sexta-feira, 31 de agosto de 2007

A CULTURA E 2008 - UMA FABULAÇÃO

Em Janeiro/Fevereiro do próximo ano, o governo é remodelado, e obedece a uma nova estrutura.

O Ministério da Cultura é extinto.

Em seu lugar surge uma Secretaria de Estado, dependente directamente do Primeiro Ministro.

A ligação sonhada entre a Cultura e o Ministério da Economia começa a concretizar-se.

São extintos o IPC (ex-IPM) e o IPPAR.

Em seu lugar surge uma nova instituição, que agrupa o património daqueles dois Institutos, e que será dirigida por um gestor sem ligações ao mundo da cultura.

Os museus nacionais ficam reduzidos a um máximo de uma dúzia, passando os restantes para as autarquias.

Os monumentos nacionais (Jerónimos, Batalha, etc.) bem como os 12 museus nacionais passam a ser geridos por gestores recrutados fora do aparelho de estado, os quais, devidamente acompanhados por técnicos qualificados, irão imprimir um dinamismo promocial novo, desde sempre sonhado pelo ICEP (Instituto do Comércio Externo Português), e nunca concretizado.

As ligações entre a cultura e o comércio externo irão conhecer um novo desenvolvimento, face à anulação da resistência/incompetência dos actuais directores "vitalícios" de monumentos nacionais e museus, e à promoção de gestores para aqueles cargos.

As grandes campanhas de promoção de Portugal no estrangeiro passam a contar com o trabalho, em parceria, do novo Instituto e do ICEP, fruto das quais alguns monumentos nacionais (Sagres, Mafra, entre outros) são sugeitos a novos esforcos de qualificação/divulgação, algo até agora impossivel dada a resistência do Ministério da Cultura.

E vivemos para sempre felizes!

Nota do formigueiro
Para acompanhar o desenvolvimento desta fábula, devemos estar atentos à realização, ou não realização, do concurso para as chefias dos museus dirigidos pelo IPC.
Quanto mais tempo os actuais directores estiverem em "comissão de serviço", mais esta fábula se aproxima da realidade.

6 comentários:

A.Teixeira disse...

Suponho que tenha dado por terminada a sua explicação, refutando os argumentos apresentados por Luís Raposo no seu artigo do Público de Sábado passado. E, conforme suspeitava, há que reconhecer razão num ponto importante: a apresentação e explicação dos dados torna a sustentação dos argumentos muito mais sólida.

Apesar dos seus dados, o que procurei na Internet (sem encontrar), foi um simples mapa de visitas por ano, em que estas viessem desdobradas por todos ou, pelo menos, pelos principais Museus Nacionais. Os anos relevantes começariam em 2004, ano da posse de Dalila Rodrigues e terminariam com o 1º semestre de 2007.

Creio que o que lá constasse falaria por si e colocaria o MNAA na devida proporção do que representa no conjunto dos Museus portugueses. Não creio que a comparação sistemática que estabeleceu com o MNA tenha qualquer relevância, porque não considero o assunto um “duelo ao sol” entre Luís Raposo e Dalila Rodrigues.

Mesmo assim, com os seus dados, percebe-se que a habilidade de Luís Rodrigues de classificar o MNAA em terceiro lugar na evolução de visitantes de 2005 para 2006 através de um truque estatístico de usar percentagens. Pena que as outras afirmações dele (o decréscimo de visitantes do MNAA em 2007 ou a sua descida para 4º lugar) não possam, com os dados que apresenta, ser escrutinadas da mesma maneira…

Anónimo disse...

Felicito a isenção de A. teixeira. Fazem falta abordagens desapaixonadas como esta.
Apenas um senão: a comparação entre museus, no que respeita a visitantes, só pode ser feita em percentagens. Ou será que na Guarda, por exemplo, para se dizer que o respectivo director fez melhor do que a Dalla, ele teria se subir de 4 mil para 1000 mil, de um ano para o outro ? E se se disser que no Louvre se subiu num ano 200 mil visitantes, isso pode nem sequer chegar a 5%, o que é bem pior do que a Dalila no MNAA. Por isso as percentagens são a unica form séria de analisar esta questão.

Anónimo disse...

corrigo o email anterior, dizendo que era claro que queria dizer quanto à Guarda se ele teria de passar de 4 mil para 100 mil.

Anónimo disse...

A sua efabulação é engraçada, cara formiga. Onde se inspirou ? Em Berlusconi, que me Itália procurou fazer quase a mesma coisa ?
Bom, mas agora a sério digo-lhe que acho que, sem exageros, seria uma experiencia a tentar para os tais museus nacionais. Mas para meu gosto deveria inverter-se a ordem dos mandos, com directores que soubessem das áreas dos museus e subdirecotes que fossem gestores puros e duros.

José Amador disse...

O senhor primeiro ministro agradece a sugestão, até porque o PRACE deveria ter começado pela redução dos ministérios, sobretudo neste caso, em que o MC tem vindo a receber cada vez menos verbas para a sua actividade, tornando-se num ministério em que as verbas para o investimento são escassíssimas, limitando-se a gerir o orçamento de funcionamento e pouco mais.Há áreas como o turismo com muito mais verbas que poderiam ser aplicadas na valorização e na fruição do património cultural e na sua divulgação em vez da promoção turística dos campos de golf e outros eventos bastante efémeros.

Anónimo disse...

Apenas uma correcção: o senhor Bairrão Oleiro, gestor, tem ligações à cultura, pelo menos, por via do paizinho!!