segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

OS VISITANTES DOS MUSEUS NACIONAIS
I - MUSEU DO CHIADO


Desde que Pedro Lapa assumiu a direcção do Museu do Chiado - Museu Nacional de Arte Contemporânea, em 2000, este museu perde visitantes até 2005, inclusivé.

Assim, em 2001 (ano a partir do qual passamos a dispor de dados mais completos sobre visitantes de museus tutelados pelo IPM), e no periodo Janeiro Novembro, o Museu do Chiado teve 40.214 visitantes, contra os 27.071 em 2005, ou seja, uma quebra de 33%, quebra essa que se vinha verificando ao longo do periodo em análise.

Mas eis que em 2006 esta tendência se inverte, e o Museu do Chiado recebe 46.271 visitantes, já descontando o efeito "Festa dos Museus", colocando este ano de 2006 no terceiro melhor ano em número de visitantes, desde 1996.

Portanto, estamos todos de parabéns, a começar pelo seu Director, Pedro Lapa.

Mas estaremos mesmo de parabéns ?

Vejamos.

Entre Janeiro e Março o Museu do Chiado acolhe a exposição O Olhar Fauve ("os simpáticos Marquet e Valvat vindos do Museu de Bordéus", nas palavras de Alexandre Pomar, no Expresso) e regista um enorme número de visitantes.

Mas, e a partir de Abril, o que acontece com o Museu?

Sucede que entre Abril e Novembro de 2006, este acolhe O MENOR NÚMERO DE VISITANTES DE SEMPRE, na sua história.

Portanto, quando na próxima conferência de imprensa convocada por Isabel Pires de Lima esta anunciar a "boa nova" do retorno de visitantes aos Museus tutelados pelo IPM, e em particular ao Museu do Chiado, vocês já sabem a verdade que se pretende esconder: a direcção de Pedro Lapa no Museu do Chiado continua na sua rota de total abandono do Museu que lhe foi confiado, perante a indiferença da tutela.

E público interessado em visitar o Museu não falta, como ficou demonstrado no início do ano com "os simpáticos Marquet e Valvat".

O que falta é um director à altura das suas responsabilidades e uma tutela que saiba exercer o cargo para a qual foi nomeada.

Até lá, continuaremos a assistir à transformação do Museu do Chiado em "Chez Lapa ao Chiado", segundo a feliz expressão de Augusto M.Seabra.

Continuamos amanhã.

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