quarta-feira, 25 de outubro de 2006



BASTA PUM BASTA

"As 25 mil peças, algumas do século XIX, que mostram testemunhos da arte popular portuguesa vão sair de Belém. Na verdade, o Museu de Arte Popular será despejado e as peças distribuídas por vários museus do País. "Não faz sentido que aquele museu esteja hoje ali", revelou, ao DN, a ministra da Cultura, considerando que a estrutura "foi sendo desactivada ao longo do tempo, perdendo a dinâmica e o pessoal".

"O edifício onde está instalado o Museu de Arte Popular é o único pavilhão que sobreviveu da Exposição do Mundo Português de 1940. Da autoria de Veloso Reis Camelo e João Simões, o edifício foi projectado pelo arquitecto Jorge Segurado, tendo o museu sido inaugurado em 1948.
Para a concretização do museu trabalharam vários artistas, como Tomás de Melo (Tom), Estrela Faria, Manuel Lapa, Eduardo Anahory, Carlos Botelho e Paulo Ferreira, tendo concebido pinturas murais temáticas das várias regiões representadas no espólio".

O futuro destes murais, segundo disse ao DN o presidente do Instituto Português de Museus, Manuel Oleiro, não está em causa. "Os murais vão continuar, depois de restaurados, mas não é uma evidência que fiquem futuramente sempre visíveis ao público."

Quanto ao destino a dar ao espólio, Manuel Oleiro argumenta não constituir uma questão "muito urgente", mas considera que poderá "ser afecto a vários museus ou um apenas, durante 2007".

"Não haverá perda de investimento com a instalação ali do novo museu, porque as obras só se referem ao edifício", justifica Manuel Oleiro, que também não parece preocupado com o que dizia em 1944 o "auto de entrega" do edifício, ao mencionar que o espaço se destinava só ao museu. "Houve uma cedência de condições com o Estado, mas parece-me pacífico, porque o edifício destina-se a um outro museu e, portanto, nada será desvirtuado."
in: diário de notícias (link)

Sem comentários: