terça-feira, 4 de abril de 2006

NEGOCIAÇÃO? NÃO, CAPITULAÇÃO !

SOBRE A COLECÇÃO BERARDO

Ministério e Berardo chegaram a acordo para museu no CCB

- O contrato será feito a 10 ou 15 anos, com uma cláusula que obriga a minha família a não vender as obras sem primeiro dar às entidades públicas envolvidas a opção da compra
in:entrevista a joe berardo na revista actual do jornal expresso de 10.12.2005

- "Sim, não tem que ser agora, nem se calhar daqui a 20 anos, mas no futuro.Tem que haver uma assunção de responsabilidades, e também de generosidades, se for o caso..."
...É muito importante também perceber-se como vai ser feita a avaliação desta colecção. Não deve ser feita como se fosse posta à venda. Ela vai ser retirada, mais claramente ainda, do mercado. O comendador Berardo comprou bem, comprou barato. Portanto era importante que a avaliação tivesse em conta os preços de compra.
Não digo que o estado vá prejudicar o comendador. Mas se o que ele quer é dar dimensão pública a esta colecção, financeiramente será sempre prejudicado. Eu costumo dizer aos meus alunos -quem é Calouste Gulbenkian?-. É por ter sido um magnata do petróleo e um dos homens mias ricos do seu tempo que o conhecemos? Ou é pelo museu ? É precisamente o futuro que desejo para o comendador Berardo - que seja um museu. É um daqueles passaportes para a eternidade que poucos conseguem e que têm que ter contrapartidas".
in:entrevista a Raquel Henriques da Silva na revista pública, do jornal público, de 8.1.2006

- Mas não foi ainda ontem que se ficou a saber o valor de mercado deste vasto acervo.
A avaliação será feita até 31 de Dezembro por uma empresa internacional e o valor encontrado será aquele por que o Estado poderá comprar a colecção até 2015, caso Berardo esteja de acordo.

- Quanto ao facto de o protocolo permitir que daqui a dez anos Berardo recuse a oferta de compra da sua colecção, explicou (a ministra da cultura): "Não precisamos de protocolos blindados. Este acordo está aberto porque as partes estão de boa-fé. Estamos certos da boa vontade e do interesse do comendador em manter a colecção em Portugal".
in: jornal público de 4.4.2006

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