segunda-feira, 22 de maio de 2006

CRÍTICA DO CAPITALISMO PARA O SÉCULO XXI

Desde o fim dos anos 80, assistimos em todo o mundo à agonia do marxismo, do socialismo, do movimento operário, dos movimentos de libertação nacional, e não só. Também o clássico Estado de bem-estar social burguês está em dissolução, o paradigma keynesiano não passa agora duma nostalgia e os regimes do "desenvolvimento" no Terceiro Mundo desmoronam-se, até mesmo nas suas variantes pró-ocidentais. A antiga oposição entre reforma e revolução na esquerda torna-se supérflua, uma vez que já não existe um horizonte comum entre desenvolvimento e movimento social. Em toda parte as instituições que restam da antiga luta de interesses sociais içam a bandeira branca da rendição. O conceito de "reforma social" transformou-se no seu exacto oposto e foi semanticamente ocupado pela contra-reforma neoliberal, que aos poucos vai liquidando todas as conquistas sociais, sistemas de segurança social e serviços públicos. O paradigma neoliberal já não é uma posição diferente, mas um consenso suprapartidário, que atinge grande parte da esquerda. E a resistência torna-se cada vez mais fraca, até mesmo grandes greves e incendiários movimentos de massas terminam sistematicamente em derrota e resignação... Compreende-se por si que a nova abordagem teórica da "EXIT!" tenha provocado as mais violentas reacções de defesa do lado do marxismo tradicional remanescente. O debate sobre "crítica do valor", "crítica do trabalho" e "crítica da dissociação", inicialmente limitado ao espaço de língua alemã, estendeu-se entretanto aos países latinos. Traduções de textos importantes de autoras e autores da "EXIT!" saíram em França, Itália, Espanha e Portugal, no Brasil, no México e na Argentina, entretanto até na China e no Japão. Tanto mais necessário se torna dar a conhecer esta nova formulação e continuação do desenvolvimento da teoria de Marx também no espaço anglo-saxónico. O grupo em torno da "EXIT!" está convencido que o novo paradigma teórico "está no ar", e que por todo o mundo também se desenvolverão independentemente abordagens e elementos desta elaboração teórica. O debate apenas está a começar, e tem que ser tão transnacional como o próprio capital, se o pensamento crítico quiser suplantar a sua paralisia.

LINK

Sem comentários: