terça-feira, 31 de outubro de 2006

GENTE ESTRANHA, ESTA.

Os 23 mil objectos do Museu de Arte Popular serão transferidos em 2007 para o Museu de Etnologia, revelou o director do Instituto Português de Museus, Manuel Bairrão Oleiro, também presente.

"Não haverá perda de visibilidade para este acervo", assegurou o responsável, acrescentando que o Museu de Etnologia contou com uma ampliação na área das reservas e "tem condições para receber as colecções de arte popular". Bairrão Oleiro referiu ainda que certas colecções poderão ser integradas em museus dependentes do Estado.
in: diário de notícias (link)

Manuel Oleiro, Presidente do Instituto Português de Museus, é um homem curioso: com o ar mais inocente deste mundo profere as maiores barbaridades, confiante no nenhum tratamento que a comunicação social faz das suas afirmações.

No passado ano, e para justificar a diminuição constante nos últimos anos do número de visitantes ao Museu de Conímbriga, afirmou que tal se devia "a um problema rodoviário".
Nunca ninguém lhe perguntou qual era o problema nem ele o explicou.

Este ano, e fazendo a análise do número de visitantes no primeiro semestre aos Museus sob tutela do IPM, afirma estar muito satisfeito com os resultados obtidos, "esquecendo-se" de referir que cerca de metade dos museus tutelados pelos IPM tinham perdido visitantes em 2006, e que se se retirasse a "contabilidade criativa" derivada de serem contados como visitantes dos museus todos aqueles que estão na rúbrica "outras actividades", o panorama ainda era mais negro, a tudo Manuel Oleiro nos tem habituado.

Agora vem afirmar que um acervo de 25.000 peças que estava integrado num espaço de 3.000 m2 ao ser transferido para o Museude Etnologia "não perde visibilidade", é mesmo de passar atestado de burrice à comunicação social.

Quem conhece o Museu de Etnologia (a formiga conhece...) sabe perfeitamente que o Museu não tem um mínimo de condições para receber os caixotes do acervo do Museu de Arte Popular, quanto mais para lhes dar visibilidade.

Só quem não conhece o espaço das reservas visitáveis do Museu de Etnologia pode fazer uma afirmação daquelas.

Como Manuel Oleiro certamente conhece o espaço das reservas visitáveis, só pode estar, mais uma vez, de má fé e a pretender enganar o "Zé Povo".

Já é costume.

E aquela "pérola de cultura" de espalhar o acervo por vários museus tutelados pelo IPM?

Se isto não é destruir, premeditadamente, uma colecção, o que será?

Mais um notável exemplo da "política cultural" de Isabel Pires de Lima?

1 comentário:

Anónimo disse...

O problema do Museu de Conímbriga é de facto rodoviário. Há uma estrada que passa por lá e "portantos", atrai as pessoas responsáveis pelo Museu de lá para fora. É uma estrada tão boa, tão boa, que há gente que lá trabalha e não se lhe conhece a cara devido à ausência ao trabalho.