segunda-feira, 29 de outubro de 2007

MAIS UM PREGO PARA O CAIXÃO - IV
INGÉNUA? ESTÚPIDA? INCOMPETENTE?

Sendo a cimeira União Europeia/Rússia algo extraordinário na vida do País, não parecia bem virem a Mafra e não termos nada preparado para o efeito" explicou ao Meia Hora Margarida Montenegro, directora do Palácio Nacional de Mafra, que se associou ao evento e preparou uma exposição oficialmente inaugurada por Vladimir Putin na última sexta-feira e que hoje abre ao público em geral.

..."Aproveitando a nossa magnífica biblioteca, a mais importante do século XVIII, fizemos um levantamento do espólio relativo à Russia e, para nosso grande espanto, encontrámos nada menos do que 800 livros. A Rússia sempre despertou grande interesse no Ocidente, afirmou Margarida Montenegro..."...
in: jornal Meia Hora (link)

Nota do formigueiro: não sabemos o que mais admirar nestes afirmações efectuadas por Margarida Montenegro, directora do Palácio Nacional de Mafra, ao jornal Meia Hora.

"Não parecia bem virem a Mafra e não termos nada preparado para o efeito..."
Mas desde quando é que os directores de Monumentos Nacionais realizam exposições ou outros eventos baseado no critério do "parece bem"?


"Para nosso grande espanto"...
Qual será o trabalho e a reponsabilidade da directora de um Monumento Nacional, que alberga "a mais importante biblioteca do século XVIII" (já agora em comparação com quê:Planeta Terra, Europa, Portugal,Mafra, ou...?) e se permite ficar espantada com a tal descoberta dos 800 volumes sobre a Rússia?

Mas, afinal, onde reside "o nosso espanto"?

Depois de uma exposição no Palácio Nacional da Ajuda, tendo como base o Hermitage e cujo comissário, Fernando Baptista Pereira, afirmou ao jornal Expresso (link)"Quando os russos virem a exposição vão ficar muito satisfeitos com o carácter verdadeiramente espampanante que ela vai têr" qual é o motivo do "espanto"?

Mas, quer Margarida Montenegro quer Fernando Baptista Pereira, limitaram-se a seguir o exemplo da "patroa".

“Gostava de ver lançado um grande festival ligado à ópera (...) que fosse o último da temporada europeia. Uma coisa que poderia ter lugar no mês de Setembro”
in: entrevista a Isabel Pires de Lima ao Notícias Magazine.

Para um país que é o último na Europa a 27 nas práticas culturais (link), tudo bate certo.

Venha a Ópera (com letra grande, que o respeitinho é muito bonito...), venha o Hermitage, venha Mafra e a sua Directora, mais o Museu do Mar da Língua Portuguesa, mais os passeios de "charrete" na zona monumental de Belém para animar o turismo, venha o novo espaço museológico na Estação do Rossio em Lisboa, venham os Oleiros os Paulos Henriques e os Luises Raposos de seviço.
Venham todos juntinhos, que ao molho é mais barato...

Siga o enterro...

2 comentários:

Anónimo disse...

A formiga bargante publica posts interessantes, gosto das suas imagens provocadoras, e venho aqui sempre que posso. Descobri-o, por acaso, a propósito da sua amiga Dalila.
Noto as seguintes falhas:
Há um ódio visceral aos dirigentes do Ministério da Cultura, que lhe retira objectividade e lhe reduz a acutilância dos seus argumentos.
Não apresenta propostas alternativas às más decisões dos dirigentes, há que contrapor com medidas credíveis e exequíveis.
Se quer confrontar os dirigentes com as suas más políticas confronte o programa do governo para a cultura com o que foi feito até agora. Veja a big picture! É no cenário macro que se avalia melhor a politica cultural.
Tenho pena que não haja um debate mais profícuo sobre o que aqui é postado. Continua formiga!!

Anónimo disse...

Penso que o formiga não sabe ao certo do que fala e se deixa guiar por um ódio aos dirigentes da cultura portuguesa que o cega! Deveria seguir com mais atenção a programação excelente dos dois palácios e visitar alguns dos concertos e exposições realizadas nos mesmos para dep+ois reflectir melhor sobre o assunto!