terça-feira, 31 de janeiro de 2006

A CIGARRA E A FORMIGA BARGANTE (I)

Ora então vamos lá, minha cara Cigarra.

Antes de mais, convém esclarecer que "carta fora do baralho" aplicada a Dalila Rodrigues é uma expressão de exclusiva responsabilidade da Formiga Bargante, que não faz a minima ideia se a própria tem conhecimento da aplicação de tal expressão à sua pessoa, ou até se gostaria ou não desta aplicação.

Dai, não vejo muito propósito na sugestão da cara Cigarra em que Dalila Rodrigues "tenha a dignidade de recusar esse epíteto...", quando, volto a insistir, não sei (a Cigarra sabe?) se Dalila Rodrigues tem conhecimento desta aplicação ou se concorda com ela.

Portanto, cara Cigarra, vamos aos factos e deixemos a senhora em paz.

Refere a Cigarra, e bem, que o número de visitantes do Museu Nacional de Arte Antiga está empolado pelo número de visitantes contabilizados sob o título "outros".

Refere a Cigarra, e bem, que este empolamento deverá ser motivado pelas festas entretanto organizadas no referido Museu, nos meses de Abril e Maio de 2005. Não vamos, para já, perder muito tempo a analisar das vantagens ou desvantagens para o Museu das ditas festas. Limitamo-nos a lembrar que nos museus americanos é frequente, e desejada, a organização de festas, dos mais variados matizes, sem que, por isso, eles percam qualidade ou visitantes, bem pelo contrário. Mas este tema merece um texto separado.

Antes de continuar, convém recordar que a actual directora do MNAA tomou posse em Novembro de 2004, logo, a programação de 2005 ter sido uma programação de compromisso entre as propostas do anterior director e as ideias e propostas da nova directora.

Agora vamos lá então aos números.

Refere a Cigarra, e bem, o empolamento do número de visitantes motivado pelas festas.

Então vamos observar o que aconteceu antes, durante e após as famosas festas, que tanto engulho causam à nossa querida Cigarra.

Entre Janeiro e Março de 2004, o MNAA tinha tido 19.000 visitantes, e em 2005 17.179. logo, uma quebra de cerca de 10%.

Entre Janeiro e Maio de 2004, o MNAA tinha tido 34.371 visitantes e se retirarmos em 2005 os números referentes a "outros" e colocarmos em seu lugar os mesmos números de 2004, e assim anulamos o efeito das festas, temos que entre Janeiro e Maio de 2005 o MNAA "teria tido" 32.350 visitantes, ou seja, uma quebra de cerca de 6%.

E o que acontece ao periodo entre Junho e Dezembro de 2004 e 2005, periodo esse em que já não existem "festas para ninguém".

Entre Junho e Dezembro de 2004 o MNAA teve 41.325 visitantes, e no mesmo periodo de 2005 obteve 55.306 visitantes, ou seja, um aumento de 34% !

E isto sem festas, cara Cigarra !

Portanto, como não há pior cego do que aquele que não quer ver, cara Cigarra, deixo-lhe aqui este pequeno exercício para meditação sobre a importância, ou não, do rigor na análise dos elementos à nossa disposição.

Antes de acabar este texto (existe mais mundo para além dos blogs, não é?) não quero deixar de lhe chamara atenção para o facto de a Formiga Bargante publicar textos sobre os Museus e o IPM desde 20 de Julho de 2005, e que o Museu Nacional de Arte Antiga só muito recentemente entrou nesta "estória", pelas mesmas razões pelas quais outros museus com menor notoriedade já foram motivo de referências anteriores, ou seja, dizer bem do que está bem e dizer mal do que está mal, sem conhecimentos pessoais ou "capelinhas" a impedirem a Formiga Bargante de escrever o que pensa da forma que entende mais adequada.

Um abraço da Formiga Bargante, cara Cigarra, e até logo ou até amanhã.





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