COMO DISSE QUE DISSE ? (A PROPÓSITO DA GREVE DOS JUÍZES)

Do Público de hoje, transcrevemos:

Fátima Felgueiras (FF) - Esta semana fui ao tribunal... (por causa dumas coimas aplicadas pela câmara).
Almeida Lopes (AL) - Sim
FF - Eu ´tive a ser ouvida e a minha apreciação, ó pá, eu estava lá e olhava, pá, aquela juiza e dizia assim, como é que tu tens condições para decidir o que quer que seja em relação a isto, tu não percebes boi disto (...).
AL - Ehhh, Fatinha, ehhh, queria pedir-te duas coisas.
FF -Então diz.
AL - Ehhh, logo que tu tenhas conhecimento da decisão do secretário de Estado, tu diz-me imediatamente, sabes porquê?
Porque se ele decidir mandar prò tribunal administrativo, eu quero ir imediatamente falar com o Ministério Público aqui do tribunal administrativo.
FF- Hum, hum.
AL - Porque eu vou procurar dar um golpe de rins, a ver se ainda consigo evitar (...) como foi da outra vez há dez anos, percebes ?


Esta é a transcrição da gravação de uma conversa telefónica, entre tantas outras, efectuadas entre Novembro de 2000 e Março de 2003 entre Fátima Felgueiras e o juiz-conselheiro Almeida Lopes, Presidente do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto.

Na passada semana fomos bombardeados com as razões, muitas razões, dos representantes das "virgens impolutas" que dão pelo nome de juizes, para aderirem à greve.

Não as vamos repetir, para não ajudarmos ao "massacre".

Cabe, isso sim, perguntar a tão respeitados dignatários se não seria conveniente uma palavra acerca deste caso.

Mais uma vez irão olhar para o lado e fingir que de nada sabem ?

Mas não podem ! É público ! Vem no Público !

É assim que pensam que recuperam a confiança na instituição ?

Afinal, como disse que disse ?