quinta-feira, 13 de setembro de 2007

RESPOSTA AO CARO ANÓNIMO DAS 22.27 - II

"Em relação aos lugares vitalícios dos directores de museus, acho que está enganado. Segundo creio não existe carreira de director de museu. Todos os directores têm os seus lugares de origem noutro sítio e mantêm-no".
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Meu caro anónimo:

Sob o ponto de vista legal, é evidente que estou enganado, relativamente ao que eu chamei de "lugares vitalícios".

Aquilo para que pretendi chamar a atenção, sem êxito, foi para o facto de que a grande maioria dos directores de museus do ex-IPM estão nestes lugares desde tempos tão remotos que, provávelmente, até já nem se recordam de quais são os seus lugares de origem.

Como sabe, e para além dos concursos periódicos, uma boa maneira de avaliar o desempenho dos directores de museus, seria o IMC publicar as propostas anuais que, obrigatóriamente, têm que apresentar, e, no ano seguinte, comparar o proposto com o realizado.

Curiosamente em todas, repito, todas as intervenções públicas sobre o tema dos museus a que últimamente temos assitido, nem uma única voz veio sugerir este tipo de transparência.

Para finalizar esta minha resposta ao seu primeiro texto, (amanhã darei resposta ao segundo), na minha opinião o "maior pecado" cometido por Dalila Rodrigues, foi o de trazer para a opinião pública o tema dos museus.

Até então, e salvo as posições assumidas por Alexandre Pomar e Augusto M.Seabra a propósito do escândalo da ligação do director do Museu do Chiado à Ellipse Foundation (e sobre isto os tais 16 directores de museus e os restantes nada disseram...), a vida dos directores de museus corria lenta e tranquila, sem ondas ou contestações, limitando-se a quase totalidade "a pastorear" as suas pequenas quintas sem que a tutela ou a opinião pública incomodasse o seu prolongado e tranquilo sono.

E, no fundo, toda a polémica se reduz a isto: com os mesmos meios que já foram proporcionados a outros, Dalila Rodrigues veio demostrar, na prática e longe das "amáveis" trocas de opinião com a tutela, que é possivel fazer mais e melhor.

Afinal, ninguém gosta de ser acordado em sobressalto, não é, meu caro anónimo?

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