terça-feira, 10 de outubro de 2006

O NOVO PLANO DE DINAMIZAÇÃO DA BAIXA-CHIADO - I

A perspectiva de encarar a Baixa-Chiado como um corpo autónomo do resto da cidade, para além de ser um erro grosseiro sob o ponto de vista do que é hoje considerado como vantagens competitivas da nova economia do conhecimento, representa também uma "traição" ao desígnio do Marquês de Pombal, que sempre pensou o Terreiro do Paço e a Baixa como grandes "palcos mediáticos" que tinham como função provocar um efeito de "arrastamento" para a modernidade, de forma a "contaminar" a cidade e o país nesse sentido.

Esta dimensão de "palcos mediáticos" não é minimamente contemplada no novo plano de dinamização, que apresenta uma série de medidas avulsas, pescadas aqui e ali (e sem identificar os seus autores...) de forma a dar corpo a uma operação imobiliária de enormes dimensões (dois milhões de metros quadrados de área construida), operação essa disfarçada sob a capa da "recuperação e dinamização" daquela área.

Deixando para mais tarde análises e propostas ligadas à centralidade da Baixa-Chiado, e da sua implicação na animação/revitalização de muitas áreas da grande Lisboa, (como exemplo convém desde já referir o papel central que esta zona poderá e deverá assumir na divulgação/animação do Convento de Mafra, por exemplo) começaremos, a partir de amanhã, a seguir o "guião" proposto no Plano de Revitalização da Baixa-Chiado, de forma a que, de forma consistente e organizada, publiquemos textos para reflexão de todos aqueles que não desistem de intervir nos assuntos de cidadania, e que entendem que hoje, mais do que nunca, o que está em jogo é demasiado importante para ser deixado ao cuidado de meia dúzia de prsonagens mais ou menos iluminadas.




Sem comentários: