sexta-feira, 12 de maio de 2006

O COMENTADOR DE SERVIÇO

Nuno Rogeiro - As visões e perspectivas de um bom observador que aprofunda as questões e que sabe o que diz...
in: página na net do rádio clube português (link)

Ontem, para comentar o lançamento do livro de Manuel Maria Carrilho no jornal da noite das 11 horas da Sic Noticias, o comentador de serviço foi Nuno Rogeiro.

Depois das frases gastas do costume (mau perder, mau feitio, vingança de perdedor, enfim os mimos de sempre...), Nuno Rogeiro, o tal "bom observador que aprofunda as questões e sabe do que fala..." (as reticências não são da Formiga Bargante, são mesmo da frase transcrita, está no link !) afirma que o livro tem a colaboração de José Saramago, através do prefácio que este nobel teria escrito para o dito livro.

Acontece que José Saramago colabora efectivamente no livro, mas através de um texto de 12 linhas insertas na contra-capa.

E o tal comentador que aprofunda as questões e que sabe o que diz..., afinal veio para a antena da Sic Notícias "fazer o frete", sem sequer se ter dado ao trabalho de folhear o livro.

Sim, que de prefácio a uma nota de 12 linhas na contra-capa vai uma enorme diferença, não acham?

Aliás, por ser um texto notável de José Saramago, aqui fica a transcrição, esperando que o autor e a editora D.Quixote não levem a mal.

É um cansado lugar comum dizer que a história a fazem os vencedores, que seria bem diferente, e mais autêntica, se tivessem sido os vencidos a escrevê-la. Dessa maneira, pelo menos, ficaríamos informados sobre as omissões e tergiversações da história oficial, quando não mesmo de algum obscuro processo e de algum tortuoso caminho sobre os quais, em geral, a vitória faz cair um púdico véu.
Este livro de Manuel Maria Carrilho é o depoimento objectivo e fundamentado de alguém que travou uma batalha e a perdeu. Dá-nos a saber como, porquê e por quem foi vencido. E com tal rigor e precisão o faz, que bem poderia levar como título "os factos e os nomes". Disso se trata. Os factos. E também os nomes. Todos e cada um.
José Saramago

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