O INSTITUTO PORTUGUÊS DE MUSEUS E O DOPPING!
No Público de hoje, na secção da Cultura, lá está: 1.180.000 pessoas visitaram os museus do Instituto Português de Museus, batendo o recorde da última década.
E, mais à frente: as maiores subidas registaram-se no Museu Nacional do Teatro (1o5 por cento)...
Pois!
Só que a/o jornalista não cuidou de saber da razão de tão brilhante êxito.
Mas, como não somos todos parvos, vejam só:
- Dos 26.336 novos visitantes do Museu do Teatro, 12.560 foram visitantes inscritos nas rúbricas "Livre" e "Outras", ou seja, rúbricas onde cabe tudo menos as pessoas que foram visitar o Museu.
Desde visitas aos jardins, passando pela cafetaria e restaurante, tudo entra naquelas rúbricas.
Na linguagem desportiva chamar-se-ia de dopping para fazer subir a estatística de visitantes, deste e de outros museus.
Entre Janeiro e Novembro de 2006 (Dezembro ainda não está na Net), os visitantes "contados" naquelas duas rúbricas somavam 19.519 contra 6.959 em 2005, ou seja, um aumento de 180%!
E em 2006 os "Livres" e "Outros" representavam, entre Janeiro e Novembro, 42% do total de visitas contabilizadas!
Parece que o IPM e o Ministério que o tutela estão a levar demasiado longe a célebre frase "A imaginação ao poder".
quarta-feira, 10 de janeiro de 2007
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2 comentários:
Os números são o que são, valem o que valem e não sei como foram conseguidos. Contudo, não acredito neles, porque não vejo política que os sustentem nem acredito em milagres culturais.
Com dopping ou não, sei que mais difícil manter a aparência ou ilusão de bom desempenho a quem vive da e para a imagem, pela razão simples de que este ano vão continuar a afluir visitantes só de jardins e pessoas que não passam do átrio de entrada. O vai valer? Inventar? Contar os gatos que passam nos jardins ou os cães que espreitem às portas (afinal são visitas)?
saudações
Ai que o sr. Barbosa anda a deixar palavrinhas para trás.
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