quarta-feira, 7 de novembro de 2007

"So So" . Arte e Assim. Revista Mensal - Novembro 07

Prémio Sopeira

O vencedor nesta categoria foi Sir Lawrence Alma –Tadema com a obra A Difference of Opinion. O título de Sir oferecido pela rainha devido a grandes contribuições na formação dos gostos europeus terá contribuído para a atribuição deste prémio. Os membros da Academia queixavam-se disso, das pressões políticas. No final Alma Tadema agradeceu comovido: “é muito importante saber que esta obra contribuiu para que em todas as casas existisse uma cristaleira, um sofá coberto com uma manta feita em croché, um menino de loiça que se abre e faz de bule, um serviço de 24 peças de louça azul e branca com paisagens pintadas, forro em veludo verde vareja nas cadeiras e um globo gigante que se abre e transforma em bar. Quero também agradecer a Deus por esta inspiração.” A esta altura do discurso Deus, que estava na plateia ao lado de Maria Madalena para receber o prémio inspiração, levantou-se e disse: “Eh pá, não me metas nisso que eu formei-me nos melhores colégios suíços.”


Sir Lawrence Alma-Tadema
A Difference of Opinion
1896
Colecção Privada

Prémio Narcisismo
Frida Kahlo subiu ao palco a cambalear. Especulou-se que no intervalo teria emborcado meia garrafa de Pulque, mas na verdade eram as suas sobrancelhas que não lhe permitiam ver o palco. Recebeu um pouco contrariada o prémio Narcisismo. No seu discurso de agradecimento disse que só pintava a sua vida e que a sua vida tinha sido muito sofrida. Pediu ainda que fizessem passar um cestinho para angariar fundos com o objectivo de pagar as contas médicas e dirigiu-se ao director do Jornal de Notícias para este fazer um artigo sobre ela e a sua história na coluna “Cada homem é meu irmão”. No fim da cerimónia Frida tinha conseguido angariar dois palitos, 5 cêntimos e um lenço de papel muito amachucado e molhado que a pintora colocou na manga da camisola porque segundo ela “dá muito jeito”.


Frida Kahlo
My Grandparents, My Parents, and I
1936
The Museum of Modern Arts, New York


Prémio “What’s the point?”

Este ano a Academia resolveu premiar Gerhard Richter com o galardão “What’s the point”, o mais desejado da noite para além do prémio inspiração. O “What’s the Point” tem como objectivo premiar os artistas e as obras mais incompreensíveis. Os outros nomeados nesta categoria eram Mark Rothko, Sigmar Polke e Lucio Fontana e todos eles mostraram o seu desagrado com esta escolha. Richter agradeceu e disse que o prémio “é finalmente a recompensa por anos de tentativas goradas em chamar a atenção sem qualquer objectivo. Espero que no futuro o estatuto do pintor como ser iluminado, especialmente dotado e que não necessita de dar explicações nem ao Menino Jesus com a sua obra graças ao facto de ter sido dotado de uma inteligência e capacidade criativa acima da média, seja mais vezes reconhecido. Desde que seja o meu”. Deus não gostou da referência ao seu filho, o Menino Jesus, mas acalmou com um beijo fraterno de maria Madalena que envergava um Gucci em azul celeste.


Gerhard Richter

Courbet

1986

Colecção Privada, Colónia

3 comentários:

João Barbosa disse...

Ui! É lá! Está mesmo perigosíssima... hoje é com SCUDs

AM disse...

missailes, autênticos missailes

Belogue disse...

Eu até achei que estava fraquinha...