sido escolhidos por mérito, e que eram responsáveis pelo défice orçamental do MNE. Mas, logo logo, nasceu a promessa de novo e impoluto concurso de admissão. Onde está ele?
Bem, os orçamentos destes centros culturais, eram menores do que o orçamento de que dispunha São Francisco de Assis para pregar às avezinhas e até houve um deles que recebeu 0,00 euros para promover a cultura de Portugal pelo prazo de um ano!
É atributo do Instituto Camões promover a Cultura e a Língua de Portugal no estrangeiro. Para isso, recebe uns patacos do Orçamento do Estado e, opção entre as opções, decide apostá-los quase em absoluto na Língua. Aplicam-se, desde logo, alguns critérios, decididos, convém dizer, em circuito fechado interno, sendo chamados à colação uns 2 ou 3 «experts» da praça, os amigos e, vá lá, um que outro ‘parente’ mais afastado, para disfarçar.
Depois, baralha-se tudo, bate-se em castelo, com levedura propagandística, e serve-se a Língua Portuguesa (LP daqui em diante) por esse mundo de Cristo. Entretanto já se mandaram embalar, em reputadas empresas gráficas e informáticas, programas, manuais, livros de apoio, sítios, tele-informações e telecursos e axadrezaram-se-se uns professores, ditos leitores, a ganharem o pão que o diabo amassou, como pontas-de-lança da LP, pelos cinco continentes, onde não raras vezes deixam a desejar e sem culpa pessoal formada.
Agora, a cultura, senhores! A cultura portuguesa no estrangeiro, sabem o que é isso? Eis um sinal:
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral mandou, já fez um ano, para a rua, sem apelo nem agravo, sem critério de escolha conhecido, os conselheiros culturais de, por exemplo: Bissau, São Tomé e Príncipe, Luxemburgo e Rabat, entre outros. Todos estes dirigiam um Centro Cultural Português nos respectivos países.
Bissau e São Tomé, notaram bem, lusofonicamente falando, pertencem à tal África prioridade das prioridades! Luxemburgo, já viram, emigrantemente falando, os tais irmãos, sangue do nosso sangue, longe da pátria madrasta e tão portugueses como nós? Rabat, repararam, arabizantemente falando, em crise de distanciamento político-cultural? Eminente, a visão estratégica de quem propunha um torneio de futebol entre árabes e europeus para acalmar a crise das caricaturas, se deslocou diversas vezes ao Luxemburgo sem nunca contactar os emigrantes e de África deve, apenas, possuir a contragosto, algum gene meio perdido de antepassado ignoto.
Motivo das exonerações? Suspeitas de que os conselheiros não teriam sido escolhidos por mérito, e que eram responsáveis pelo défice orçamental do MNE. Mas, logo logo, nasceu a promessa de novo e impoluto concurso de admissão. Onde está ele?
Bem, os orçamentos destes centros culturais, eram menores do que o orçamento de que dispunha São Francisco de Assis para pregar às avezinhas e até houve um deles que recebeu 0,00 euros para promover a cultura de Portugal pelo prazo de um ano!
Resta, apenas, ao conselheiro, arregaçar as mangas e ir à procura de apoios: pede a este e leva sopa, pede àquele e dizem-lhe que o Estado é que deve pagar, um terceiro diz-lhe “vai mas é trabalhar” (o ex-ministro gostará deste comentário!), mas lá acaba por arranjar um que outro auxílio.
O conselheiro mata a cabeça, de seguida, numa programação já sem tempo, arrancada a ferros, de actividades culturais, apresenta-a, de mansinho à tutela, não vá ela chumbá-la por falta de critérios, e substituí-la por manifestações enigmáticas de instalações e pós-modernismos de elite, tão visceralmente portugueses!...
A política cultural externa de Portugal, faz-se, pela única e exclusiva qualidade dos artistas portugueses, e apesar de quem de direito.
Entre eles incluo os conselheiros culturais exonerados.
Ex-adido cultural
in: semanário expresso de 5.5.2007
Ex-adido cultural
in: semanário expresso de 5.5.2007
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