A ARTE E AS BRUXAS EM PORTUGAL

Parafraseando um dito conhecido: "Que a Formiga Bargante não acredita em bruxas, não acredita. Mas que elas existem, existem".

Vem esta paráfrase a propósito de mais um brilhante artigo de Augusto M.Seabra, publicado hoje no Público, sobre "Arte, sistema e colecções".

Ontem, num texto publicado pela Formiga Bargante, escrevia-se exactamente sobre Joe Berardo, as novas parcerias (Hermitage), a indefenição das funções dos Museus do IPM, tal como em textos publicados ao longo desta semana temos vindo a repetir argumentos anteriormente publicados neste blog sobre os desvios que as instituições culturais do Estado Português têm vindo a sofrer, em favor de interesses privados, dos quais o mais flagrante é o do "Chez Lapa ao Chiado" (também conhecido, cada vez menos, por Museu do Chiado) e das ligações do seu director, Pedro Lapa, à Ellipse Foundation e consequente aproveitamento desta em relação às instalações do Museu do Chiado.

E hoje, Augusto M.Seabra desenvolve toda uma linha de ataque a estes assaltos, da forma informada, elegante mas contundente, a que nos habituou.

Dado que o artigo em questão não está disponivel na net (o Público ainda não aprendeu nada com o El Pais, que também passou por uma fase de conteudos pagos mas que já se deixou disso...) aconselhamos a compra do jornal (hoje são só 85 cêntimos), e, na sua falta, não resistimos a transcrever o último parágrafo do artigo de Augusto M.Seabra":

"De uma vez por todas, sejam ministros, directores de museu ou programadores, tenham presente que estas questões passarão a ser públicas, no respeito das regras da democracia e da transparência. Nem o "comendador" Berardo fará impunemente ultimatos, nem todos os ministros levarão sorrateiramente na bagagem uma exposição comissariada pela mulher de um deles, sem que haja uma avaliação pública e política".

Ainda hoje voltaremos ao assunto.