quarta-feira, 19 de setembro de 2007

AS PALAVRAS DOS OUTROS

Portugal no seu pior
À letra, José Leite, Pereira, Director

Ouve-se e não se acredita a Judiciária não conhece o novo Código de Processo Penal; não recebeu nenhuma formação para lidar com as novas situações; não tem texto a que se agarrar, pois não há nenhum livro com o novo articulado, restando-lhe o recurso à Internet. Os funcionários judiciais enfrentam o mesmo tipo de problema. Magistrados, juízes e juristas em geral saltaram para a Comunicação Social (porquê só agora?) com dúvidas e protestos. As portas das cadeias têm-se aberto para gente que lá dentro tinha ainda penas graves para cumprir e que sai quase sempre por excesso de prisão preventiva, dando a ideia de que ninguém testou nada e que a surpresa de quem detém a chave da cadeia é tão grande e sincera como a nossa. A cereja em cima do bolo põe-na o procurador-geral da República, dizendo que a maioria que aprovou o Código só não o altera se não quiser.

Aí temos o pior de Portugal incompetente, incapaz de estudar a fundo uma questão , reformando pela rama e sem fundamento sério, vogando ao sabor de alguém que conseguiu impor a sua vontade perante uns quantos que não foram capazes de apontar-lhe as falhas. E bem à portuguesa também, ouvem-se críticas das corporações, que poderiam ter falado antes - e iam a tempo - e agora ajudam à desgraça. Bem à portuguesa, a situação há-de remediar-se. Bem à portuguesa , o ministro António Costa vem pôr água na fervura, porque bem à portuguesa ele entende que não há nada pior do que reconhecer um erro; é por isso que quando ouve o procurador alertar para a escassez dos prazos na investigação, Costa responde com "boutades " como estas: os prazos são sempre curtos quando as investigações se revelem complexas; ou o exercício da acção penal também se quer rápido. Enfim, os governos são feitos de gente e há ministros mais competentes do que outros. Mas que diabo, logo na Justiça, que é uma área vital, haveria de calhar tão grande fragilidade!
PS - Insisto na recomendação não percam "A Portuguesa" da selecção da râguebi. Logo, às sete da tarde.
in: jornal de notícias (link)

1 comentário:

Anónimo disse...

DA FORMIGA BARGANTE E DO BLOGUE AUTISTA
Quando foram criados os blogues, a filosofia ou o espirito que lhes estava inerente era serem zonas de debate aberto sobre este ou aquele tema. A ideia, toda a gente (sobretudo os bloguers)o sabe, era criar forums (olha os forums, ó formiga...)de discussão, daí a existência das caixas de comentários que são, afinal, a sua reazão de ser e quem dá vida a estes sites.
Percorrendo diversos blogues, que nem sequer é necessário enumerar, verifica-se isso mesmo: a opinião do ou dos autores é, sempre, enriquecida ou objecto de debate por muitos cibernautas (anónimos ou não) que nele participam. Sempre ouvi dizer que vozes unívocas (e de burro) não chegam ao céu.
Ora, é absolutamente confragedor e mete dó verificar este extraordinário blogue, desde que dois ou três anónimos que o animavam decidiram retirar-se: desde então NÃO HÁ UM ÚNICO (E MISERÁVEL QUE SEJA) COMENTÁRIO à conversa fiada da formiga e do seu acólito Fernando Gonçalves, às vezes também anónimo para dar um pouco (muito pouco) a ideia que algúem, para além dele, nele participa.
Desde uma espécie de tendência que oscila entre o que julga ser pós moderno, o absoluto mau gosto e o foleiro (através do qual formiga se auto convence, assim, de também participar no debate da arte contemporânea...), e os inenarráveis textos insultuosos e baseados em coisa nenhuma, a não ser na obsessão doentiamente obsessiva desta obsessão obsessiva em relação aos museus nacionais (ou a outra coisa qualquer, a conversa é sempre a mesma), Formiga Bargante consegue, com todo o mérito, uma coisa única em 43 blogues que visitei: EM SETEMBRO NÃO TEM UM ÚNICO, MESMO ÚNICO DE ÚNICO, COMENTÁRIO aos seus notáveis textos e às suas contemporâneas imagens.
Por ser raro e extraordinário, aqui vão os meus sinceros parabéns!!