terça-feira, 27 de dezembro de 2005

IMPORTA-SE DE REPETIR, OU O ESTADO A QUE ISTO CHEGOU !

"...O ArtInvest, único fundo de investimento em arte aprovado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), vai apostar na aquisição de obras de arte, sobretudo artistas ibéricos e lusófonos, disse à Lusa fonte do Banif (Luís Souto)..."

"...As obras que o fundo vai adquirir resultam de uma pesquisa realizada por um comité consultivo que integra o director do Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva, Sommer Ribeiro, o comissário Delfim Sardo, e Manuel Costa Cabral director do serviço de Belas Artes da Fundação Calouste Gulbenkian..."
in: jornal Público de 26.12.2005

Para começar, o tom ligeiro como a notícia se refere a Delfim Sardo, como comissário, actual director (embora demissionário) do Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém.

Em seguida, a constatação de que o "vale tudo" entrou em força no complexo mundo da arte em Portugal.

Convém ter sempre bem presente que, para além do estatuto e notoriedade mais ou menos públicos que estão associados à arte (quem conheceria Joe Berardo e Francisco Capelo, por boas razões, se não fossem as suas colecções...) também estamos a falar de um mercado, mercado esse que envolve muito dinheiro, dinheiro esse movimentado muitas vezes de formas muito pouco ou nada transparentes.

Mas agora a situação é ainda pior. Com a maior das tranquilidades, o representante do fundo de investimentos ArtInvest vem publicamente referir as ligações do até agora director do centro de exposições do CCB Delfim Sardo, do director do Serviço de Belas Artes da Fundação Calouste Gulbenkian, Manuel Costa Cabral e do director do museu Arpad Szenes-Vieira da Silva, Sommer Ribeiro, ao ArtInvest, ou seja, pessoas colocadas em sitios estratégicos para, na sua dupla função de decisores e conselheiros terem um importante papel nas dinamicas do
mercado da arte e das mais valias dai decorrentes, para além do "simples" facto de, pela posições que ocupam, terem acesso a informação confidencial, que no caso das empresas cotadas em bolsa seria um acto muito claro de "inside trading".

Se a estes casos juntarmos os de Pedro Lapa (Museu do Chiado/Ellipse Foundation) e o de Alexandre Melo (assessor do primeiro ministro para a área da cultura/Ellipse Foundation), então é caso para ficarmos muito, mas mesmo muito preocupados com o rumo que a arte e o mercado da arte estão a tomar em Portugal.

Voltaremos a estes temas.





10 comentários:

Anónimo disse...

e a colecção em deposito em Serralves??? banco privado...elipse...joao fernandes...
E porque é que o IA tem estado a receber galerias comerciais e privadas??? quando é que se acaba com esta mama...pagar a empresas privadas para irem a feiras???com a desculpa de que é para ajudar a internacionalização da arte portuguesa???
e os criticos, pagos por galerias, e que estão em publicações onde são criticos, depois tambem são comissarios de expos, compram peças para coleções e ainda fazem uma perninha a escrever textos para instituições??e que na 25 hora do dia tambem são juris...e que continuam a "escrever" ao serviço de instituições galerias e até zonas geograficas...usando muitas vezes uma linguagem sem o minimo de deontologia jornalistica...
E os prémios de arte, aldrabados...que são cada vez mais...donde vem este subito interesse dos bancos pela arte e instituições...será que já perceberam que a miseria é tanta que eles com algumas migalhas ganham fortunas em marketing e ainda por cima com portas abertas e liberdade para fazer desfazer, enganar aldrabar, tudo esmolas muito bem aceites pelas administraçoes e direçºões, que se mantem de joelhos.
E o negocio que as galerias fazem ao vender peças que tem produção paga por dinheiros publicos (tipo, peças pagas pelo estado para capitais de cultura, veneza, s. paulo etc...) ficando assim e de forma escandalosa com 50% de uma venda para a qual não participaram com nenhum investimento???E....bom fico por aqui que já estou mal disposta mas á mais...infelizmente muito mais...só para a despedida, e que dizer ou fazer de comissarios de instituições privadas e publicas que são pagos por galerias privadas para viajarem e visitarem feiras e expos internacionais???
já para não falar no fisco...

Anónimo disse...

Ui., que isto está a aquecer!!!!

Anónimo disse...

oh formiga formiguinha...tu és gente pequenina...pequenina como a gente...

formiga bargante disse...

Ao anónimo das 22.31

E ?

Anónimo disse...

E...Formiguinha é muito confortável escondermo-nos atrás de um blog anónimo. Será que fora o frequentemente citado Augusto M. Seabra, ninguém em Portugal possa dar a cara. Ou estaremos todos de rabo preso?

atomic ant

formiga bargante disse...

Engraçado !

Atomic ant é nome próprio ou apelido?

Anónimo disse...

Então, atomic é nome e ant é apelido. (Nunca me viu nos desenhos animados?)

Anónimo disse...

Para que conste, o Arqtº Sommer Ribeiro já há muito que cá não está para se defender. E o Público devia saber disso, pois foi através desse jornal que soube da sua morte.
Antes de falarem sobre quem quer que seja, tentem informar-se ...

Anónimo disse...

Como? Está vivo e a apoiar o candidato presidencial Mário Soares: http://www.mariosoares.net/Default.aspx?_Locale=pt&char=J&prof=&sec=10

Anónimo disse...

É, o nome do Arqº Sommer consta dessa lista, o que não quer dizer que não tenha falecido há perto de um ano ...
Quem quer fazer crítica séria deve confirmar as informações de que dispõe antes de as publicar. De contrário, acaba inevitavelmente por fazer afirmações que não correspondem à verdade - o que sucede com frequência ao longo deste blog – e que lhe retiram a credibilidade mesmo quando as críticas têm, aparentemente, alguma razão de ser.