O ETERNO SENTIDO DÚBIO DAS DECLARAÇÕES DE MANUEL OLEIRO
Em declarações à revista Actual do semanário Expresso do passado fim de semana, Manuel Oleiro Presidente do Instituto Português de Museus afirmou:
"O aumento do número de visitantes aos museus portugueses aparece como a segunda prioridade para 2006, aliado a um reforço dos serviços educativos".
"Por outro lado, queremos consolidar o aumento do número de visitantes aos nossos museus. A nossa meta é atingir o milhão de visitantes ano, uma barreira que ainda não conseguimos atingir".
Como é normal, Manuel Oleiro fala em abstracto dos museus que tutela, sem ter o cuidado de separar os museus que trabalham bem, face às limitações conhecidas, daqueles que trabalham francamente mal.
Não vamos repetir aquilo que aqui temos escrito sobre os bons e os maus museus, mas pretendemos que fique bem claro que o estudo das situações como os Museus de Conímbriga ou do Chiado, que desde 2000 perdem sempre visitantes, não pode ser o mesmo de outros museus que desde aquele ano conseguem conquistar visitantes, dando como exemplo o Museu Dr. Joaquim Manso, na Nazaré.
Mas onde Manuel Oleiro atinge o "sublime" nas suas declarações dúbias é quando declara:
"A nossa meta é atingir o milhão de visitantes ano, uma barreira que ainda não conseguimos atingir".
É que esta declaração de Manuel Oleiro é, simultâneamente, verdadeira e falsa.
É verdadeira. na medida em que o Instituto Português de Museus, com Manuel Oleiro enquanto Presidente, nunca atingiu o tal milhão de visitantes.
É falsa, dado que em 2001 e 2002, ainda sem Manuel Oleiro como presidente do IPM, os visitantes dos museus tutelados foram de 1.036.293 e 1.031.323, respectivamente.
Portanto, quando Manuel Oleiro diz "uma meta que ainda não conseguimos atingir" está a referir-se à sua presidência no IPM, ou ao IPM em abstracto ?
Tão boa como esta, só a sua declaração de que a perca de visitantes em Conímbriga em 2005 se deve a um problema rodoviário.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006
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