domingo, 3 de junho de 2007

SOB O SIGNO DA VERDADE - O ELOQUENTE "CASO SALGADO" - X e ÚLTIMO.

De qualquer modo, não tinha dúvidas de que era mais uma acha para a fogueira, e que eu ia continuar a arder por Lisboa. Alguns perceberam, poucos falaram, mas foi de Inês Pedrosa que - sem que eu tivesse trocado com ela uma palavra que fosse sobre este assunto - veio o diagnóstico mais lúcido e perspicaz sobre o que se tinha passado. Numa crónica sobre ambições amizades e traições, publicada na Única de 6 de Agosto e intitulada "A traição de um amigo", ela referia "casos de que a política recentemente nos tem oferecido exemplos copiosos, assistimos até a situações em que o brado à ética surge, alteroso, daqueles que a têm por sinónimo de interesse" . E mostrando perceber bem o que está por trás desta espúria identificação, escrevia: <É assim possível que um apoiante de um candidato venha desvincular-se dele bramando contra a "deficiência de carácter" e a "arrogância" do candidato, expressas no facto de não lhe ter dado o posto (vulgo, tacho) com que sonhava>.

Só faltou acrescentar - ecce Salgado!
Manuel Maria Carrilho - SOB O SIGNO DA VERDADE, página 123.

1 comentário:

AM disse...

Quer dizer que são só X cantos!?
Isto tá ao nível dos Lusíadas! :)