quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

PARABÉNS? POIS...

Segundo os dados estatísticos publicados no site do IPM(?) e relativos aos visitantes dos Museus dependentes daquele ex-Instituto (no site está tudo na mesma, adiante...), a Minístra e o fiel serventuário Oleiro estão de parabéns: neste século XXI nunca os museus nacionais tinham tido tantos visitantes como em 2007.

Mas vamos olhar os números mais de perto, e as surpresas não são poucas.

Vamos tomar como base de comparação o ano de 2001, ano em que a "contabilidade criativa" que se esconde nas rúbricas "Livres (outras)" e "Outras" ainda não tinha ganho a importância que lhe tem sido atribuida pela dupla Pires de Lima/Oleiro.

Assim, e comparando os visitantes de 2001 (1.039.073) com os visitantes de 2007 (1.243.051), verifica-se um acréscimo de 203.978 visitantes, ou seja, mais cerca de 20%.

E é aqui que a "contabilidade criativa" da dupla Pires de Lima/Oleiro começa a funcionar.

Acontece que os Museus de Arte Popular, da Igreja das Mercês, Grão Vasco, Almeida Moreira, Vila Viçosa (Museus dos Coches), Machado de Castro, Soares dos Reis e Diogo de Sousa, estiveram parcial ou totalmente encerrados, ou em 2001 ou em 2007, o que, para uma análise séria da estatística dos visitantes determina a exclusão dos visitantes atribuidos a estes Museus nos dois anos referidos.

Assim sendo, os visitantes a considerar são os seguintes:

2001 - 952.142
2007 - 1.088.926

Mesmo assim, um crescimento de cerca de 14%, o que não é mau. Mas já não são os tais 20%.

Mas existe ainda um "pequeno problema" ligado à análise destes números, e que dá pelos nomes das rúbricas "Livres (Outras)" e "Outras".

É que enquanto os números de todas as outras rúbricas apresentadas pelo IPM nos mapas referentes às estatísticas de visitantes dos Museus sob sua dependência são conferiveis pelo movimentos de bilheteira ( e não se está a vêr os Directores de Museus a comprarem bilhetes com dinheiro do seu bolso para melhorar os números do "seu" Museu) já aquelas duas rúbricas não têm qualquer controlo, podendo qualquer director de museu apresentar os números que muito bem entender.

E o fiel serventuário Oleiro sabe disso, olá se sabe.

De tal forma a "contabilidade criativa" tem avançado nestas duas rúbricas que, em 2001, os visitantes nelas englobados representavam cerca de 15% do total de visitantes , tendo entretanto "crescido" em 2007 para 26% !

Se aos totais de visitantes já corrigidos, segundo o critério acima descrito, se retirarem os visitantes dos "Livres (Outros)" e "Outros", o aumento de visitantes de 2001 para 2007 foi de cerca de 5%, o que não é mau, é péssimo.

Amanhã continuamos.

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