quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006

AVISO À NAVEGAÇÃO

A lógica de colocação de textos neste blog
não obece à lógica corrente na blogosfera.

Este blog não é para preguiçosos.

NOTA:QUANDO APARECER UMA "TIRA" DO GARFIELD,
É SINAL DE QUE A FORMIGA FECHOU O BLOG.



NÓS POR CÁ TODOS BEM
Temas do rectângulo


E AGORA, JOSÉ ?
(24º dia)

"Se estou aqui é porque tenho a confiança do primeiro-ministro, que tem várias vezes manifestado a confiança, a que procuro responder".

Isabel Pires de Lima, Ministra da Cultura, em conferência de imprensa realizada em 9.01.2006.

Blog cúmplice: O melhor anjo

1 comentário:

Anónimo disse...

Vejam isto! Com olhos de ver, é a transformação da arte e da metodologia da programação cultural em Portugal, isto nem o Van Gohg (Gog?).


Angela de la Cruz
Trabalho

Esta é a primeira apresentação do trabalho de Angela de la Cruz (n. 1965, La Coruña, Espanha) em Portugal e a primeira mostra antológica que lhe é dedicada. A exposição desvenda, através de uma selecção de mais de trinta e cinco obras, o trabalho de uma artista que, nos últimos dez anos, se distinguiu por uma linguagem inovadora e extraordinariamente vigorosa que questiona as convenções da pintura e explora um leque de possibilidades de representação e significação no interior de um regime formal abstracto.
Estamos perante objectos que estabelecem uma espécie de relação simbiótica entre a pintura e a escultura, mantendo-se irredutíveis a qualquer uma dessas disciplinas. Neles se repercute o legado de propostas e autores que, sobretudo nos anos de 1960 e 1970, redefiniram radicalmente as práticas da pintura e da escultura, levando à superação de distinções anteriormente arraigadas entre bidimensional e objectual, entre parede e chão, ou entre obra e espaço. As premissas, os processos e os resultados do trabalho de Angela de la Cruz afastam-se, ao mesmo tempo, dessas propostas na definição do seu próprio território.
A maior parte das suas obras incorporam uma pintura monocromática – de um monocromatismo impuro – que é submetida a diferentes procedimentos de aparente vandalismo ou degradação: as telas são rasgadas, dobradas, amarrotadas, acumulam sujidade, são retiradas da grade e colocadas no chão ou combinadas com outros objectos; as grades são por vezes partidas. Nas palavras da artista, “o trabalho pisa uma linha muito fina entre ser obra e ser lixo”. Todos esses procedimentos concorrem para um efeito de antropomorfismo, sublinhado nas obras produzidas até ao final da década de 90 pela escolha de títulos que lhes conferem atributos (experiências e sentimentos) humanos.
Em sucessivas séries de obras desde 1998, Angela de la Cruz tem vindo a abordar igualmente a questão da natureza mercantil da pintura e, mais particularmente, do seu próprio trabalho. São recorrentes ideias como excesso de produção e reciclagem, repetição e permutabilidade (quer das obras, vistas como múltiplos da mesma obra, quer dos seus elementos constituintes).
Se o cruzamento e a síntese entre pintura e escultura sobressaem como um dos vectores do trabalho de Angela de la Cruz, é de assinalar num conjunto de obras recentes uma inflexão num sentido mais estritamente escultórico, que algumas peças anteriores já prenunciavam.