quinta-feira, 6 de abril de 2006

CRÓNICA DE UMA VISITA, NUM DIA DE CHUVA,
AO MUSEU DO AZULEJO,
EM LISBOA.

II - AS GABARDINES E A ARTE

Chegados a Xabregas, e com lugar para estacionar o carro mesmo à porta do museu, entrámos.

Como ainda era cedo para almoçar, decidimos voltar a ver a peça de Pedro Cabrita Reis ali instalada, integrada na exposição temporária sobre Bordallo.

Bons propósitos, logo interrompidos por um pequeno grupo de turistas franceses, ao qual se acabava de juntar um outro, que dizia para os restantes, com ar bastante eufórico: "venham, venham, já lhe retiraram a gabardine".

Escusado será dizer que resolvi seguir o grupo, dado que tanta excitação por causa de uma gabardine num museu, era algo insólito, tanto mais tratando-se de um museu de azulejo e não de arte moderna.

E lá chegámos ao Claustrim, um pequeno claustro (como o próprio nome indica) no primeiro piso do museu, e no qual está instalado uma peça de cecilia de sousa.
Afinal de gabardine nem sinal. Tanta excitação e nada. Não resistimos e perguntámos (no nosso belo francês) a um dos turistas qual a relação entre o claustrim, a peça de cecilia de sousa e gabardines.

Com ar sorridente, o meu amável interlocutor informou-me que, durante a primeira passagem do grupo pelo claustrim, chovia copiosamente, e que a água que caia sobre a peça de cecilia de sousa era tanta, que alguém do museu tinha providenciado um plástico que a tapava, protegendo-a. Daí, e por graça, alguém do grupo ter comentado que era a primeira vez que via um museu com uma peça protegida por uma "gabardine".

Escusado será dizer que o meu sorriso foi muito amarelo. É que o claustrim está fechado ao exterior e é suposto não cair alí água.

Para que dúvidas não restem, aqui fica mais uma fotografia com um "grande plano" do pavimento, onde a presença da água é bem notória.
Mas "isto" era só o início de "uma bela jornada" pelo museu nacional do azulejo.

Sem comentários: