quarta-feira, 2 de julho de 2008

A LÊR, ABSOLUTAMENTE!

..."1) Como também é sumamente sabido, outro curador da Ellipse Foundation é Pedro Lapa, que se dá o caso de exercer essas funções a “tempo parcial”, do que se deduz ser também a “tempo parcial” que exerce as funções públicas de Director do Museu do Chiado. Ora, para além desta particular prática simultânea de um cargo público e de um cargo privado, sucedeu mesmo que obras compradas pela Ellipse Foundation, de James Coleman e William Kentridge, tivessem sido expostas naquele museu público, sendo mesmo que uma delas, “horocupus” de Coleman, foi objecto de dois textos críticos de Melo, no “Expresso” e na “ArtForum”. Devo recordar, a propósito, que em contraditório a algumas análises minhas a então ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, escreveu mesmo que “se casos houver de inequívoca promiscuidade na acumulação de cargos públicos - e a contribuição para o seu conhecimento, através da crítica construtiva, é decerto uma das mais nobres funções da imprensa em democracia - tais serão tratados em sede própria, conquanto provados” (“Público”, 21-12-05). Como se verifica, Pedro Lapa continua a exercer ambas as funções, sem tal “inequívoca promiscuidade” ter sido tratada “em sede própria”. Julgo saber que pelo menos a dado momento Isabel Pires de Lima terá de facto tido como preocupação algumas promiscuidades que se verificavam – e sucedeu mesmo, recordo, que Guta Moura Guedes abandonasse a administração do Centro Cultural de Belém depois de aí ter aberto uma exposição da Experimenta Design, de que é directora. Mas, na inconsistência da acção de Pires de Lima, como poderia o “caso Lapa” ter sido frontalmente abordado, quando em situação aproximável estava, e continua a estar, o assessor cultural do primeiro-ministro? Como se torna evidente esta situação de Alexandre Melo é de si mesma uma consagração das promiscuidades."...

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1 comentário:

João Barbosa disse...

Portugal no seu melhor